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Estado de Minas COLUNA

Infla��o vai continuar em todos os pa�ses, pressionando alta dos juros

A Guerra agravou a escassez e aumentou as incertezas quanto � normaliza��o da economia mundial


12/04/2022 04:00 - atualizado 12/04/2022 07:14

combustíveis
Aumento nos pre�os dos combust�veis e de alimentos e insumos industriais espalham infla��o pelo mundo (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 5/4/22)


Podem estar erradas as an�lises, inclusive as de autoridades monet�rias do Brasil e do exterior, que alimentam a expectativa de revers�o, a partir de junho ou julho, do atual processo inflacion�rio. Nos �ltimos dias, a acelera��o dos pre�os de itens b�sicos, como combust�veis e alimentos, e a r�pida transmiss�o desses aumentos para os demais setores da economia evidenciaram a universalidade e a complexidade do fen�meno.
 
Afinal, foi mais forte do que se pensava o choque de oferta provocado pelas paralisa��es de boa parte das atividades econ�micas durante a pandemia da COVID-19. Al�m disso, o que agora se constata s�o os efeitos de um choque de demanda provocado por medidas antic�clicas adotadas para mitigar os efeitos da crise sanit�ria.
 
De um lado, os meios de produ��o, principalmente os industriais, foram e continuam sendo afetados pelo desarranjo das cadeias de suprimento (faltam mat�rias-primas e pe�as). A retomada do fornecimento desses itens n�o tem como ser mais r�pida. Trata-se de uma mir�ade de fornecedores espalhados pelo mundo, dependentes de uma log�stica que tamb�m foi afetada.
 
De outro lado, o derrame de dinheiro feito pelos governos da maioria dos pa�ses, incluindo os aux�lios emergenciais, combinado com as limita��es impostas pelos prolongados lockdowns, estimulou o consumo (on-line) de bens, em lugar dos gastos com servi�os e lazer. Finda a pandemia, � grande a disposi��o de parte dos consumidores de ir �s compras, configurando, assim, um choque de demanda.
 
Esse desequil�brio nos mercados j� seria suficiente para provocar a alta dos pre�os, pelo menos enquanto durar a fase de sa�da da pandemia. Mas, como nada � t�o ruim que n�o possa ficar pior, ocorreu em 24 de fevereiro a invas�o da Ucr�nia pela R�ssia. Assim como no in�cio da pandemia, havia a esperan�a de que esse conflito armado durasse apenas algumas semanas e que suas consequ�ncias n�o fossem al�m de poucos mortos e feridos e de algum dano � economia.
 
N�o � o que ocorre. J� estamos perto de fechar a segunda quinzena de abril e o fim dos combates n�o parece pr�ximo. A guerra agravou a conjuntura de escassez e aumentou as incertezas quanto � normaliza��o da economia mundial, da qual a infla��o e a pol�tica de juros do Brasil se tornaram ref�ns.

Infla��o


Em nosso pa�s, os primeiros efeitos negativos j� puderam ser percebidos na infla��o de mar�o, medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 1,62% em rela��o ao m�s anterior. O aumento foi puxado pelos combust�veis e pelos alimentos que, juntos, responderam por 72% do �ndice do m�s.
 
Com esse empurr�o, a infla��o oficial acumulada no ano j� � de 3,20%, perto da meta de 3,50% estabelecida para todo o ano 2022. Nos 12 �ltimos meses, o �ndice acumula aumento de 11,30%.
Esse resultado deixa a taxa b�sica de juros (Selic) apenas 45 pontos-base acima da infla��o durante os pr�ximos 22 dias. S� depois disso � que o Banco Central (BC) projeta elev�-la para 12,75%.
 
� fato que a autoridade monet�ria brasileira tem estado � frente dos demais bancos centrais no endurecimento da pol�tica monet�ria, mantendo sua taxa b�sica acima da infla��o dom�stica. O que se discute hoje � se ser� poss�vel interromper o ciclo de alta da Selic a partir de 4 de maio, como pretende o BC. Em outras palavras, a d�vida � se at� l� a infla��o j� ter� batido no teto, aqui e no resto do mundo.
 
No Reino Unido, a infla��o de 0,8% em mar�o empurrou o �ndice acumulado em 12 meses para 6,2%, ultrapassando em muito a meta de 2% prevista para 2022 pelo Banco da Inglaterra. Na Alemanha, pa�s muito dependente do fornecimento de petr�leo e g�s natural da R�ssia, a situa��o � ainda pior. A infla��o de mar�o cresceu 2,5% em rela��o a fevereiro, elevando para 7,3% o �ndice acumulado em 12 meses.
 

Recess�o


Em toda a chamada Zona do Euro, a infla��o puxada pelos combust�veis e por itens da alimenta��o b�sica varia entre 6% e 7%, conforme as necessidades de importa��o de cada pa�s. A verdade � que a guerra envolve pa�ses que pesam no mercado de commodities. A Ucr�nia � um dos maiores produtores de milho do mundo, al�m de ser grande exportador de trigo e de fertilizantes.
 
Belarus tamb�m tem peso no mercado mundial de trigo, ao lado da R�ssia, que, al�m de exportar esse cereal e insumos para a produ��o de fertilizantes, � o terceiro maior produtor mundial de petr�leo e g�s natural.
 
A simples aus�ncia desses tr�s players do mercado mundial impacta negativamente a oferta e, em consequ�ncia, aumenta os pre�os e compromete contratos para os pr�ximos meses. Do outro lado do Atl�ntico, os Estados Unidos, maior economia do mundo, enfrentam uma inesperada infla��o que j� beira os 8% ao ano.
 
Perdas de 6% a 8% sobre o poder de compra de moedas fortes como a libra, o euro e o d�lar doem tanto ou mais do que as de dois d�gitos sobre o nosso sofrido real. Sim, � preciso combater ou, pelo menos, mitigar os efeitos dessa corrida de pre�os. Mas, por falar em pre�o, se forem adotados juros mais altos, o que ter� de ser pago, pode ser o de uma indesejada recess�o. Os pa�ses ricos estariam dispostos a pag�-lo? Por enquanto, n�o.

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