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Estado de Minas TIRO LIVRE

A reconstru��o do Cruzeiro de Pezzolano: mais um passo contra a Caldense

� um recome�o na Toca da Raposa, quase do zero. E trope�os vir�o, mesmo diante de equipes menos tradicionais, como no Campeonato Mineiro


23/02/2023 20:33 - atualizado 23/02/2023 20:51

Paulo Pezzolano, treinador do Cruzeiro, olha para a câmera
Paulo Pezzolano, treinador do Cruzeiro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)


Quanto tempo um treinador demorar para "achar" o time ideal? Quando devem, de fato, come�ar as cobran�as? H� justi�a nessa rela��o? Afinal, de um lado est� um profissional, trabalhando sob a luz da raz�o para corresponder expectativas geradas pela paix�o. A rela��o n�o � sim�trica.

O lado passional, explosivo, sedento por respostas r�pidas ser� sempre o mais ouvido - ou pelo menos o mais percept�vel. J� a por��o racional, geralmente, atua de forma silenciosa, met�dica. Contradit�rio, por�m complementar. Essa jun��o precisa se alinhar para que tudo se encaminhe bem no futebol. E � esse alinhamento que o Cruzeiro busca.

A vit�ria sobre o Caldense, nesta quinta-feira (23), por 2 a 1, no Ronald�o, em Po�os de Caldas, se n�o foi constru�da com futebol muito do vistoso, pelo menos teve efici�ncia. E era isso que a equipe celeste mais precisava.

J� pressionados pelo in�cio vacilante de temporada, Paulo Pezzolano e companhia t�m de alcan�ar o que � tratado como miss�o obrigat�ria: o avan�o � fase final do Campeonato Mineiro. Menos que isso � inaceit�vel.

Nesse cen�rio, muitas vezes s�o deixados de lado aspectos mais importantes do que t�o somente os placares dos jogos. Ganhou? Perdeu? � importante sim, mas como consequ�ncia. Quando viram causa, podem se tornar problema. O que vale � o aqui e o agora, enquanto o olhar deveria estar para o que est� sendo edificado, uma jornada que est� apenas no alicerce.

O Cruzeiro mudou muito do ano passado para c�. Mais de um time saiu, uma leva grande de refor�os chegou. Ainda continua saindo gente - como a ida de um dos s�mbolos da campanha de 2022, o zagueiro Eduardo Brock, para o Cerro Porte�o, do Paraguai. L�der do grupo, pe�a de dif�cil reposi��o pelo conjunto da obra.

Pezzolano est� reconstruindo tudo. � um recome�o, quase do zero. E trope�os vir�o, mesmo diante de equipes menos tradicionais. O olhar do treinador celeste, certamente, est� adiante, no objetivo mais importante do ano.

Os passos, agora, s�o mesmo mais lentos, para se estruturar um novo Cruzeiro. Para desafios maiores que os encarados na temporada passada. Em todas as entrevistas, o treinador uruguaio parece bem consciente disso.

Assim, o Estadual, aquele que muitos desprezam, que deveria servir para experimentos, ajustes, ensaios, vira faca no pesco�o. Perdeu para um time do interior? N�o presta. Mas, se ganhar, tamb�m n�o se valoriza, afinal, n�o fez mais do que a obriga��o.

Em algum momento nesta (ainda) curta caminhada de 2023, a incerteza sobre esse futuro pr�ximo no Mineiro fez pairar nuvens pesadas no c�u celeste. Questionamentos de jogadores rec�m-chegados, cr�ticas ao trabalho, d�vidas sobre a capacidade de quem est� � frente do projeto.

Uma ansiedade natural no futebol, mas que pouco ajuda. Corre o risco at� de atrapalhar.

A pressa de querer ver tudo funcionando de novo � um grande desafio at� para Pezzolano, que dias atr�s chegou a falar sobre 'rever o futuro'.

Depois da partida contra a Caldense, ele fez uma reflex�o que soou como autocr�tica: "�s vezes, quando somos novos nesta profiss�o, erramos nisso de querer tudo pra j�, o funcionamento perfeito pra j�". O que queremos (como modelo de jogo) � mais complicado. N�o � t�o f�cil de fazer, leva tempo. Hoje estamos fazendo melhor".

Trabalhos longevos quase sempre s�o imunes � press�o por resultados imediatos. Quando um treinador � competente e tem respaldo da diretoria para atravessar a tormenta, a chance de colher os frutos aumenta.

N�o � quest�o de n�o criticar quando o time joga mal, ou demora a engrenar. A cr�tica faz parte de toda rela��o, deve existir. Erros precisam ser apontados em qualquer momento do trabalho.
 
O importante, contudo, � saber dosar, n�o fazer terra arrasada. O que ser� do Cruzeiro neste ano n�o � poss�vel decretar, muito menos agora, quando a temporada est� s� come�ando. Futurologia � uma "ci�ncia oculta" com pouca (qui�� nenhuma) chance de funcionar, no futebol e na vida.

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