(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Crise econ�mica faz crescer o uso da pr�polis verde

Imune � crise econ�mica, produto � bem cotado tanto no mercado interno quanto no externo. Procura aumenta 30% em raz�o da cren�a na efic�cia contra o Aedes aegypti


postado em 14/03/2016 06:00 / atualizado em 14/03/2016 10:01

Substância 'mágica' é cobiçada por ajudar no tratamento e prevenção de diversas doenças. Vendas deste ano devem crescer mais de dois dígitos(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Subst�ncia 'm�gica' � cobi�ada por ajudar no tratamento e preven��o de diversas doen�as. Vendas deste ano devem crescer mais de dois d�gitos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

C�ncer, incontin�ncia urin�ria, c�ries, sapinho, inflama��es e at� a crise econ�mica. A pr�polis verde, antibi�tico usado pela medicina popular, tem mais um t�tulo para o curr�culo: est� imune � retra��o econ�mica do pa�s. A alta do d�lar, que ficou acima dos R$ 4 nos �ltimos meses, � comemorada por produtores que, em menos de um ano, passaram a ganhar cerca de 40% a mais com a venda da pr�polis para outros pa�ses, j� que 75% do que � produzido aqui � exportado. Na outra ponta, no mercado interno, a defesa de m�dicos para o uso desse antibi�tico na prote��o contra o Aedes aegypti fez disparar em 30% a procura pelo extrato. Produtores comemoram e dizem que, para esse rem�dio natural, n�o h� crises, e sim um mercado de possibilidades.

S�o, por ano, 100 toneladas de pr�polis verde produzidas no Brasil, sendo que cerca de 90% dessa extra��o est� em Minas Gerais. De acordo com dados da Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap), com sede em Nova Lima (Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte), somente em 2015, o mercado da pr�polis no pa�s, impulsionado pelas exporta��es, cresceu 18,8%. Tanto � que, ao contr�rio da realidade brasileira, a cooperativa precisou aumentar seu n�mero de funcion�rios para dar conta da demanda. “� um mercado em expans�o, e Minas Gerais � o principal estado produtor, j� que a pr�polis daqui tem a melhor qualidade”, afirma o presidente da Conap, Cristiano Carvalho.

S�o 250 apicultores associados � Conap, sendo que 95% deles s�o de Minas. “A pr�polis verde daqui � um tipo �nico no mundo. H� produtores na divisa de Minas Gerais com S�o Paulo e tamb�m no Paran�, mas n�o com a mesma qualidade”, compara Carvalho. Ele diz que o mercado externo � o principal comprador, tendo a �sia como primeiro destino. “Exportamos mais a mat�ria-prima do que o produto acabado. S�o 8 toneladas de pr�polis verde por ano. Um extrato de pr�polis que aqui � vendido a R$ 10, l� custa US$ 40 (cerca de R$ 120) , e por isso a varia��o cambial � t�o importante para n�s”, observa.

Getúlio de Oliveira comemora o bom momento do apiário na Grande BH(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Get�lio de Oliveira comemora o bom momento do api�rio na Grande BH (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Quanto maior a desvaloriza��o do real, melhor para o produtor. No ano passado, o apicultor recebia da Conap R$ 160 por quilo produzido, hoje, ganha R$ 220, um aumento de 37,5%. “Tenho apicultor que consegue 40 quilos por semana. A safra � de outubro a abril, e, no inverno, � a entressafra”, comenta Carvalho. Apicultor desde 1998, Get�lio Ferreira de Oliveira, de 51 anos, elogia o mercado. “Em 2000, comecei a trabalhar com a pr�polis e, hoje, ela representa 80% da minha produ��o. Com ela, formei meus filhos na faculdade”, destaca.

Recentemente, o apicultor, que produz 15 quilos por m�s de pr�polis e tem oito api�rios em Minas, foi � Coreia do Sul conhecer as vendas por l�. “O mercado internacional � ainda o nosso melhor comprador”, diz. Oliveira reconhece que, com o boato no Brasil de que o extrato de pr�polis poderia evitar a picada do mosquito da dengue, o que n�o foi comprovado, a demanda no mercado interno est� 30% maior. “Aqui no pa�s ganhamos R$ 100 por quilo vendido da pr�polis. Mas, agora, a procura est� alta”, diz.

Getúlio de Oliveira comemora o bom momento do apiário na Grande BH(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Get�lio de Oliveira comemora o bom momento do api�rio na Grande BH (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O reflexo disso est� nos pre�os. De acordo com a Conap, um frasco de extrato de pr�polis, que era vendido a R$ 9, agora est�, em m�dia, a R$ 10. No inverno, quando chega o per�odo da entressafra, � poss�vel que haja um aumento no valor do produto nas g�ndolas dos supermercados e farm�cias. O custo do apicultor, segundo Get�lio de Oliveira, � baixo. “Para se ter um api�rio, geralmente, combino com o dono de um terreno de lhe entregar um quilo de mel por m�s. H� um gasto com transporte e m�o de obra. O profissional que me ajuda na colheita, por exemplo, cobra R$ 80 por dia”, revela.

