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Estado de Minas M�DIA E PODER

Nojo a muleta Alckmin exp�e vis�o econ�mica deturpada do petismo

Por ignor�ncia, dissimula��o ou esp�rito de tropa, economistas respeitados do partido defendem princ�pios antiliberais para humilhar Alckmin e detonar alian�a


18/01/2022 06:00 - atualizado 17/01/2022 20:11

Geraldo Alckmin e Lula
As apostas ficaram em at� quanto Alckmin suporta a humilha��o e Lula a alimenta (foto: Ricardo Stuckert/Ag�ncia PT)
Na �ltima semana, o presidente do diret�rio paulista do PT e ex-ministro de Lula, Luiz Marinho, disse claramente ao Estad�o que tem "ojeriza ao perfil do Alckmin".

Praticamente imp�s ao tucano penit�ncia de joelhos se tem alguma pretens�o de se aliar ao partido na condi��o de candidato a vice de Lula:

- (Ele) vai ter de passar a falar diferente. Ele tem de saber que estar� defendendo um projeto que tem CPF, tem lado, tem CNPJ. Ele tem de se tornar engol�vel. � disso que se trata.

Nesta segunda, o deputado federal Ruy Falc�o disse em longa entrevista � Folha de S.Paulo que Lula n�o precisa dessa "muleta eleitoral" e filiados do diret�rio do Butant� fizeram uma peti��o contra a alian�a, organizada por Daniel Kenzo, a fim de "zelar pela vida do companheiro Lula".

Seriam apenas mais fa�scas na fogueira com que petistas vem torrando a alian�a com o tucano, n�o se tratassem de luminares do partido e estivessem ecoando o que tantos outros da mesma estatura v�m insinuando em palavras, gestos e a��es.

De tal monta, que s� certa pusilanimidade do ex-governador explica que ainda aceite se submeter �s condi��es impostas �s custas de dobrar a espinha, n�o �s suas convic��es pol�ticas mas a seu pr�prio respeito pessoal, por um alian�a que lhe favorece pouco.


Ruy Falc�o e outro luminar, Jos� Geno�no, tinham encabe�ado um abaixo-assinado eletr�nico contra a alian�a e a mais proeminente deles, a presidente do partido, Gleisi Hoffman, saiu em defesa ostensiva de tudo quanto tese anti liberal possa criar constrangimento para que ela aconte�a.

— N�o tem necessidade de carta ao povo brasileiro (...) e n�o tem mimimi do mercado.

Que por sua vez ecoavam artigo do ex-ministro Guido Mantega, publicado como proposta de plano de governo na mesma Folha, e reuni�o na funda��o Perseu Abramo. Onde ele e outros economistas eminentes, como Aloizio Mercadante, davam certo respaldo cient�fico �s suas diverg�ncias oce�nicas com o talvez futuro vice.

Defendiam pontualmente a revoga��o da reforma trabalhista, do teto de gastos e de qualquer privatiza��o, atual ou futura, como se estivessem desenhando para Alckmin as suas convic��es e ao mesmo tempo as suas incompatibilidades hist�ricas.

Como a ojeriza ancestral que t�m � responsabilidade fiscal e � muleta do que chamam "neoliberalismo", a pecha maldosa com que carimbaram na testa dos tucanos uma voca��o para a insensibilidade social.

� maneira de Marinho, Falc�o, Kenzo e Gleisi, procuraram deixar claros o nojo ao esp�rito de muleta aleijada do pol�tico liberal conservador que estaria tendo a cara de pau de insistir numa alian�a que n�o lhes interessa. Entre o partido sacrossanto que defende os pobres e humildes e o representante reacion�rio dos ricos e do capital.

No ritmo do baile e de alguns poucos bombeiros dos dois lados tentando manter a alian�a de p�, as apostas ficaram em at� quanto Alckmin suporta a humilha��o e Lula a alimenta, na medida em que n�o exerce sua autoridade para enquadrar os companheiros. 

A seu jeito de deixar a pe�ozada brigar para faturar de conciliador no final, estabeleceu que ningu�m fala por ele, mas tamb�m n�o deixou de tirar uma casquinha no apelo midi�tico da revoga��o da reforma trabalhista. Elogiou mobiliza��o semelhante na Espanha.

O que me importa pouco. Meu ponto � o quanto ele, seus luminares e o partido que se candidatam de novo a comandar esse pa�s gigante e miser�vel, numa de suas fases mais dram�ticas, acreditam nas bobagens que falam.

