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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Com Simone Tebet, Lula montou uma coaliz�o de centro-esquerda

'Somente nesta semana come�ou, de fato, a amplia��o da equipe em dire��o ao centro, para dar � coaliz�o de governo o car�ter da verdadeira frente ampla'


28/12/2022 04:00 - atualizado 28/12/2022 07:33

Nesta foto de arquivo tirada em 7 de outubro de 2022, a ex-candidata presidencial brasileira Simone Tebet (MDB) fala durante uma coletiva de imprensa com o ex-presidente do Brasil (2003-2010) e candidato presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva (Out of Frame), após uma reunião em São Paulo, Brasi
'A press�o para que Simone Tebet n�o aceitasse participar do governo foi enorme' (foto: NELSON ALMEIDA/AFP)

A senadora Simone Tebet, que disputou a Presid�ncia pelo MDB e, no segundo turno, se engajou na campanha do presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva, cumprindo um papel fundamental para sua elei��o, aceitou participar do governo de coaliz�o, como ministra do Planejamento. Com isso, o MDB, estar� contemplado ainda com mais dois minist�rios, o das Cidades e o do Turismo, muito provavelmente.

Com isso, Lula montou um governo de centro-esquerda, que contar� ainda com a participa��o formal do PSD, do Uni�o Brasil, do Solidariedade e do Podemos. A inc�gnita � a participa��o do Cidadania, j� que o PSDB, com quem est� federado, j� anunciou que far� oposi��o ao novo governo.
A press�o para que Simone Tebet n�o aceitasse participar do governo foi enorme, somando-se � pr�pria frustra��o da senadora por n�o ter assumido o Minist�rio do Desenvolvimento Social, como desejava. A pasta foi destinada ao senador Wellington Dias (PT), que governou o Piau� por quatro mandatos, estado no qual Lula teve a sua maior vota��o, proporcionalmente.

Setores da oposi��o que votaram em Simone e muitos que apoiaram Bolsonaro no segundo turno passaram a fazer a leitura de que Lula montou um governo de esquerda, puro sangue, sob o hegemonismo do PT. A hegemonia petista no governo � uma coisa mais ou menos �bvia, at� porque foi Lula que venceu as elei��es.

O hegemonismo � outra coisa: a canibaliza��o dos aliados, na medida em que a correla��o de for�as � favor�vel para isso, como aconteceu nos pa�ses do Leste europeu ap�s a Segunda Guerra Mundial.  
De certa forma, Lula contribuiu para essa leitura. Empoderou a �rea meio com ministros de sua confian�a pessoal – Rui Costa na Casa Civil, Fl�vio Dino na Justi�a, Fernando Haddad na Fazenda, Jos� M�cio Monteiro na Defesa e o chanceler Mauro Vieira –, entregou para a esquerda as pol�ticas sociais e as pastas ligadas aos direitos humanos para os movimentos identit�rios.

Somente nesta semana come�ou, de fato, a amplia��o da equipe em dire��o ao centro, para dar � coaliz�o de governo o car�ter da verdadeira frente ampla que o elegeu no segundo turno.

Pelo andar da carruagem, ao contemplar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), que indicar�o aliados para os minist�rios de Minas e Energia e Integra��o Nacional, Lula te r� sua governabilidade garantida. A capacidade de governan�a j� estava assegurada pela qualidade t�cnica e experi�ncia pol�tica da maioria dos ministros dessas �reas.

Qual � o pomo da disc�rdia dos setores n�o-bolsonaristas que insistem em permanecer na oposi��o? Primeiro, a pol�tica econ�mica de Lula, que n�o prev� um choque fiscal e tem vi�s desenvolvimentista. Esses setores s�o os que mais se beneficiaram com a pol�tica de Paulo Guedes, o ministro da Economia de Bolsonaro, e n�o veem com bons olhos a narrativa de Lula de que os pobres v�o ter renda e os ricos pagar�o mais impostos.

"Qual � o pomo da disc�rdia dos setores n�o-bolsonaristas que insistem em permanecer na oposi��o? A pol�tica econ�mica de Lula, que n�o prev� um choque fiscal"



Em parte, com raz�o, porque a mudan�a de perfil da distribui��o de renda no Brasil somente � poss�vel com a retomada do crescimento. Sem isso, o choque distributivo continuar� dividindo o pa�s: a grande massa da popula��o de baixa renda que elegeu Lula, de um lado, e a maioria da classe m�dia e da elite econ�mica, que apoiou a reelei��o de Bolsonaro, de outro.

De certa forma, essa vis�o contaminou setores da oposi��o que fazem uma leitura economicista do governo e insistem na constru��o de uma terceira via, supostamente progressista, indiferentes � centralidade da quest�o democr�tica, que continua na ordem do dia.

A prop�sito, a semana est� sendo muita tensa por causa das manifesta��es de extrema direita que pedem uma interven��o militar e uma tentativa de atentado terrorista em Bras�lia. O atual comandante do Ex�rcito, general Marco Ant�nio Freire Gomes, antecipou a sa�da do comando da For�a Terrestre para sexta-feira.

Segundo o ministro da Defesa, Jos� M�cio Monteiro, o general J�lio Cesar de Arruda assumir� o cargo no dia 30, �s 10h30. Em �ltima inst�ncia, ser� o respons�vel pela seguran�a na posse de Lula, caso as for�as policiais do Distrito Federal, a Pol�cia federal e a Guarda Presidencial n�o consigam conter os manifestantes bolsonaristas.

A troca de comando na Aeron�utica ser� na pr�xima segunda-feira. O tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno vai assumir o posto do brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, aliado de Bolsonaro. A troca de comando das Marinha ainda n�o foi marcada.
O almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen dever� assumir o cargo, no lugar do almirante Almir Garnier Santos, outro insatisfeito com a vit�ria de Lula. J� o comandante do Estado-Maior das For�as Armadas ser� o almirante de esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire.

Nos bastidores da troca de comandos das For�as Armadas, que seguiu o crit�rio de antiguidade, Lula se reuniu com ex-comandantes do Ex�rcito, da Marinha e da Aeron�utica de seu governo anterior. Eles est�o atuando na transi��o para neutralizar a influ�ncia de Bolsonaro junto aos oficiais generais da ativa.

Embora deixe o posto antecipadamente, o atual comandante do Ex�rcito, general Freire Gomes, fez uma sauda��o de Natal aos subordinados na qual reiterou o compromisso da For�a com a hierarquia e a disciplina.

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