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Estado de Minas VITALidade

O balan�o de um ano dif�cil: h� o que comemorar?

Ningu�m sair� ileso desta �poca t�o tr�gica quanto a da pandemia. Mas devemos ter esperan�a de que dias melhores vir�o


03/01/2022 06:00 - atualizado 04/01/2022 10:43

idosos de branco
(foto: Pixabay)


Por Jos� Milton Cardoso Jr e Juraciara Vieira Cardoso


Vivenciamos anos dif�ceis. 2020 e 2021 foram um grande teste para a humanidade. Teste de sobreviv�ncia, teste de sanidade mental, teste de capacidade adaptativa e de muita resili�ncia. 

Todos n�s passamos por momentos dif�ceis: muitos adoeceram e pereceram, muitos perderam entes queridos e amigos, muito perderam relacionamentos duradouros e at� esta pandemia eram muito robustos, por�m com as adversidades inerentes � cat�strofe sanit�ria que vivenciamos, n�o conseguiram sobreviver. N�o podemos minimizar o quanto esta fase impactou a vida de todos n�s. Creio que ningu�m sair� ileso desta �poca t�o tr�gica. 

A pandemia nos trouxe grandes traumas ps�quicos, f�sicos, emocionais, sociais, econ�micos, pol�ticos e, principalmente no nosso pa�s, uma dicotomia ca�tica entre os que perceberam a gravidade da situa��o ora vivenciada e os que, por in�meros motivos e que n�o ser�o aqui avaliados, se negaram a reconhecer o qu�o grave apresentou-se esta doen�a.

O SARS-Cov 19, uma part�cula viral min�scula que nem pode ser considerado um ser vivo ceifou a vida e os sonhos de muitas pessoas e ainda ocasionar� muitas dificuldades sociais, econ�micas e de sa�de da humanidade. 

Ao mesmo tempo descortinou uma capacidade robusta e inquestion�vel do ser humano, que � sempre lutar pela sobreviv�ncia: lutou-se incessantemente para salvar vidas e desenvolver uma vacina que contivesse a expans�o da pandemia. Em tempo recorde foram desenvolvidas as vacinas que mudaram o curso da doen�a. 

Em todos os locais onde a vacina foi ministrada na maior parte da popula��o o n�mero de �bitos apresentou evidente redu��o, obra da imuniza��o, que n�o apenas protege quem se vacinou, mas tamb�m reduz o n�mero de pessoas que possam ser vetores do v�rus e contaminar outros. Seu papel � incontest�vel em conter a expans�o da pandemia. Mesmo os que adoeceram tendo tomado a vacina, em sua imensa maioria, apresentaram sintomas mais leves do que se n�o houvessem sido imunizados. Cremos que, mesmo com novas variantes que j� est�o circulando e outras que provavelmente surgir�o, o pior j� passou. Eis a nossa real esperan�a. 

Finalizando este ano de 2021 surge a pergunta: temos o que comemorar? Creio que sim. 

Deparamos com v�rias reuni�es familiares em comemora��o � festa do Natal que n�o aconteciam h� dois anos. Que felicidade presenciar encontros de gera��es que n�o se viam h� tantos meses. Que alegria perceber os bons sentimentos que unem os la�os familiares e de amizade. Que satisfa��o vivenciar abra�os t�o afetuosos e l�grimas que expressavam tanta emo��o boa de reencontros festivos. 

Olhamos nos olhos de v�rios idosos que recobraram, mesmo que por alguns instantes, o brilho da esperan�a e a alegria de estar vivo para vivenciar aquele beijo t�o carinhoso e t�o rico em bons sentimentos. Olhos que se renovaram em sua forma de enxergar a vida. Parece que a vida voltou a ter colorido.

Percebemos que muitos foram os preju�zos vivenciados por esta turminha mais idosa: tiveram preju�zos f�sicos pela imobilidade, adoeceram mais, tanto f�sica quanto emocionalmente, perderam vitalidade e pessoas queridas, foram assolados pelo medo da morte e desespero da solid�o, j� que foram os que mais se isolaram. Pensemos nisso: qu�o dif�cil � estar isolado quando o seu c�rculo de relacionamentos j� � t�o restrito? Sim...... as perdas foram incomensur�veis, mas ao que parece, vencemos. 

Vencemos devido � nossa humanidade, capacidade de doa��o, generosidade, esp�rito de companheirismo e amor ao pr�ximo. Sobrevivemos devido ao esfor�o de muitas profiss�es que se esmeraram no cuidado ao seu semelhante, n�o importando quanto risco estavam expostos, mas este cuidado cobrou seu pre�o: quantos profissionais envolvidos no cuidado dos doentes tamb�m perderam sua vida? Muitos. Muitos. Muitos.

Fica aqui o nosso profundo respeito a estas pessoas que incansavelmente lutaram para salvar seu pr�ximo. Tenhamos reconhecimento a estes profissionais. 

Voltando ao tema proposto no t�tulo, respondemos: Sim, temos muito que comemorar. Comemorar a manuten��o dos nossos la�os de amizade, nossos v�nculos familiares, nosso amor �s pessoas que nos s�o preciosas. Festejar o nascimento de um novo ano. Ter esperan�a de que dias melhores vir�o. Nos imbuir em uma corrente de otimismo e expectativas positivas. Vivenciar a m�gica da vida. Sim, repetimos, temos muito que comemorar. 

Apesar das perdas t�o tristes, sobrevivemos e aqui estamos para lutar pela reconstru��o de uma sociedade mais humanizada, coesa e principalmente menos ego�sta. Temos de extrair algo de bom desta pandemia. Ela tem de nos ensinar algo. Ensinar sobre a nossa efemeridade. Ensinar sobre a nossa fragilidade. Ensinar sobre a nossa capacidade de supera��o. Ensinar sobre nossa vontade de viver e dar mais valor a cada dia que acordamos e temos condi��es de fazer deste novo dia um dia melhor de ser vivido, inclusive facilitando um pouco o existir das pessoas que nesta data cruzamos. 

Vamos comemorar este in�cio de ano com a convic��o de que teremos dias mais amenos e mais felizes. Sejamos otimistas. Sejamos resilientes. Sejamos humanos. Sejamos amigos. Exercitemos nossa capacidade de amar. 

Festejemos a vida. Vivamos na plenitude. Exercitemos todos os dias a gra�a e a d�diva de continuarmos bravamente sobrevivendo, apesar das dificuldades e esperan�osos de que o caos foi vencido e que dias melhores h�o de brotar. 

Desejamos a todos um 2022 repleto de paz e sa�de. Acreditemos nisso. Apesar do balan�o de 2021 evidenciar um ano ca�tico, quem sabe ao t�rmino de 2022 possamos ter mais o que comemorar do que nos queixar. Fica a� nosso sincero desejo a todos que nos acompanham nesta coluna. Enorme abra�o a todos. 

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