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Estado de Minas VITALidade

A hist�ria da vacina e sua import�ncia para o controle de doen�as

Esta grande conquista da sa�de p�blica brasileira n�o pode ser perdida, com risco de recrudesc�ncia de v�rias doen�as at� ent�o erradicadas


24/10/2022 06:00 - atualizado 22/10/2022 13:12

Profissional de saúde com avental azul e máscara e toucas brancas, com uma seringa de vacina nas mãos
Vacina contra o Coronav�rus impediu a dissemina��o do v�rus, ao custo de milh�es de vidas em todo o planeta (foto: Ernesto Benavides/AFP)

O Brasil j� foi exemplo mundial quando o tema era controle de doen�as por meio de vacina��o p�blica, gratuita e eficiente. T�nhamos um modelo descentralizado, capilarizado, estimulado pelos m�dicos e pelo poder p�blico, que atingia grande parcela da popula��o, em todas as idades. No entanto, temos assistido nos �ltimos tempos, uma acentuada diminui��o da quantidade de pessoas que se vacinam. Muitas delas, inspiradas por um discurso anticient�fico, passaram a acreditar que as vacinas s�o perigosas e representam um risco para a humanidade. Nada poderia ser mais inver�dico.

H� descritos de que os orientais que viviam cerca de mil anos antes de Cristo perfuravam a pele de uma pessoa s� com uma agulha impregnada de secre��o de ferimentos de um paciente acometido pela var�ola. No s�culo X h� o relato de outra experi�ncia, desta vez praticada por chineses, que retiravam as cascas das feridas ocasionadas pela var�ola, as transformavam em p� e o davam para que as pessoas aspirassem, em um m�todo conhecido como variola��o.

O embasamento da imuniza��o a partir de vacinas surgiu em maio de 1796, quando o m�dico brit�nico Edward Jenner, decidiu inocular em uma crian�a de oito anos o pus extra�do das bolhas das m�os de uma leiteira que havia adquirido var�ola bovina. A decis�o decorreu do fato de o pesquisador ter observado que os bois tamb�m eram v�timas da var�ola, todavia, em uma vers�o mais branda, e que as pessoas que trabalhavam na ordenha n�o contraiam a doen�a. O menino teve um pouco de febre, mas n�o a doen�a e assim foi descoberta a vacina.

Com o advento das vacinas houve uma importante modifica��o nas causas de morte, onde as doen�as causadas por microrganismos foram paulatinamente sendo substitu�das pelas doen�as cr�nicas e degenerativas, que somadas � redu��o da taxa de natalidade, permitiram o aumento substancial da expectativa de vida e modifica��es na pir�mide et�ria da popula��o.

Cada vez mais a popula��o envelhece, com aumento dos idosos e diminui��o proporcional do n�mero de jovens. Assim, ineg�vel que a vacina��o se constituiu numa das maiores vit�rias de medicina nos �ltimos s�culos. N�o h� que se falar em nenhuma atitude m�dica que proteja mais a sa�de de uma popula��o que a adequada cobertura vacinal.   

Foi Pasteur o respons�vel pela propaga��o do termo vacina, assim denominando a inje��o imunizadora para prevenir doen�as. O cientista havia descoberto que era poss�vel produzir vacinas a partir de microrganismos, como v�rus e bact�ria. O que Pasteur e os demais cientistas descobriram era algo relativamente simples, mas que foi respons�vel pela nossa sobreviv�ncia: administrar uma forma atenuada do agente infeccioso conduzia o organismo a produzir defesas naturais contra esse mesmo agente. 

Assim, o que assistimos no s�culo passado foi uma vertiginosa diminui��o na quantidade de pessoas afetadas por estas doen�as, muitas delas, antes letais, agora passaram a ser evitadas por meio da imuniza��o em massa. Muitas doen�as, como a poliomielite, foram erradicadas, tudo em raz�o das eficientes campanhas de vacina��o. Segundo um estudo publicado no jornal The Lancet, a vacina��o reduziu em 45% as mortes causadas por doen�as infecciosas. 

