Criador do animado bloco do Estabele�a declara seu amor ao carnaval de BH

Para falar das minhas lembran�as carnavalescas nesta querida Belo Horizonte, n�o precisaria for�ar muito a mem�ria, j� que a folia nesta cidade era t�o pequenininha h� t�o pouco tempo (E qu�o grande se tornou?).

Roberto Carlos, Ney Matogrosso, Elke Maravilha, Hebe Camargo, Elza Soares, Amy Winehouse e Madonna foram alguns dos famosos homenageados por mim, aproveitando do Bloco Estabele�a, esteja ele na rua, no quarteir�o ou at� mesmo naquele quintal famoso da Rua Monte Alegre, 160.

Com celebridade ou n�o, o importante era causar e, claro, tornar transparente a alegria de todos ali juntos naquela data t�o maravilhosa: o emergente, ou melhor, o efervescente carnaval de BH.

Mas c� pra n�s, nem sempre foi assim, n�? N�o posso deixar de relembrar os tempos anteriores, quando nada havia nas ruas, nos morros, nas pra�as... Nada remetia ao carnaval. Talvez o movimento ficasse apenas restrito �s locadoras de v�deo. Sim, elas j� tiveram o seu grande momento.

O belo-horizontino ficava “quietinho como bom mineiro” e curtia o sil�ncio da cidade. Mas quem diria? Isolamento, naquela �poca, tinha outro sentido.

E eu sempre convidando as pessoas a ficarem por aqui, onde as montanhas pareciam afugentar a festa mais popular do Brasil.

Em 2008, o convite descrito no flyer do Estabelecimento dizia: “Estradas cheias, cerveja cara, buracos na pista, pneu furado, stress, celular fora de �rea, Ax� no talo no porta-malas, farofa com serpentina, falta d’�gua, avi�o que n�o sobe, IPVA e IPTU… Ufa! Que carnaval dif�cil!”

Dois anos antes, em 2006, a ironia de tratar o feriad�o mais esperado do ver�o como algo sem gra�a: “Ai, meu Deus! Carnaval de novo? Voc� que escolheu ficar na cidade mais desanimada do Brasil e curtir a calmaria peculiar desta �poca por aqui, o bar Estabelecimento n�o vai deixar por menos. Estamos de volta com o projeto ‘Carnaval sem carnaval em BH’.”

E por a� foram os convites de alguns anos, quando a cidade n�o fervia, n�o brilhava, n�o beijava, n�o amadurecia e nem pipocava. O importante era se reunir, se divertir... Manter a ess�ncia daquilo que a gente ouvia dizer.

Hoje, nesse vazio, mas com consci�ncia do bem-estar de todos n�s, o antes e o depois se misturam. Que � lindo, alegre, participativo, inclusivo, organizado, isso �! J� imaginou carioca passar carnaval aqui? Pois �, isso acontece, viu?

Ai, que saudade! Que saudade do carnaval de Belo Horizonte.

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