
O esquema, nomeado M�fia do Apito, foi revelado pela revista "Veja, em setembro de 2005. O Campeonato Brasileiro daquela temporada estava em andamento. A a��o de �rbitros (Paulo Jos� Danelon foi outro envolvido) tinha por objetivo favorecer apostadores, a partir de placares de jogos encomendados.
Nagib Fayad, empres�rio, foi apontado como mentor das opera��es pela Pol�cia Federal. Os �rbitros recebiam aproximadamente R$ 10 mil por partida alvo da fraude. Onze jogos apitados por Edilson no Brasileiro foram anulados e disputados novamente.
Edilson, Danelon e Fayad se tornaram r�us em a��o penal, acusados de estelionato, ao lado de mais quatro participantes da m�fia. Mas o processo foi suspenso, pois segundo o Tribunal de Justi�a de S�o Paulo n�o teria havido crime. As fraudes esportivas s� foram tipificadas no pa�s em 2010, com o Estatuto do Torcedor.
O esquema da vez foi denunciado por Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova-GO. Foi ele quem descobriu e levou �s autoridades a atua��o da organiza��o criminosa, dando in�cio a investiga��es da Opera��o Penalidade M�xima - que est� em sua segunda fase.
Em entrevista ao rep�rter Ailton do Vale, do site No Ataque/Estado de Minas, ele deu declara��es contundentes. Detalhou a conversa que teve com o empres�rio Bruno Lopez de Moura, apontado pelo Minist�rio P�blico como l�der da fraude, entre outros desdobramentos de sua den�ncia.
Hugo foi enf�tico ap�s ser questionado pela reportagem se acredita que dirigentes de outros clubes sabiam do esquema, mas se omitiram: "Tenho certeza. S� que n�o posso atribuir a eles uma responsabilidade porque �s vezes eles n�o tinham uma expertise de buscar (mais informa��es). �s vezes, n�o tiveram coragem para fazer. N�o estou dizendo que sou mais corajoso que os outros, n�o tem nada a ver. Mas para mim, que estou acostumado a mexer com coisa muito pior do que essa por ser policial, isso da� n�o me assusta!".
O dirigente do Vila � tamb�m major de Pol�cia Militar de Goi�s e abriu a tampa de um esgoto que n�o para de feder, A cada dia, surge um novo envolvido. Dos 16 investigados na opera��o Penalidade M�xima II, h� sete jogadores de futebol. E j� respinga nos grandes clubes, da elite.
Nove jogadores foram afastados em suas equipes ap�s serem citados pelo Minist�rio P�blico de Goi�s, sendo que dois est�o em Minas: Richard, do Cruzeiro, e Nino Para�ba, do Am�rica. Tr�s atletas foram afastados depois de denunciados no esquema, entre eles, o zagueiro Eduardo Bauermann, ex-Am�rica e que era considerado um dos l�deres do grupo do Santos.
Alencar da Silveira J�nior, presidente do Coelho, se disse "profundamente assustado" e prometeu pulso firme para punir culpados. N�o pode passar do discurso. O que ocorreu (ainda ocorre?) em gramados brasileiros suja a ess�ncia do futebol, da busca pela vit�ria por meio do jogo limpo, verdadeiramente dentro das quatro linhas - e n�o no sentido falacioso que a express�o ganhou nos �ltimos tempos.
Os clubes n�o podem ser complacentes com nenhum jogador que tenha se envolvido em manipula��o para favorecer apostadores. E � preciso puni��o tamb�m exemplar a quem est� do outro lado, os aliciadores de atletas, que t�m aparecido, nas mensagens, como verdadeiros chantagistas. Criminosos.
� vergonhoso o que o futebol brasileiro passa. Coloca em descr�dito resultados de jogos, defini��es de t�tulos, condutas de jogadores. Como ocorreu com �rbitros em 2005, perde-se o benef�cio da d�vida.
N�o por acaso, come�aram a chover questionamentos sobre jogadas antes criticadas e agora consideradas suspeitas. Lances que acabam por comprometer os atletas como um todo. Por enquanto, em meio a tanto esc�rnio, a classe opta pelo sil�ncio. Um sil�ncio, diria Nelson Rodrigues, ensurdecedor.
N�o por acaso, come�aram a chover questionamentos sobre jogadas antes criticadas e agora consideradas suspeitas. Lances que acabam por comprometer os atletas como um todo. Por enquanto, em meio a tanto esc�rnio, a classe opta pelo sil�ncio. Um sil�ncio, diria Nelson Rodrigues, ensurdecedor.