Conforme anteriormente citado, o s�culo XX assistiu a um vertiginoso aumento no n�mero de vacinas, as quais utilizam v�rus atenuados ou inativos. Assim, descobertas de vacinas para febre amarela, sarampo, caxumba, rub�ola, rotav�rus ou poliomielite diminu�ram a incid�ncia de tais doen�as no mundo. A partir da d�cada de 80, com o avan�o das tecnologias sobre DNA, foram descobertas vacinas como a Hepatite B, a Papilov�rus humano e a influenza, al�m da t�o comemorada vacina contra o Coronav�rus, vacina esta que impediu a dissemina��o do v�rus, ao custo de milh�es de vidas em todo o planeta. 

Somente em nosso pa�s foram ceifadas mais de 670.000 vidas em fun��o deste agente etiol�gico e este n�mero seria muito maior caso a vacina n�o tivesse sido administrada na popula��o. Sem sombra de d�vidas esta vacina limitou a devasta��o sofrida pela humanidade nos �ltimos dois anos. 

Interessante ressaltar que estas formula��es vacinais, como a vacina da Pfizer, n�o t�m em sua os v�rus e sim por��es do seu c�digo gen�tico, sendo muito seguras, conforme exaustivamente comprovado pela ci�ncia mundial. Algumas rea��es adversas, efeitos colaterais e complica��es podem ocorrer em um n�mero �nfimo de pessoas, como em qualquer tratamento m�dico, seja preventivo ou curativo. O risco de complica��es pelas complica��es da infec��o do v�rus SARS-Cov 19 superam, em muito, qualquer inconveniente ocasionado pela vacina. 

No entanto, parece que as pessoas do s�culo XXI se esqueceram do passado, quando uma infinidade de doen�as ceifava a vida de milhares pessoas ao redor do mundo. Um discurso enviesado e ideol�gico amea�a o que anos de pol�ticas p�blicas em sa�de fizeram pelo controle das doen�as infecciosas. 

Al�m de um caso de suspeita de Poliomielite noticiado no Estado do Par� nesse ano, a volta de doen�as como o Sarampo, erradicado no Brasil em 2016, mostra o tamanho do problema que estamos enfrentando. Jovens m�es est�o deliberadamente deixando de vacinar seus filhos com medo de que efeitos colaterais n�o esperados possam fazer mal a seus beb�s. Efeitos colaterais estes que nem de longe se mostram na realidade, mas t�o-somente na f�rtil imagina��o daqueles que deixaram de lado a ci�ncia em nome da f� cega em discursos ideol�gicos. 

Ressalte-se que vacina��o � importante em todas as idades e o calend�rio vacinal abrange pessoas de todas as faixas et�rias, sendo muito importante aos mais idosos a aten��o �s doen�as em que as vacinas s�o utilizadas em todas as idades e naquelas em que a popula��o madura tenha indica��o, como as vacinas contra Gripe (Influenza), Pneumonias bacterianas, Herpes Zoster (indicada acima de 50 anos). Atentar para um calend�rio vacinal em dia indubitavelmente previne doen�as e suas complica��es. 

Importante esclarecer, no caso da vacina��o antigripal que ela previne as complica��es da infec��o pelo v�rus da Influenza e n�o os resfriados comuns. � uma vacina segura, mundialmente reconhecida como efetiva e que deve ser estimulada para todos os gerontes. Como o v�rus sofre muta��es frequentes, a mesma dever� ser repetida anualmente, conforme s�o coletadas part�culas virais em todo o planeta e uma nova vacina � desenvolvida, anualmente, com objetivo de aprimorar a prote��o dos usu�rios. 

Assim, fica evidente que esta grande conquista da medicina deve ser oferecida e utilizada por todos. Esta grande conquista da sa�de p�blica brasileira n�o pode ser perdida, com risco de recrudesc�ncia de v�rias doen�as at� ent�o erradicadas. Esta grande conquista da humanidade n�o pode ser prejudicada por campanhas difamat�rias e sem qualquer fundamenta��o cient�fica.

As vacinas s�o, indubitavelmente, a melhor prote��o que podemos nos utilizar para mantermos a sa�de individual e coletiva em melhores patamares. A vacina��o p�blica deve voltar aos seus patamares anteriores com boa cobertura vacinal. Este t�pico elevou o Brasil � condi��o de modelo de imuniza��o. Importante que nosso pa�s n�o perca este posto, afinal, vacina��o � vida. 

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