
Contudo, n�o s�o apenas o placar el�stico do Mineir�o e essa matem�tica favor�vel que embasam proje��es positivas neste momento. H� uma carta importante na mesa: o Atl�tico tem, hoje, uma estrutura de equipe e uma qualidade individual que refor�am essa margem de seguran�a.
Quer dizer que vai ganhar sempre? Claro que n�o - e o jogo contra o Atl�tico-GO, pelo Campeonato Brasileiro (derrota do Galo por 2 a 1), est� a� para provar. O futebol tem l� suas armadilhas, por N motivos, alguns que fogem � racionalidade. Esse �, inclusive, um ponto que povoa os pensamentos do grupo c�tico, deixando aquela interroga��o no ar.
Fato � que em condi��es normais de temperatura e press�o, o Atl�tico deve confirmar a vaga no Cear�, mesmo que Cuca decida (ou precise) poupar alguns nomes.
Alguns dos reservas j� mostraram isso na pr�tica, como o pr�prio Keno, que foi um dos destaques no duelo no Mineir�o, lembrando os tempos em que era comandado por Sampaoli. Savarino at� outro dia era titular. Diego Costa nem jogou contra o Fortaleza. N�o foram poucas as vezes que Sasha saiu do banco para decidir jogos do alvinegro.
� bem poss�vel, inclusive, que Cuca n�o leve for�a m�xima a Fortaleza, j� que na sequ�ncia o Atl�tico ter� o confronto direto com o Flamengo (dia 30, �s 19h, no Maracan�), naquele que � considerado o confronto que deve decidir o campe�o brasileiro de 2021.
A maior goleada em uma partida de ida da Copa do Brasil em todos os tempos, no entanto, n�o � suficiente ainda para deixar 100% confiante uma parte da torcida. Por mais que os analistas cravem, por mais que os retrospectos futebol�sticos apontem. Para essa turma, h� uma esp�cie de pudor em assegurar que a vaga est� garantida. Ou supersti��o mesmo. � o mineir�s em sua ess�ncia.
Dentro desse grupo est�o atleticanos que vivenciaram um trauma no passado: o duelo com o Ros�rio Central, pela Copa Conmebol de 1995, � um fantasma a abalar qualquer expectativa otimista. Ele fica ali, a sussurrar no ouvido dos alvinegros, o que aprontou.
Para quem n�o viu, a hist�ria �, resumidamente, assim: em 12 de dezembro de 1995, o Galo, com Taffarel no gol, Doriva no meio-campo e �zio e Renaldo no ataque, venceu de goleada a primeira partida da final do torneio, no Mineir�o, por 4 a 0.
N�o havia quem duvidasse que aquela ta�a iria para a Sede de Lourdes. Um lugarzinho para ela na galeria at� j� devia estar sendo pensado. Mas, uma semana depois, veio o que ningu�m esperava - pelo menos, os atleticanos, j� que os torcedores do Ros�rio n�o jogaram a toalha. Iludidos? O destino mostrou que n�o.
Em casa, o Ros�rio n�o s� venceu de 4 a 0 como ganhou nos p�naltis. Cada bola que morria no fundo da rede de Taffarel era um duro golpe nos atleticanos que j� tinham preparado a festa. Foi um dos cap�tulos mais surreais da hist�ria alvinegra. Um rev�s que deixou marcas na alma de quem o testemunhou. E s�o muitos desses que, hoje, preferem esperar mais uma semana para comemorar a vaga na decis�o da Copa do Brasil.
H� quase sete anos, pela semifinal da Copa do Brasil de 2014, o narrador Luiz Penido, da R�dio Globo, caiu numa dessas armadilhas do futebol durante o jogo entre Atl�tico e Flamengo, no Mineir�o. O rubro-negro havia vencido o duelo de ida no Rio, por 2 a 0, e abriu o placar no Gigante da Pampulha, com Everton.
Penido, ent�o, soltou esta, ao narrar o gol: "� finalista, classificada�o". E acrescentou: "Agora, s� se o Galo fizer quatro. � ruim, hein! N�o vai fazer mesmo". Pois fez, com Carlos, Maicosuel, D�tolo e Luan.
O "classificada�o" Flamengo caiu naquela semifinal. E o Atl�tico seguiu rumo ao seu primeiro t�tulo do torneio, que seria conquistado em cima do arquirrival Cruzeiro.
Por isso, em rela��o a Atl�tico x Fortaleza, n�o h� certos ou errados. Entre otimistas e pessimistas, salvam-se todos.