“Eu vi um menino correndo
Eu vi o tempo
Brincando ao redor do caminho
Daquele menino” ...
“Eu vi muitos cabelos brancos
Na fonte do artista
O tempo n�o p�ra e no entanto
Ele nunca envelhece”...
Viva Caetano Veloso!!! Oitenta anos celebrados em sete de agosto. Que venham muitos e muitos anos mais.
A arte tem o papel fundamental de provocar debates e promover mudan�as culturais. Os artistas podem ser grandes aliados na luta contra o preconceito et�rio. Fernanda Montenegro tem 92 anos, � atuante e requisitada para produ��es diversas. Por outro lado, pessoas com a metade da idade dela s�o consideradas velhas por muitas empresas. O ambiente corporativo � onde mais se escuta falar em “diversidade” e “inclus�o”, mas esquece-se que idade tamb�m � diversidade.
Diversidade significa representar parcela da sociedade e a chave � o pertencimento. O sentimento de pertencimento mostra que voc� faz parte da comunidade e faz com que voc� sinta que pode ser voc� mesmo. O nosso pa�s vai se tornando cada vez mais grisalho, mas o desrespeito contra a pessoa idosa ainda � um grande problema a ser resolvido, n�o sem a coopera��o de todos. A sociedade brasileira precisa avan�ar nesse debate para desencadear um processo de reeduca��o social. Todos envelhecemos, todos n�s, sem exce��o. N�o temos escolha, n�o h� como parar o tempo.
“N�o importa se fa�o vinte, quarenta ou sessenta! O que importa � a idade que sinto”, expressou Jos� Saramago. A sociedade precisa se conscientizar disso e lutar contra o etarismo. Uma grande dica para quem quer se aprofundar nesse assunto � a leitura do livro, Etarismo, um novo nome para um velho preconceito, de Fran Winandy. Segundo essa autora, se voc� nunca foi alvo do preconceito et�rio, possivelmente um dia o ser�, j� que, segundo dados da OMS (Organiza��o Mundial da Sa�de), um a cada dois idosos no mundo � discriminado.
Assistir Mick Jagger aos 79 anos, barriga zero e voz potente, arrastando multid�es de todas as idades ao cantar Satisfation � um dos melhores exemplos de que a criatividade n�o tem idade, n�o morre e n�o p�ra. Pena que o mundo corporativo insiste em rotular pessoas e restringir profissionais por conta da idade. Est� mais do que na hora de pararmos de julgar o potencial das pessoas com base na idade delas, pois todas as diversidades juntas s�o maiores e melhores.
RIP J� Soares, 5 de agosto de 2022: “Eu n�o tenho medo da morte, eu tenho medo – sempre tive, ali�s – � de ficar improdutivo. Agora de morrer? Eu j� vivi 82 anos, s� espero morrer assim... Acabou, gastou, apagou o ‘Gaslight’” (programa Provoca, da TV Cultura, com Marcelo Tas, em mar�o de 2020).