E minha conclus�o � a pior poss�vel. Ou acreditam, o que � muito ruim, ou n�o, que � pior: dissimulam e manipulam para fins eleitorais ou por desonestidade intelectual. Sonegam ao eleitorado que:

  1. Neoliberalismo � uma fic��o que nunca deu as caras nesse pa�s de economia facista, de estado indutor de todo investimento, patr�o de uma nobiliarquia burocr�tica que come mais da metade do Or�amento e financiador do sistema banc�rio que come o restante em juros.

  2. Reformas estruturais e mecanismos para enxugar e conter o Estado, como a trabalhista, o teto de gastos e as privatiza��es, � que induzem o crescimento gerador de riquezas, impostos e empregos.

  3. O peso da m�quina que querem inchar com mais subs�dios e programas sociais produz mais impostos e obriga��es legais que enforcam os milhares de pequenos empreendedores que tocam a economia. Pergunte a um dono de boteco ou padaria amedrontados de contratar se ele � a favor de mais encargos e obriga��es trabalhistas de que Lula tanto gosta.

No plano da honestidade intelectual, ou falta dela, me horroriza que um economista de tantos t�tulos e hist�ria como Aloizio Mercadante venha falar de "economia popular" em oposi��o ao que seria uma economia da elite.

Ou como gostam de dizer e ele repete, "da Faria Lima", onde est� o baronato do mercado financeiro que, segundo o pr�prio Lula, deveria vir de joelhos agradecer o que seus governos fizeram por ele.

Salvo melhor demagogia, n�o existe "economia popular" assim como n�o existe um jeito de direita ou de esquerda de varrer rua, como ensinou numa frase lapidar o prefeito de Nova York que virou nome de aeroporto, Fiorello La Guardia.

Existe demanda e oferta administradas com o m�nimo de encargos  e interven��o do governo, para baratear o custo e a liberdade de produzir. Evitar abusos de concorr�ncia e n�o favorecer desequil�brios para os amigos, como ali�s fizeram quatro governos petistas atrav�s do BNDES.

Em que haja responsabilidade fiscal, simplifica��o tribut�ria e investimento estrutural que d� condi��es equivalentes de produ��o e competi��o. Subs�dios e programas de assist�ncia social devem ser mecanismos m�nimos de corre��o de desequil�brios passageiros e n�o base de um programa permanente de um governo.

Pode ser que seu conceito de "economia popular" seja a velha matriz de seus quatro governos. Despejar dinheiro nas camadas mais pobres em forma de doa��o ou de cr�dito barato, consignado para o funcionalismo, na ilus�o de produzir desenvolvimento pelo consumo turbinado artificialmente. 

Que nada mais s�o do que os tais mecanismos de uma economia propriamente dita, sem adjetivos, transit�rios por que insustent�veis a longo prazo, como se provou at� a quebra do pa�s em 2013. Quando os subs�dios pararam de fazer efeito, quebraram o Caixa da Uni�o, e a popula��o endividada parou de comprar.

Como � imposs�vel que Mercadante seja ignorante a respeito disso tudo, ele s� pode estar dissimulando. Conjunturalmente, com fins eleitorais. Estruturalmente,  repetindo o velho cacoete dos intelectuais de partido, os chamados org�nicos no conceito de Antonio Gramsci, colocando os interesses de seu grupo acima da isen��o cient�fica e de sua liberdade de pensamento.

N�o estivesse manipulando e sendo intelectualmente honesto, poderia estar ensinando que liberalismo n�o � coisa do Alckmin e nem oposi��o � esquerda. � um princ�pio universal de igualdade que, junto com o ceticismo cient�fico, empurra o mundo desde o iluminismo.

Com algumas diferen�as de enfoque entre direita e esquerda. Sim, existe o liberal de direita, conservador, com foco priorit�rio na liberdade individual contra o excesso de Estado. E existe o liberal de esquerda, com mais �nfase no coletivismo e no intervencionismo estatal. 

Mas ambos na defesa de condi��es iguais, universais, para todos. N�o de privil�gios para nichos e guetos que todos os luminares do partido v�m defendendo � frente de grandes movimentos sociais desde a Constituinte de 1988. 

Alckmin � um liberal de direita, com ideias diferentes de como buscar a mesma coisa que um bom liberal de esquerda defenderia: condi��es estruturais para desenvolvimento e produ��o de riqueza em busca de igualdade e justi�a social.

Demoniz�-lo como se v�m fazendo com o respaldo de economistas como Mercadante � altamente desonesto, se n�o for s� ignor�ncia.




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