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Estado de Minas PEDRO LOBATO

Hora de barrar a infla��o: desafio na mesa do Copom

O Copom confirmou a inten��o de aplicar mais uma eleva��o da Selic "da mesma magnitude" das anteriores. Isso n�o parece suficiente para conter a alta dos pre�os


03/08/2021 04:00 - atualizado 03/08/2021 07:47

Alta de preços dos alimentos pressiona a inflação, que nem as sucessivas elevações da Selic foram capazes de conter
Alta de pre�os dos alimentos pressiona a infla��o, que nem as sucessivas eleva��es da Selic foram capazes de conter (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 21/6/21)


Come�a hoje a reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) que, at� o fim da tarde de amanh�, ter� decidido se aumenta a taxa b�sica de juros (Selic) para 5% ao ano, ou se aplica ao controle da infla��o um aperto ainda mais forte do que o �ndice de 0,75 ponto percentual programado. Essa ser� a quinta entre as oito reuni�es agendadas pelo Banco Central (BC) para 2021.
 
A retomada da economia no Brasil e na maior parte do mundo vem ocorrendo em ritmo mais acelerado do que esperavam governos e analistas. Na semana passada, o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) informou ter revisto de 5,5% para 6% suas proje��es de crescimento mundial do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. Para o Brasil, o FMI elevou as expectativas de 3,7% para 5,3%, destacando o desempenho do nosso com�rcio exterior.
 
Tal ritmo de sa�da da recess�o decorrente da pandemia do coronav�rus tem, contudo, o efeito colateral da eleva��o generalizada dos pre�os de algumas commodities – mat�rias primas e alimentos. Essa infla��o ocorre em ritmo quase t�o r�pido quanto o da retomada da atividade econ�mica, a ponto de as autoridades monet�rias terem dificuldade de definir que parte do fen�meno � passageira e qual poderia ser duradoura.
 
Ante essa d�vida, ao mesmo tempo em que constatou a necessidade de reagir � disparada dos pre�os, a autoridade monet�ria brasileira decidiu, ainda no primeiro trimestre, n�o aplicar de uma s� vez a eleva��o da taxa b�sica de juros (Selic), necess�ria para conter a infla��o. A ideia era n�o impactar negativamente o ambiente de retomada p�s-pandemia.
Assim, a taxa b�sica de juros mais baixa da hist�ria recente do pa�s, que era de 2% ao ano em janeiro, cedeu de forma gradual � press�o dos pre�os. C�lculos feitos em meio ao primeiro trimestre indicavam que a Selic j� poderia ser sido elevada em pelo menos tr�s pontos percentuais, passando a 5% ao ano.
 
Sobravam vozes no mercado financeiro a favor dessa verdadeira pancada na alta geral dos pre�os. Ocorre que, se tudo indicava que os pre�os continuariam subindo nos meses seguintes, tamb�m n�o se descartavam as hip�teses de que o fen�meno n�o avan�asse horizontalmente, ou seja, n�o se espraiasse pela economia e de que, com o esgotamento dos fatores transit�rios, o ritmo da infla��o perdesse tra��o.
 
Foi nessa expectativa que a autoridade monet�ria anunciou, em 17 de mar�o, o processo gradual de normaliza��o da taxa de juros para assegurar o cumprimento da meta anual de infla��o, definida pelo Conselho Monet�rio Nacional (CMN) em 3,75%, com teto de 5,25%. Uma sequ�ncia de quatro eleva��es da taxa b�sica de juros em 0,75 ponto percentual cada uma vem sendo executada desde ent�o.
 
Na �ltima reuni�o, em 16 de junho, quando a Selic teve a sua terceira eleva��o de 0,75 ponto percentual, somando 4,25 pontos percentuais, o Copom confirmou a inten��o de aplicar mais uma eleva��o (a quarta) “da mesma magnitude” das anteriores. Isso n�o parece suficiente para conter a alta dos pre�os. Nesse caso, a taxa Selic chegaria aos 5% ao ano.

PRESS�ES

Ao apontar as raz�es que levaram a autoridade a manter as eleva��es da taxa b�sica ao longo desse per�odo, o comit� reconhece que as expectativas de perda de f�lego da infla��o, alimentadas em mar�o, n�o se confirmaram. “A persist�ncia da press�o inflacion�ria revela-se maior do que o esperado, sobretudo entre os bens industriais”, diz a ata da quarta reuni�o de 2021.
 
Na verdade, a tal persist�ncia n�o deu, at� agora, sinais de arrefecimento expressivo. Pelo contr�rio, os fatores de press�o inflacion�ria ganharam, nas �ltimas semanas, caracter�sticas t�o duradouras quanto de efeito horizontal, como as tarifas de energia el�trica e o pre�o do g�s.
 
Os brasileiros s� saber�o como se comportou a infla��o oficial no m�s passado quando o IBGE divulgar o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), na semana que vem. Mas a pr�via contida no IPCA-15, divulgado no dia 23, n�o � animadora. A varia��o m�dia dos pre�os no per�odo de 15 de junho a 14 de julho indicou aumento m�dio de 0,72%, o maior para o m�s desde 2004. A tarifa m�dia de energia el�trica foi o item que mais pesou, com aumento de 4,79%, motivado pelo acionamento das usinas t�rmicas (gera��o mais cara) para cobrir a baixa dos reservat�rios h�dricos durante a seca.

TEND�NCIAS

Parece claro que a tend�ncia n�o � exatamente de queda geral de pre�os. Ontem, o boletim Focus, contendo proje��es semanais colhidas pelo Banco Central junto a dezenas de agentes financeiros, elevou a expectativa de infla��o anual para 6,79% e de que 2021 termine com a taxa Selic em 7% ao ano.

Neste momento, n�o � totalmente improv�vel que o Copom reveja o aumento da taxa b�sica de juros prevista para amanh� e v� al�m de 0,75 ponto percentual. � claro que o aumento do custo do dinheiro trabalha contra o investimento no crescimento da produ��o e do emprego. Mas tamb�m � certo que a infla��o � o imposto mais pesado que se pode cobrar dos mais pobres.

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