REFER�NCIA
Atualmente, h� cerca de 100 munic�pios mineiros que j� t�m proced�ncia catalogada e certificada pelo Instituto Mineiro de Agropecu�ria (IMA). E Minas Gerais cada vez mais se torna refer�ncia mundial na qualidade de sua pr�polis e que j� � o produto ap�cola com maior volume em exporta��es atualmente, segundo informa��es da Federa��o Mineira de Apicultura. A refer�ncia de Minas na produ��o da pr�polis � explicada pela condi��o clim�tica do estado, com altitude m�dia e temperaturas ideais para a produ��o da subst�ncia, al�m de equipamentos adequados para a coleta e armazenagem da produ��o.

A colheita da pr�polis para o cultivo � indicada para outubro. No inverno, especialmente em regi�es mais frias, n�o se deve coletar a pr�polis na colmeia, para n�o a deixar desprotegida, exposta �s varia��es de temperatura. Segundo a Conap, o cultivo � bastante simples. “Pedimos para que o apicultor fa�a a colheita a cada oito dias, para que a pr�polis n�o escure�a e, assim, n�o perca valor no mercado”, comenta Cristiano Carvalho. Quando o produtor faz a entrega, na cooperativa, tamb�m � providenciada uma an�lise de laborat�rio.

Para a exporta��o, os frascos precisam ter 30% de concentra��o de extrato seco de pr�polis, sendo que no Brasil essa concentra��o � de 11%. “No passado, os japoneses acreditavam que a pr�polis vinha do eucalipto, mas n�o. Ela vem do alecrim-do-campo ou vassourinha-do-campo, que � uma planta que d� em �rea de minera��o”, comenta Carvalho, justificando a� a qualidade da produ��o mineira.

AL�M DOS FRASCOS O mercado da resina elaborada pelas abelhas vai muito al�m do extrato. S�o subprodutos agregados que d�o ainda mais impulso � pr�polis. Que o diga a Pharma Nectar, aberta h� 26 anos. Segundo conta o diretor da empresa, Jos� Alexandre Silva de Abreu, a Pharma est� direcionada para a parte farmac�utica, transformando a pr�polis em produtos com utilidade para a sa�de, como � o caso das inje��es intramam�rias, indicadas para tratamento de c�ncer. “Exportamos para 29 pa�ses e, neste momento, um dos melhores para o nosso mercado, aumentamos as vendas e abrimos novas oportunidades. A receita nossa de 2015 aumentou 75% em rela��o a 2014. E, neste ano, a expectativa � de um aumento de 100%”, revela.

Na loja, localizada na Savassi, na Regi�o Centro-Sul de BH, h� prateleiras com v�rios produtos. Cosm�ticos, pasta de dente, enxaguante bucal, entre outros. O diretor destaca que a empresa tem parcerias com universidades, como as federais de Ouro Preto e Minas Gerais (UFMG), al�m da Unicamp, em Campinas (SP). “Temos um projeto com o departamento de odontologia da UFMG, no qual desenvolvemos uma linha que trata o efeito colateral da radioterapia na cavidade bucal de pacientes que, antes, morreriam com esses sintomas. S�o produtos 100% eficazes”, comenta. Abreu diz que a empresa conta com 477 fornecedores de pr�polis em Minas. Ele tamb�m faz parcerias para o desenvolvimento dos cosm�ticos, com investimento em tecnologia e pesquisas. “Esse � o caminho para o produtor nesse mercado. As pesquisas s�o fundamentais”, ensina.

SAIBA MAIS

Origem

A pr�polis � um produto que est� relacionado � prote��o da col�nia. O termo pr�polis traduz exatamente essa fun��o, pois � originado das palavras gregas pro (defesa) e polis (cidade ou comunidade), que, nesse caso, � a col�nia. As abelhas a utilizam como produto higienizador sobre os favos e paredes internas do ninho e para recobrir animais mortos que n�o conseguem remover da colmeia, evitando, assim, sua decomposi��o e contamina��o do ninho.

Enquanto isso...

Est�mulo no Norte de Minas


Mais de 250 apicultores da regi�o Norte de Minas ter�o melhores condi��es de desenvolver suas atividades com o apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do S�o Francisco e do Parna�ba (Codevasf). A Companhia firmou conv�nio com a Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural (Emater), em Minas, para presta��o de servi�os assistenciais em apicultura. O objetivo � melhorar a estrutura��o de arranjos produtivos locais (APLs) em nove munic�pios do estado. O trabalho da Emater-MG ser� voltado ao aperfei�oamento das t�cnicas de produ��o, organiza��o da cadeia produtiva e apoio aos apicultores na prepara��o da documenta��o para comercializa��o aos governos municipal, estadual e federal. A expectativa da Codevasf � de que ao final do projeto haja aumento da produ��o dos api�rios e maior organiza��o da cadeia produtiva, com reflexos positivos na renda dos apicultores.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)