
H� mais ou menos um m�s decidi viajar pela segunda vez na pandemia. Um tempo para sair dessa nova rotina que estamos obrigadas a viver conciliando todos os pap�is ao mesmo tempo no cuidado com os filhos, com a casa, com a alimenta��o e ainda, gerindo empresa e sendo criativa nesse momento em que, encontrar oportunidade em momento de dificuldade faz mais sentido do que nunca.
burnout.
Para esclarecer, a bolha da sociedade � quem pode pagar por uma rede de apoio, morar em uma casa espa�osa, confort�vel e com belo jardim ou piscina e claro, permitir que seus empregados trabalhem indo e vindo da suas resid�ncias para te servir, se arriscando no cont�gio nos transportes p�blicos. A bolha da sociedade � composta pelas pessoas que s� pensam nos problemas, ou n�o, delas mesmas.
Mas como ser criativa e gerir uma empresa, ou tr�s, no meu caso, em meio a tantas demandas por parte dos filhos e cobran�as por parte da fam�lia e do trabalho? Se voc� n�o vive na bolha da sociedade, voc� est� � beira do Para esclarecer, a bolha da sociedade � quem pode pagar por uma rede de apoio, morar em uma casa espa�osa, confort�vel e com belo jardim ou piscina e claro, permitir que seus empregados trabalhem indo e vindo da suas resid�ncias para te servir, se arriscando no cont�gio nos transportes p�blicos. A bolha da sociedade � composta pelas pessoas que s� pensam nos problemas, ou n�o, delas mesmas.
Convivendo com mulheres com os mesmos perfis, que trabalham em busca de trazer apoio financeiro e pagar as contas, morando em seus apartamentos sem �reas de lazer e cercadas pelos filhos, que n�o podem descer para o playground e tampouco frequentar escola, entendo que temos muito em comum e que � necess�rio oferecer ajuda, apoio, mesmo que seja escutar e oferecendo um ombro, uma escuta, uma palavra de apoio: amigas, estamos juntas.
S�o essas mulheres reais que enfrentam os desafios di�rios e, se permitir essa troca de viv�ncias ser�o acolhidas pelas suas iguais. O desabafo nos ajuda e nos aproxima, falar faz com que possamos nos sentir mais leves, a entender que n�o estamos sozinhas.
Lembrando que 65,6% dos demitidos durante a pandemia foram mulheres. E a mensagem da bolha chega assim: "Aproveite esse momento para encontrar seu prop�sito e se auto conhecer". Oi?
A real � que n�o existe plenitude quando voc� precisa alimentar seus filhos, pagar suas contas e torcer para que algu�m da sua fam�lia n�o perca o emprego, enquanto voc� se debru�a sobre o notebook entre 8 e 21h30 da noite tentando terminar uma "to do list" que parece n�o ter fim.
Rede de apoio n�o existe mais... Na pandemia, algumas empresas inovadoras demitiram e outras contrataram. Por�m, sem conhecimento dessa tal transforma��o digital acelerada, a inseguran�a nos leva ao isolamento, temos vergonha de nos expor e pedir ajuda. � uma caracter�stica comum do ser humano, n�o podemos mostrar que as fotos do instagram n�o s�o reais, que aquele sorriso esconde uma ansiedade cr�nica e uma impot�ncia em aprender nas in�meras aulas gratuitas que pipocam na sua timeline e voc� mesmo se inscrevendo, n�o consegue assistir.
N�o t� certo que pedir ajuda fa�a parte da nossa cultura e que s� as apar�ncias importam.
Observamos nas not�cias do dia o mercado da tecnologia crescer, IPO's acontecendo e bilion�rios tupiniquins se destacando na capa da Forbes.
Voltando ao mundo real, como acompanhar esse crescimento sem pensar nas pessoas? Como inserir essas mulheres nesse ecossistema acelerado e crescente sem o exerc�cio da escuta? Sem entender como inserir essas profissionais potentes nesse ecossistema milion�rio? Quem s�o essas profissionais que est�o dispon�veis e como elas podem ajudar essas empresas a continuar produzindo milh�es na oportunidade trazida pela transforma��o digital? Burnout.
Para essas mulheres que est�o em situa��o de desalento, fica a mensagem: busquem acolhimento em grupos de apoio e em comunidades femininas para se desenvolverem e se fortalecerem juntas, onde ainda existe empatia, onde ainda faz sentido o apoio m�tuo e a sororidade.
Enquanto escrevo esse artigo, pouso em ilh�us, ser�o 5 dias apenas. Sinto-me privilegiada, porque decidi me permitir parar nesse momento, antes do burnout que j� me paralisou uma vez dois anos atr�s. Decidi colocar os p�s na areia, tomar um vinho com duas amigas na praia, com todo cuidado que a pandemia exige, sem filhos e sem culpa. Se cuida!