A mais uma tentativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, de justificar problemas e a falta de solu��es com discurso inapropriado e sem sentido, – na gafe mais recente ele recomendou parar de chorar a crise h�drica –, as empresas respondem com investimentos em energia limpa. � o potencial do Brasil nessa �rea que explica a disposi��o do setor privado, al�m de alguns incentivos localizados, enquanto o governo do qual o ministro participa repete, inclusive contra promessas de campanha eleitoral, o hist�rico da inexist�ncia de planejamento e de pol�ticas p�blicas para ajudar o pa�s a depender menos das gera��es hidro e termel�trica.
Em Minas Gerais, passa de R$ 52 bilh�es a quantia anunciada de 2019 a agosto �ltimo em projetos ligados a energia limpa, principalmente fontes solar e e�lica. S�o, ao todo, 40 empreendimentos, com a perspectiva de criar mais de 6 mil postos de trabalho, acompanhados pela Ag�ncia de Promo��o de Investimento e Com�rcio Exterior de Minas Gerais (Indi). Entre outras companhias, h� investimentos da Solatio, EMGD, CEI e Aurora.
L�der no ranking de estados com maiores pot�ncias instaladas de gera��o de energia solar, Minas tem atra�do tamb�m projetos na �rea de energia movida pela for�a dos ventos, como destaca o diretor de atra��o de investimentos do Indi, Ronaldo Alexandre Barquette. “Na gera��o e�lica, temos grandes projetos em negocia��o e com novidades vindo nas pr�ximas semanas. Todas essas iniciativas s�o vitais para consolida��o da infraestrutura de energia em Minas”, afirma.
As perspectivas s�o positivas, ainda, para projetos de fabricantes de equipamentos e componentes destinados � ind�stria de energia, como da multinacional brasileira WEG. Em abril �ltimo, a WEG anunciou a instala��o de f�brica em Betim, na Grande Belo Horizonte, para produ��o de eletrocentros dedicados � gera��o solar e industrial. A unidade ocupa 5 mil metros quadrados e deve gerar 100 vagas nos pr�ximos tr�s anos.
O grupo sider�rgico Gerdau, tamb�m recentemente, informou que parte de seu plano de investir R$ 6 bilh�es em Minas nos pr�ximos cinco anos ter� como prioridade a produ��o com energias renov�veis em todas as regi�es nas quais atua no estado. A Solatio Energia Livre, joint venture formado pela espanhola Solatio e a mineira CMU, anunciou aporte de R$ 1 bilh�o em energia solar distribu�da, para atendimento � resid�ncias e pequenos estalecimentos comerciais. At� 2023, segundo as duas empresas, R$ 20 bilh�es dever�o ser aplicados em usinas fotovoltaicas de grande porte, que fornecer�o energia a distribuidoras e consumidores de consumo intensivo, a exemplo de shopping centers e ind�strias.
Por mais que os n�meros e o potencial do Brasil, sobretudo do Nordeste e de Minas Gerais, sejam retrato das oportunidades que os governos n�o veem, investimentos requerem tempo, estabilidade econ�mica e pol�tica, oferta de cr�dito e pol�tica p�blica. Dados da Associa��o Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) indicam que a gera��o pr�pria de energia solar atraiu na �ltima d�cada mais de R$ 30,6 bilh�es dos consumidores. S�o cerca de 6,1 gigawatts de pot�ncia instalada solar em telhas e terrenos Brasil afora, sendo 33% instalados no ano passado, a despeito da pandemia de COVID-19.
No ano passado, o pa�s ocupou a 9ª posi��o entre os pa�ses que mais receberam investimentos, incluindo China, Estados Unidos, Vietn�, Jap�o e Alemanha. Minas teria capacidade para gerar mais de 730 megawats em gera��o solar distribu�da. Houve simplifica��o do licenciamento ambiental no estado e contribuiu o benef�cio de isen��o do Imposto de Importa��o incidente em mais de uma centena de modelos de equipamentos de energia solar at� o fim do ano.
Na �rea da energia e�lica, a Associa��o Brasileira de Energia E�lica (ABEE�lica) estima potencial de gera��o de 500 gigawatts, volume que corresponde ao triplo da demanda atual de energia do pa�s. Os investimentos no setor alcan�aram R$ 66,9 bilh�es de 2011 a 2019, considerando-se os aportes em m�quinas e equipamentos, manuten��o e reparos. Em 2020, outros R$ 20,6 bilh�es foram aplicados. No entanto, a participa��o das energias limpas na matriz energ�tica brasileira � modesta. A fonte hidr�ulica ainda representa 61,9%, a e�lica contribui com 8,6% e a solar, 1%.
FARDO
50%
� a participa��o da energia el�trica nos custos da produ��o de leite no Brasil
AVAN�O
A ABEE�lica tem destacado que a participa��o da energia movida pela for�a dos ventos no abastecimento � popula��o brasileira durante o ano passado avan�ou a 9,97% de todo o insumo que alimentou o Sistema Interligado Nacional. O setor forneceu volume suficiente para abastecer 28,8 milh�es de resid�ncias por m�s, cerca de 86,4 milh�es de pessoas.