
O desinteresse dos vendedores ficou logo marcado, quando entrei em uma loja e os vendedores continuavam com as suas conversas ao telefone, ou em papos alegres, no fundo da loja. Sinceramente eu me senti constrangido em atrapalhar uma conversa t�o alvissareira. Por fim, ao me atender, o prazer de dizer que n�o tinha as cores desejadas, ou o modelo solicitado parecia uma forma de vingan�a.
Eu n�o perdoo. Ao ser mal atendido, sempre chamo o gerente. E este era pior que o vendedor. Nervoso, dono da verdade, fez-me sair ainda mais r�pido daquele lugar temeroso.
Mas, tentei outras lojas. Numa delas, os dois vendedores estavam almo�ando. Perguntei pelo pre�o do produto e me disseram. “Est� a� no produto”. E continuaram almo�ando na sua santa paz. Outro constrangimento. Tamb�m, fui comprar no hor�rio do almo�o! Sair para comprar uma cadeira de home-office no hor�rio do almo�o foi o meu erro!
Achei o produto que eu queria! Perguntei sobre a garantia. Achei 90 dias muito pouco. E recebi a informa��o de que cadeira quebra mesmo. Ao sair de uma para outra loja, fui abordado por duas senhoras, que me avisaram para n�o comprar de forma nenhuma numa loja ao lado, pois tinham acabado de serem maltratadas, porque queriam trocar um produto que deu defeito e a empresa n�o queria cumprir o que havia prometido. Elas estavam visivelmente nervosas e revoltadas. Refor�aram comigo: "N�o compre l�, voc� vai se arrepender".
Foi uma caminhada de muitos quarteir�es. De um lado e do outro. S� recebi atendimento demorado, grosseiro, desinteressado e sem conhecimento dos produtos que estavam a venda. Percebi que h� um combate negativo entre as lojas, pois, cada uma fala para tomar cuidado com as outras, pois elas nem sempre falam a verdade sobre o material de fabrica��o de seus produtos. Um perfeito toma l�, d� c�, em pleno polo moveleiro.
Se os comerciantes desta regi�o continuarem desfazendo dos clientes, oferecendo um atendimento de baix�ssimo padr�o, sem uma filosofia, mesmo que a mais simples de marketing, em breve veremos ainda mais lojas fechando as portas.
Sem uma pol�tica de pre�os bem definida, com lojas sujas e escuras, com vendedores que mais parecem walking dead, ou os donos da verdade, sem demonstrar humildade e sem capacidade de ouvir os clientes, a avenida vai ficar cinzenta, vai continuar sendo uma via de liga��o apenas e n�o um belo shopping a c�u aberto, como os clientes desejam.
Eles n�o podem acusar a pandemia, a economia, os clientes exigentes, ou os fornecedores de seus estoques. Todos os segmentos passam por dificuldades, mas, muitos deles tem um m�nimo de marketing em suas formas de atua��o e t�m considera��o com os seus clientes e colocam profissionais para o atendimento e vendas. Ainda d� tempo. A imagem desse polo moveleiro ainda tem salva��o. Os clientes devem voltar em breve, em maior n�mero, mas, eles precisam ser bem atendidos, recebidos de bra�os abertos, com educa��o, e por profissionais com no��o de t�cnicas de vendas e conhecedores de relacionamento humano.
Vou torcer para que as lojas da avenida sejam um ponto identificado, selecionado e quem sabe, at�, preferido pelo seu p�blico-alvo. E que haja bons relacionamentos, muitas vendas e satisfa��o efetiva dos seus clientes.
O marketing n�o aparece por acaso. � preciso ir busc�-lo, plant�-lo em terrenos f�rteis, faz�-lo crescer e colher os seus belos resultados. O ano seguinte pode ser o ano de virar a mesa, o criado, a cadeira, as poltronas, e obter muito sucesso. Que a avenida seja conhecida e destacada pelo seu poder de marketing.