Afetadas pela COVID-19, grandes cidades mineiras v�o ditar rea��o da economia

Vistos em campos opostos como num jogo que banaliza as mortes de milhares de brasileiros provocadas pela COVID-19, as atividades comerciais liberadas nesta semana em cidades como Belo Horizonte, somadas aos registros de �bitos que se aproximam de 100 mil em todo o pa�s, n�o contribuem na discuss�o sobre o tamanho da crise da economia e como enfrent�-la. A hora � de refor�ar a assist�ncia aos empreendimentos afetados em sua capacidade de gerar emprego e renda, ao mesmo tempo em que se busca preservar vidas.

Em Minas Gerais, o comportamento da pandemia ao menos nas tr�s dezenas de munic�pios que s�o os maiores respons�veis pela produ��o da ind�stria, da agropecu�ria e do setor de servi�os � que pode dar sinais essenciais do caminho que o estado ter� de percorrer por uma retomada. Na ter�a-feira, o IBGE mostrou que a ind�stria brasileira cresceu 8,9% em junho, segunda eleva��o mensal, embora ainda incapaz de reverter a perda de quase 27% observada em mar�o e abril, portanto, depois de adotado o isolamento social.

Os resultados da ind�stria nos estados s� ser�o conhecidos na pr�xima ter�a-feira. Quando cruzados os dados que mostram o avan�o do coronav�rus, no grupo dos 10 munic�pios mais industrializados de Minas est�o concentrados 39,9% dos casos de contamina��o. Eles t�m 56.965 registros de pessoas infectadas, do total de 142.828 contaminados em territ�rio mineiro, segundo o boletim epidemiol�gico de ontem da Secretaria de Estado de Sa�de.

A elevada propor��o de casos confirmados da COVID-19 entre cidades que t�m grande participa��o da ind�stria na economia se deve ao peso de munic�pios como BH, Uberl�ndia, Ipatinga, Contagem, Juiz de Fora, Uberaba e Itabira, bastante afetados pela dissemina��o da doen�a respirat�ria. A situa��o � ainda mais dif�cil do ponto de vista do comportamento do setor de servi�os no estado.

Al�m da capital, seis munic�pios mais industrializados de Minas atuam tamb�m como locomotiva do setor de servi�os. O grupo das maiores cidades por esse crit�rio de desempenho na economia registrava ontem 60.432 casos de contamina��o pelo coronav�rus, representando 42,3% do total em Minas. Governador Valadares, no Leste; Montes Claros, no Norte, e Pouso Alegre, no Sul do estado, igualmente muito afetadas pela pandemia, integram essa rela��o.

Os n�meros merecem a aten��o das pol�ticas p�blicas atuais e que precisar�o ser adotadas em favor da volta do crescimento, ap�s a crise sanit�ria. Com base em dados da Funda��o Jo�o Pinheiro, de BH, o setor de servi�os, inclu�dos o com�rcio e a administra��o p�blica, participam com 71,6% da produ��o de bens e servi�os de Minas, medida pelo Produto Interno Bruto. H� estudos da institui��o prevendo queda de 4,7% do setor neste ano.

Contribuindo com quase 23% do PIB estadual, a ind�stria se v� desafiada pelo coronav�rus e pode ter perda de 11,8% em 2020, associada aos efeitos da COVID-19 sobre o consumo em Minas. O IBGE destacou, em sua pesquisa de junho, a forte rea��o de tr�s segmentos importantes para o setor em Minas, as ind�strias automotiva, de bebidas e a extrativa. Contudo, a produ��o industrial brasileira opera cerca de 28% abaixo de n�vel recorde, observado em maio de 2011.

No caso do setor de servi�os, o instituto divulgar� a pesquisa sobre a performance da atividade no dia 13. As informa��es mais recentes, relativas a maio, indicaram retra��o de 0,9% em Minas ante abril, mesma queda verificada na m�dia do Brasil. O estado est� tamb�m entre os maiores tombos, de 17,7%, na compara��o com id�ntico m�s de 2019.

Para os mais importantes munic�pios da agropecu�ria mineira, o drama da crise provocada pela COVID-19 perde intensidade do ponto de vista da transmiss�o da virose. Liderado por Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, o grupo das 10 maiores cidades estruturadas na atividade registrou 19.586 casos de contamina��o, de acordo com o balan�o epidemiol�gico de ontem.

O n�mero de registros equivale a 13,7% das pessoas infectadas no estado. A agropecu�ria, com base em estudo da Funda��o Jo�o Pinheiro, deve ser o �nico setor em Minas com crescimento neste ano, estimado em 6,6%. A despeito da pandemia, o estado espera boas safras de sua maior riqueza do campo, o caf�, soja e a��car.

* A coluna ter� uma breve interrup��o e retorna no come�o de setembro

Foi a varia��o dos pre�os dos produtos in natura (os hortifr�tis) de janeiro a julho em BH, 11 vezes a infla��o de 1,30 medida pelo IPCA, da Funda��o Ipead

O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte dever� receber 240 mil passageiros neste m�s, acr�scimo de 70% ante junho, per�odo em que a circula��o foi de 140 mil viajantes. O n�mero de voos previstos no terminal de Confins, na Regi�o Metropolitana da capital, � de 2 mil, 50% a mais, como informou a BH Airport, concession�ria do aeroporto. Uma vez confirmadas as proje��es, dever�o ser retomadas em agosto 25% das opera��es previstas antes da pandemia do novo coronav�rus.