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Estado de Minas M�DIA E PODER

Ex�rcito n�o poderia punir quem mandou Pazuello transgredir o regulamento

Para punir o insubordinado, o comandante do Ex�rcito teria que chegar em o quem o mandou subir no palanque, o comandante em chefe supremo das For�as Armadas


04/06/2021 08:53 - atualizado 04/06/2021 09:22

Bolsonaro em ato no Rio de Janeiro que gerou a polêmica sobre Pazuello(foto: André Borges/AFP)
Bolsonaro em ato no Rio de Janeiro que gerou a pol�mica sobre Pazuello (foto: Andr� Borges/AFP)


Passou ao largo de toda a an�lise sobre a transgress�o do ex-ministro Eduardo Pazuello e a decis�o do Ex�rcito de n�o puni-lo o fato de que ele n�o agiu de livre e espont�nea vontade.

Para puni-lo, seria preciso descobrir quem mandou e se chegaria em quem o Ex�rcito n�o pode punir, o comandante em chefe das For�as Armadas, nada menos que o presidente da Rep�blica.


O artigo 57 do regulamento disciplinar, que d� base a todos os argumentos para puni-lo, sob pena de desmoraliza��o da disciplina e da for�a terrestre, estabelece que o militar na ativa n�o pode participar de manifesta��o pol�tico-partid�ria, salvo quando autorizado.

“Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza pol�tico-partid�ria.”
A linha de defesa deve ter sido a mesma do presidente, que, logo depois da m� repercuss�o, proibiu as For�as Armadas de emitirem qualquer nota a respeito. Imagino que tivesse dito:

- Foi eu que mandei.; Quem tem que ser punido sou eu. - E para os pr�prios bot�es: - V�o encarar?

Quem pode mandar nas tr�s for�as e no comandante dela, pode mandar em um dos seus subordinados, claro. Quem pode 100, pode um.

� bem poss�vel que o Bolsonaro que imp�s tamb�m negociou.

Ele n�o foi ao Amazonas dias depois apenas inaugurar uma ponte de 18 metros de madeira constru�da pelo Ex�rcito, mas para colocar no mesmo avi�o os chefes das tr�s for�as, inclusive o direto de Pazuello, o comandante Paulo S�rgio Nogueira de Oliveira, a quem caberia formalmente o arquivamento do inqu�rito.

Entre as turbinas e durante a inaugura��o, claro que conversaram a respeito e � bem prov�vel que Bolsonaro tenha oferecido gentilezas em troca da cabe�a do amigo que derrapou no Rio de Janeiro, empurrado por ele e nomeado em novo cargo algumas semanas depois. No discurso de inaugura��o, ampliou os afagos.

O que pode ser pior do que sup�e a v� filosofia de toda a an�lise publicada ontem, de jornalistas a pol�ticos a celebridades.

Pior do que mandar um subordinado descumprir a lei para afrontar as institui��es, se for verdade, o presidente tamb�m parece saber colocar panos quentes, como qualquer velha raposa pol�tica que tira a meia sem descal�ar o sapato.

Mais estrat�gico e menos sangu�neo do que se sup�e, sabe morder e assoprar. Avan�a e recua, at� conseguir o que quer. O que o torna mais perigoso, a se dar cr�dito �s evid�ncias de que namora com um golpe.

Diante da ordem de n�o publicar qualquer nota, da determina��o, pedido ou troca de gentilezas para n�o punir o insubordinado, o Ex�rcito, claro, afinou. E abriu um flanco de alto risco para afinar de novo.


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