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Estado de Minas ELEI��ES 2022

An�lise: o principal advers�rio de Bolsonaro n�o � Lula: � a economia

O que parece beirar mesmo o imposs�vel � uma recupera��o da economia robusta que possibilite uma reelei��o do presidente em outubro


30/05/2022 04:00 - atualizado 30/05/2022 00:19

Jair Bolsonaro
Bolsonaro vai ter que demonstrar compet�ncia para lidar com esse quadro delicado na economia e ter chance de reelei��o (foto: Sergio Lima / AFP)

Na �ltima sexta-feira, em uma conven��o de pastores em Goi�nia, o presidente Jair Bolsonaro buscou novamente transferir a responsabilidade dos problemas da na��o para outrem. Nesse caso sobrou pra Deus mesmo: "N�s sabemos que temos que fazer a nossa parte, mas deixar as coisas imposs�veis nas m�os de Deus”. O que parece beirar mesmo o imposs�vel � uma recupera��o da economia robusta que possibilite uma reelei��o do presidente em outubro.
 
A infla��o e o desemprego n�o permitem que uma campanha focada em agenda de costumes seja vi�vel. � muito mais premente a falta de condi��es b�sicas de manuten��o da vida de uma fam�lia do que uma discuss�o distante sobre aborto (que ali�s, nem � de responsabilidade do presidente determinar). Na �ltima quarta-feira (25), a Sondagem do Consumidor, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Get�lio Vargas (FGV Ibre), apontou uma queda de 3,1 pontos em maio do �ndice de confian�a do consumidor. As pessoas n�o gastam porque acreditam que a situa��o pode piorar.
 
Infla��o e desemprego s�o as terr�veis consequ�ncias pr�ticas de um quadro que pode ser caracterizado como estagfla��o. A receita de subir juros (Selic) para conter o avan�o nos pre�os acaba atraindo o dinheiro que poderia ir para investimento direto que gera emprego. Atualmente, s� Brasil e Turquia t�m quadro de desemprego e taxa de juros acima dos 10%. N�o por acaso, o presidente Bolsonaro admira tanto o seu colega turco Recep Erdogan.
A diferen�a � que Erdogan era favorito para elei��o que ganhou no m�s passado. Erdogan vai ficar – caso termine o mandato – 20 anos � frente do governo turco. Durante esse per�odo, o presidente fez todo tipo de mudan�a para aumentar seu poder, reprimir a oposi��o e aumentar a presen�a da religi�o – no caso, o islamismo – no governo. O resultado � uma trag�dia: taxa b�sica de juros de 14% e desemprego na casa dos 10,7%, retroalimentada pela instabilidade pol�tica. Qualquer semelhan�a n�o � mera coincid�ncia.
 
No Brasil, come�a a se formar um consenso entre os especialistas do mercado que a Selic (hoje em 12,75% a.a.) deve continuar subindo, ainda que em ritmo menor. N�o se espera uma piora nos �ndices de desemprego, mas tampouco uma melhora que leve o �ndice muito abaixo dos 11% (hoje em 11,1% segundo o IBGE). A perspectiva do mercado financeiro � coerente com a Sondagem do Consumidor da FGV e com outra pesquisa que tirou o sono dos apoiadores de Bolsonaro na �ltima semana.
 
A �ltima pesquisa do Datafolha, divulgada na segunda-feira (28), aponta que para 75% dos brasileiros o governo do presidente Bolsonaro tem responsabilidade na alta da infla��o. Nos �ltimos 12 meses, o �ndice de infla��o est� em 12,13%, mas considerando apenas alimenta��o, o �ndice supera os 16%. O ministro Paulo Guedes, ainda no F�rum Econ�mico Mundial em Davos, na Su��a, assegurou que “a infla��o est� no pico”. Dif�cil saber se algu�m acreditou.
 
O fato � que a mesma pesquisa do Datafolha aponta para uma maioria dos votos v�lidos para o ex-presidente Lula, ou seja, segundo o Datafolha, Lula venceria no primeiro turno se a elei��o fosse hoje. Pouca gente que entende de pol�tica acredita que esse seja mesmo o quadro at� outubro. Afinal, a campanha nem come�ou ainda, na qual todos os esc�ndalos de corrup��o da era petista ser�o devidamente rememorados pelo eleitor.

No entanto, a julgar pela situa��o econ�mica atual do pa�s e as pesquisas de sondagem com a popula��o e o mercado, ningu�m espera uma melhora. A�, n�o adianta dividir responsabilidade com governador, com a m�dia, com o Supremo Tribunal Federal ou mesmo com Deus. � o presidente Bolsonaro que vai ter que demonstrar compet�ncia para lidar com esse quadro delicado e ter chance de reelei��o.

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