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T�tulo da S�rie B deve ser comemorado?

Menosprezar o t�tulo � depreciar o trabalho de Pezzolano. � desmerecer a alegria provocada pelos gols de Edu, pelas defesas de Rafael Cabral


22/09/2022 19:26 - atualizado 22/09/2022 19:36

Paulo Pezzolano, técnico do Cruzeiro
Paulo Pezzolano � um dos respons�veis pela volta do Cruzeiro � S�rie A (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)
Ap�s a merecida catarse cruzeirense pelo esperado acesso para a S�rie A do Campeonato Brasileiro, outra quest�o j� domina as rodas de conversas esportivas. Pr�xima meta do t�cnico Paulo Pezzolano, o t�tulo da Segunda Divis�o - para o qual a Raposa tamb�m caminha a passos firmes - deve ser comemorado? Qual o lugar devido ao trof�u na galeria celeste, repleta de conquistas expressivas? 

Para a colunista aqui, n�o h� a menor d�vida. O t�tulo da S�rie B deve sim ser perseguido e festejado. E os argumentos para justificar a tese v�o muito al�m da ta�a f�sica em si. 

Em termos pr�ticos, ser campe�o da S�rie B traz uma vantagem: assegura vaga diretamente na terceira fase da Copa do Brasil, entrando com os times que disputam a Copa Libertadores e com os campe�es da Copa Verde e da Copa do Nordeste.

Acha pouco? Pense nas viagens longas e os gramados ruins que o time acaba evitando ao pular as etapas anteriores. Basta ver como foi nos �ltimos anos. 

Em termos simb�licos, a conquista da S�rie B � muito mais importante do que pensam. Mais do que acrescentar outro caneco � sua cole��o, o Cruzeiro est� garantindo o resgate de sua hist�ria.

Quando o capit�o Eduardo Brock erguer o trof�u, estar� sepultando os dias mais tristes da centen�ria trajet�ria cruzeirense. Estar� consolidando o resgate da dignidade da institui��o, t�o maltratada nos �ltimos anos. Colocando um ponto final (espera-se) num calv�rio que nem o mais pessimista dos torcedores imaginava passar.

Por tr�s anos, o cruzeirense viveu no purgat�rio. Viu seus piores pesadelos se materializarem. A equipe chegou a estar diante, inclusive, da amea�a de cair para a S�rie C. Nos momentos mais dif�ceis da passagem pela B, se enxergou sem rumo. Entrou, mais de uma vez, na zona de rebaixamento. E precisou reunir for�as para ressurgir, como faz agora.

Essa constru��o n�o veio da noite para o dia. N�o foi t�o f�cil como se pode imaginar. De janeiro at� hoje, foram muitos os percal�os.

Menosprezar o t�tulo �, acima de tudo, depreciar todo o trabalho feito. A come�ar pelo que conseguiu Pezzolano com um grupo sem astros. � n�o reconhecer o papel fundamental do uruguaio e de outras pe�as importantes na reden��o celeste. � desmerecer a alegria provocada pelos gols de Edu, pelas defesas de Rafael Cabral. ï¿½ minimizar o trabalho de Ronaldo para reerguer o clube.

N�o � vergonha encerrar esse cap�tulo no topo. Vergonhoso � ficar na S�rie B, oras! Por muito tempo, o erro do Cruzeiro foi renegar a realidade, n�o aceitar que estava na Segunda Divis�o e que n�o sairia dela simplesmente por ser Cruzeiro.

N�o foi a camisa, sozinha, que trouxe o clube de volta � S�rie A, como muitos pregavam. Foi preciso se reconhecer na B e encarar o que estava diante dos olhos, mas que muitos n�o queriam enxergar.

Aprender com os erros talvez seja uma das maiores oportunidades que a vida nos apresenta. Ningu�m gostaria de viver agruras para descobrir que as escolhas feitas s�o falhas, por�m, algumas vezes, n�o h� outro caminho. Encarar os problemas costuma ser mais �til que jog�-los para debaixo do tapete e fingir que n�o existem. 

Ap�s a goleada sobre o Vasco, no Mineir�o, o time celeste est� com 99,957% de chance ser campe�o da Segunda Divis�o, segundo c�lculo do departamento de matem�tica da UFMG. Quem mais se aproxima dele � o Bahia, com 0,033% de probabilidade de ficar com a ta�a.

A 31ª rodada ainda ter� partidas at� a segunda-feira (26), mas esse cen�rio n�o vai se modificar. Como se v�, � t�o somente quest�o de tempo.

Roteiros �picos foram escritos por outros grandes clubes que tamb�m passaram pela Segunda Divis�o nacional. N�o h� quem n�o se lembre da Batalha dos Aflitos, protagonizada por Gr�mio e N�utico, no Recife, em 2005. Virou at� filme. Assim como ficou marcada a forma como os atleticanos carregaram o Galo em 2006 – mereceu diversos registros no principal telejornal do Brasil naquela temporada.

Tudo isso est� cravado, registrado e documentado. � se orgulhar de renascer.

A hist�ria ensina. Apag�-la � estrat�gia das mais obtusas. Precisamos � aprender para n�o repeti-la. Portanto, torcedor celeste, se permita comemorar. Desqualificar o trof�u da S�rie B ou ignorar seu significado em nada tornar� a Raposa maior do que �. Muito menos conquist�-lo far� o Cruzeiro menor.

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