A escolha do prato principal nas comemora��es de Natal e ano-novo – as carnes – ser� tarefa mais dif�cil neste ano, diante da rota persistente dos pre�os no varejo e das exporta��es de excepcional f�lego que o Brasil vem apresentando. Estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica novo recorde em 2021 das vendas externas de aves e su�nos e diminui��o modesta nos embarques dos cortes de boi ao mercado internacional.
A not�cia � boa para o pa�s, mas n�o, necessariamente, para o consumidor. Hist�rico recente da infla��o mostra a press�o sobre os pre�os da baixa oferta no mercado interno de produtos exportados. As fam�lias v�o depender, portanto, do aumento da disponibilidade das carnes no com�rcio, al�m de outros fatores que interferem, como o comportamento das despesas na produ��o e da infla��o de dezembro, m�s tradicional de alta do custo de vida.
Minas Gerais registrou expressiva eleva��o das exporta��es, de 39,7% entre janeiro e outubro, de carnes de aves e miudezas comest�veis, frescas, refrigeradas e congeladas. A receita no per�odo somou US$ 200 milh�es. As vendas ao exterior de carne su�na fresca, refrigerada ou congelada, alcan�aram US$ 32,9 milh�es, representando avan�o de 13,1% nos primeiros 10 meses do ano frente aos mesmos meses de 2020.
Os embarques feitos pelo estado de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada tiveram crescimento de 19,9% ainda de janeiro a outubro, tendo faturado US$ 739 milh�es. De acordo com o levantamento da Conab, o Brasil poder� vender 4,46 milh�es de toneladas de frango ao exterior neste ano. O balan�o parcial at� outubro foi de 3,75 milh�es de toneladas.
O pa�s j� vivenciou desde o ano passado infla��o impulsionada pelo desequil�brio da oferta interna de produtos destinados ao exterior em grande quantidade e inclusive, de forma preferencial, em per�odos de d�lar valorizado. Contudo, na avalia��o da Conab, as vendas externas de frango chegam ao recorde junto � expans�o de 3% da oferta do produto no Brasil, que passaria de 10,6 milh�es para 10,9 milh�es de toneladas.
Para outra carne preferida nas mesas do Natal e do ano-novo, a su�na, tanto as exporta��es quanto a disponibilidade interna t�m crescido, e atingiram, respectivamente, 1,24 milh�o e 4,45 milh�es de toneladas. No sentido contr�rio, a produ��o e as vendas externas da carne bovina tendem a ser menores em 2021. A Conab prev� produ��o de 8,1 milh�es de toneladas e exporta��es de 2,65 milh�es de toneladas.
O que mais importa, a 20 dias do Natal, � como v�o pesar no bolso do consumidor tantas implica��es sobre os pre�os, da oferta em momento de exporta��es recordes, custos elevados de produ��o e a oportunidade de lucro durante as festas. Com a retomada das vendas de carne bovina do Brasil � China, ap�s as ocorr�ncias do mal da vaca louca em Minas Gerais e Mato Grosso, os pre�os pagos no campo devem se recuperar.
Os produtores de carne de frango e porco tamb�m t�m sido melhor remunerados devido ao crescimento da demanda e das despesas com milho e farelo de soja usados na ra��o que alimenta os animais. � sinal de que as fam�lias v�o continuar pagando alto pelas estrelas da refei��o. A infla��o de novembro, medida pelo IBGE, que deve ser um term�metro desse movimento no com�rcio varejista, tem divulga��o agendada pelo instituto na sexta-feira da semana que vem.
Na Grande Belo Horizonte, o IPCA do per�odo dos �ltimos 12 meses subiu de 10,30% at� setembro para 10,67% at� outubro. As varia��es dos pre�os apuradas at� outubro passaram do dobro da infla��o para frango inteiro (20,08%) e em peda�os (32,28%). A op��o pelos cortes de boi significou pagar por remarca��es variando de 5,86% para a ch� de dentro a 15,72% pela costela. S� a carne de porco fugiu da curva impressionante dos pre�os, com reajustes mais modestos em BH e na �rea metropolitana, de 2,77% nessa base de compara��o. O Natal tende a ser marcado por novo e intenso aperto para os brasileiros e um pa�s que precisa romper o ciclo de estagna��o da economia, refor�ado pela retra��o de 0,1% no terceiro trimestre, como mostrou o IBGE.
PARA O MUNDO
A exemplo das carnes, as exporta��es brasileiras de frutas tiveram especial desempenho de janeiro a outubro �ltimo, com taxas de expans�o frente aos 10 primeiros meses de 2020 de 19,45% em volume (943,26 mil toneladas) e de 22,89% em receita (US$ 925 milh�es). A Conab atribui o resultado � demanda internacional aquecida, baixa no consumo interno, d�lar alto, e aos bons �ndices de produtividade e qualidade do produto nacional.
Consumo
25,8 quilos � a estimativa da Conab para o volume de carne bovina consumida no Brasil por habitante ao ano