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''O palco � o lugar do of�cio de homens e mulheres de teatro''

Ator e diretor Carluty Ferreira analisa os efeitos da pandemia nas artes c�nicas e a import�ncia da uni�o da categoria para a manuten��o dos sonhos e projetos


11/02/2022 04:00 - atualizado 11/02/2022 04:34

caricatura de Carluty Ferreira e Wilma Henriques

Carluty Ferreira
Ator e diretor

Ao retornar aos palcos, em setembro de 2021, no Teatro Mar�lia, local onde constru�mos toda a concep��o da pe�a “O homem do caminho”, de Pl�nio Marcos, que tem a dire��o de Eduardo Moreira, foi e est� sendo uma inquieta��o muito euf�rica para mim. Estou em estado de ebuli��o, como um vulc�o, para jorrar as lavas do teatro para todo o planeta. Uma sensa��o m�stica que s� mesmo no palco nesta retomada com esta personagem ter� explica��o para o p�blico e para mim.

Essa retomada me fez reviver a for�a que temos no of�cio teatral e os �ltimos meses calorosos que tivemos antes de essa epidemia chegar at� n�s. A pe�a “O homem do caminho” teve sua estreia em novembro de 2019, na Funarte/BH, e ainda realizamos a estreia da Campanha de Populariza��o, e inaugura��o do Teatro de Bolso – Wilma Henriques, em janeiro de 2020, na cidade de Confins, com a presen�a da imortal dama do teatro mineiro, minha saudosa Wilma Henriques, momentos em que est�vamos enraizados, vivendo a hist�ria do teatro mineiro.

Momento inesquec�vel,que permitiu a cria��o e a dire��o do espet�culo “A porta e o vestido”, que foi gerado durante a pandemia, em 2020, e retornou tamb�m em setembro de 2021, no Teatro Mar�lia, e realizar� apresenta��es na 47ª Campanha, no Teatro Feluma, com meu querido ator e autor Fernando Fabrini. A pausa de nossas a��es causada pela pandemia foi muito assustadora e me deixou como a pintura de Edward Munch “O grito”, me levando a externar meus sentimentos cercado de homens e mulheres de teatro que poderiam me proteger. Provoca��es que me levaram a escrever o poema “Somos todos o mesmo planeta, a mesma casa” e a realizar a produ��o de um v�deo com a participa��o desses artistas. 

Mas est�vamos enjaulados, presos entre grades, submergindo dentro de n�s. Ainda assim... eu estava ali, m�s a m�s, atuando, produzindo e ao lado da imortal Wilma Henriques, amiga que nos �ltimos 15 anos me mostrou a grandeza de viver e viver trabalhando neste of�cio. Ela, solit�ria, triste e massacrada pela aus�ncia do teatro, do movimento corporal, infelizmente s� pod�amos nos tocar com os olhos e acenos atr�s das grades, fora e dentro.

Mas continuamos firmes e junto com outra gera��o de artistas contempor�neos da imortal dama do teatro mineiro comemoramos, no ano de 2021, os seus 90 anos, n�s dois com a mesma adrenalina de poder novamente ficar espreitando entre as cortinas do teatro para ver se ter�amos p�blico. Porque todos os teatros estavam lacrados. Em abril de 2021, os teatros ficaram vazios, a imortal partiu, diva e feliz... E continuamos a nossa jornada, o que me fez rever mais uma vez a minha caminhada como homem de teatro, quando me deparei com os meus questionamentos que j� fazia nas d�cadas de 80 e 90 sobre a aus�ncia do p�blico, o que me remeteu tamb�m ao texto de Karl Valetin “Por que os teatros est�o vazios?”. 

T� a�, como somos surpreendidos com a vida e precisamos sempre retomar e retomar nossas a��es, conceitos, experi�ncias, viv�ncias. Os teatros est�o vazios, perdendo seus geniais homens e mulheres do teatro. Que bom que o p�blico, artistas, gestores est�o quebrando os lacres que fecharam os teatros, os espa�os de arte. Precisamos agora quebrar o lacre de nossa ignor�ncia e nos proteger para garantir que o teatros, as salas, os parques, as galerias, enfim, tenhamos sempre a presen�a dos artistas, especialmente dos ATORES, ATRIZES. Temos p�blico!!!!! O palco � o lugar do of�cio de homens e mulheres de teatro.

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