H� 35 anos, nascia o vanguardista Drosophyla, que agitou a noite de BH
O bar come�ou em uma garagem no Bairro Santo Ant�nio, funcionou em apartamento no Barro Preto e depois se mudou para galp�o na Avenida dos Andradas
M�sicos do saudoso Mamonas Assassinas se divertiram a valer no Drosophyla da Avenida dos Andradas
(foto: Acervo pessoal)
Lilian Malta Varella, a Lili Varella, jamais imaginou que a ideia de abrir seu bistr� numa garagem na Avenida do Contorno, entre as ruas Leopoldina e Carangola, no Santo Ant�nio, fizesse hist�ria e a casa inaugurada em 1986 fosse lembrada at� hoje por uma legi�o de frequentadores.
“O Drosophyla chegou chegando. Durante o dia, servia pratos quentes e saladas. � noite, funcionava como bar”, relembra Lili. Cibele Teixeira e Guilherme Horta eram s�cios dela. Apesar do sucesso, um ano depois de abrir a casa teve de mudar de endere�o, pois o im�vel foi vendido.
O inusitado aconteceu quando o Drosophyla se instalou em um apartamento na Rua Ouro Preto, 84, no Barro Preto, no pr�dio que existe at� hoje. “O local era incr�vel”, rememora. O espa�o comportava 70 pessoas e a programa��o ia de performances a apresenta��es do Grupo Galp�o. O som que animava a pista era gravado em fitas cassete, com sucessos nacionais e internacionais.
Anima��o, a marca do primeiro Drosophyla, no Santo Ant�nio (foto: Acervo pessoal)
Pode-se dizer que o Drosophyla foi um marco da vanguarda de Belo Horizonte. No mesmo pr�dio, pouco tempo depois, Miura Bellavinha abriu um ateli�, Graziela Falci um escrit�rio e, por �ltimo, a Trincheira V�deo se instalou.
O Drosophyla funcionava de quinta-feira a s�bado, das 20h � meia-noite. O p�blico sabia que era hora de ir embora quando Lili passava a galinha – um pote com barbante que, friccionado, fazia o som de cocoric�. “A partir daquele momento, eu n�o vendia mais nada. E a turma seguia para o Scaramouche, na Pra�a Raul Soares”, ela conta.
Em 1992, depois de passar tr�s anos na Alemanha, Lili voltou a morar em Belo Horizonte. Abriu o terceiro Drosophyla num galp�o na Avenida dos Andradas e fechou quatro anos depois.
Performances eram atra��o no ap� da Rua Ouro Preto (foto: Acervo pessoal)
As festas da casa eram famosas, atraindo muita gente de outros estados. At� os rapazes do saudoso Mamonas Assassinas se divertiram por l�. A primeira delas foi no Sacol�o da Bianca, na Savassi.
Lili continua a hist�ria do Drosophyla em S�o Paulo – est� h� 20 anos na Consola��o. A pandemia afetou o empreendimento. “Fechei o delivery, que n�o deu certo. Para sobreviver, fizemos uma destilaria de gim, Jardim Bot�nico, que deu certo”, informa.
Com fotos e v�deo em VHS, Lili guarda sua memorabilia com todo o cuidado. “N�o tive filhos, o bar foi minha op��o de vida”, diz ela, que n�o esconde o desejo de escrever um livro.
A ''freira'' se divertiu no Drosophyla 2 (foto: Acervo pessoal)