
� o tipo de t�tulo que pouco acrescenta � galeria de uma equipe, mas que muitos torcedores adoram lembrar. Em 2022, no entanto, ela ganhou ares de pasquim de fofoca, com bate-bocas novelescos. Muito por culpa da pr�pria entidade organizadora – mas sobretudo de dirigentes dos clubes –, a cada dia cai um pouco mais em descr�dito, numa rota que parece irrevers�vel. A esta altura, est� a um passo de beirar o rid�culo.
Tudo por uma quest�o que, aparentemente, era simples de resolver: o tal do campo neutro para o duelo.
A rivalidade j� estava prontinha no forno, era s� levar � mesa. O problema � que antes mesmo de a bola rolar ela se fez presente da forma mais bisonha poss�vel: em declara��es de cartolas que s� t�m servido para afastar o interesse de muitos torcedores na partida.
Ao deixar indefinido o local do jogo por tanto tempo, a CBF deu abertura para toda a sorte de bobagem que vem sendo falada por a�. Cidades do Brasil e at� do exterior foram anunciadas como potencial sede. A cada nome que surgia, se seguia uma onda de especula��es.
Foram longos 48 dias de boatos entre o an�ncio do regulamento da Supercopa de 2022, em 22 de dezembro do ano passado, e a oficializa��o da Arena Pantanal. Nesse �nterim, provoca��es e alega��es quase colegiais sendo publicadas em redes sociais, pelos clubes e/ou pessoas ligadas a eles.
O est�dio Man� Garrincha (que recebeu as �ltimas duas edi��es do torneio, em 2020 e 2021, ambas vencidas pelo Flamengo) chegou a ser anunciado como palco do encontro entre Atl�tico e Flamengo, em 26 de janeiro, mas os organizadores recuaram devido �s restri��es de p�blico impostas por mais um surto de COVID-19.
A Arena Castel�o foi sugerida e recha�ada. Tamb�m foram cogitadas as cidades de Manaus, Salvador, S�o Paulo e at� Orlando, nos Estados Unidos.
Com tanta incerteza, come�ou uma corrida contra o tempo. Somente a 12 dias da data marcada para a partida, veio a confirma��o. O que era para criar expectativa, acabou gerando antipatia. Tornou-se enfadonho acompanhar o desenrolar da hist�ria.
Todo esse imbr�glio poderia ser resolvido de maneira menos complexa, mais objetiva. Havia alternativas que, se n�o renderiam tanto comercialmente falando, evitariam pelo menos a fadiga. At� a rivalidade precisa ter limite, e j� est� muito ultrapassada essa mania de dirigentes ficarem dando satisfa��o para a torcida por meio de declara��es ir�nicas, palavras de efeito. Perdeu a gra�a – se � que em algum momento teve.
� uma daquelas coisas que ficaram no passado, e muita gente ainda n�o aprendeu.
Agora, � mirar no que d� para salvar desta malfadada Supercopa: a prepara��o para a temporada – em tese, ser� o primeiro grande desafio do Atl�tico neste in�cio de ano – e a premia��o em dinheiro que o trof�u pode render.
A CBF ainda n�o anunciou o valor deste ano, mas baseando-se no que foi distribu�do no ano passado, n�o � de se jogar fora: o campe�o embolsou R$ 5 milh�es (o vice, R$ 2 milh�es). Nada mal para 90 e poucos minutos de bola rolando.