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Estado de Minas

Hidroponia garante lucro no cultivo de hortali�as

Menor consumo de �gua em rela��o ao plantio no solo, otimiza��o de espa�o e de m�o de obra, al�m da redu��o do gasto com agrot�xicos, t�m atra�do a aten��o para o sistema hidrop�nico


postado em 26/06/2017 06:00 / atualizado em 26/06/2017 08:52

(foto: Luis Ribeiro/EM/D. A Press)
(foto: Luis Ribeiro/EM/D. A Press)

A necessidade de pouco espa�o, o consumo racional de �gua e de adubo e a redu��o do uso de agrot�xicos tornaram a hidroponia uma atividade atraente no campo. A produ��o de alface e outras folhas com o cultivo direto na �gua em sistema fechado (estufa) pode alcan�ar o dobro do plantio convencional em solo, afirma o analista em agroneg�cios da Federa��o da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra.

As vantagens do neg�cio atra�ram o pequeno produtor Jo�o Ricardo Alves Quintino, de 38 anos. Ele virou exemplo de sucesso no Norte de Minas, regi�o de clima semi�rido. H� alguns anos, Jo�o Ricardo era um vendedor ambulante e resolveu plantar horta no s�tio da fam�lia a 16 quil�metros da �rea urbana de Montes Claros. Com o plantio tradicional, ele come�ou a fornecer alface para um sacol�o da cidade; cerca de 50 p�s por dia.

H� oito meses, montou um projeto de hidroponia em �rea de dois hectares (o equivalente a dois campos de futebol) da pequena propriedade, onde usa �gua de um po�o tubular. Hoje, � o principal fornecedor de alface para Montes Claros, que tem 394 mil habitantes, quinta maior cidade do estado. O agricultor vende cerca de 1,5 mil p�s de alface por dia e atende duas redes de supermercados, um atacadista e sacol�es. Parte da produ��o � entregue ainda na Central de Abastecimento do Norte de Minas (Ceanorte).

O trabalho de Quintino � marcado pelo esfor�o. Ele pr�prio faz as entregas diretamente nos estabelecimentos nos diferentes pontos da cidade. “Acordo �s 4h e, �s vezes, s� durmo �s 22h”, relata. Ele n�o revela o seu lucro mensal, mas diz que o faturamento at� agora j� foi suficiente para um ter�o do investimento da montagem da estrutura da hidroponia, que custou R$ 650 mil. Ele conta que como n�o tinha o capital, chamou o cunhado, Eder Santana Lopes, para ser o seu s�cio.

MANEJO O dinheiro foi aplicado em canos, equipamento de po�o tubular, constru��o de um galp�o, um trator, ve�culo de entrega e outros investimentos. Al�m da estrutura, Quintino aplicou parte dos recursos na contrata��o de um t�cnico especializado, que ministrou para ele um curso, ensinando todo o processo de manejo e aduba��o das hortali�as cultivadas na hidroponia. O carro-chefe � a alface, mas ele tem plantios menores no sistema hidrop�nico, como de r�cula, agri�o, salsa, coentro e acelga.

Sítio a 16 quilômetros da área urbana de Montes Claros se transformou em apenas um ano no principal fornecedor de hortaliças para supermercados e sacolões(foto: Luis Ribeiro/EM/D. A Press)
S�tio a 16 quil�metros da �rea urbana de Montes Claros se transformou em apenas um ano no principal fornecedor de hortali�as para supermercados e sacol�es (foto: Luis Ribeiro/EM/D. A Press)

O produtor destaca como um dos pontos positivos da hidroponia o baixo consumo de �gua. Ele salienta que manter o cultivo de alface e outras hortali�as em 20 mil metros quadrados usa 10 mil litros de �gua por dia. “Se fosse na agricultura tradicional, com o plantio na terra, eu teria precisaria 200 mil litros”, compara Quintino.

Lembra ainda que se n�o fosse a hidroponia, dificilmente teria como manter a sua produ��o, tendo em vista as estiagens severas que castigam o Norte de Minas pelo quarto ano seguido e provocaram o secamento da maioria dos rios e c�rregos da regi�o, onde o n�vel do len�ol fre�tico tamb�m foi reduzido. “Forne�o alface at� para outros agricultores que plantam alface no sistema tradicional e tiveram que parar de produzir durante a seca, mas precisam continuar atendendo seus clientes”, informa.

Outra vantagem do sistema apontada pelo agricultor de Montes Claros � o baixo custo com a m�o de obra. Ele emprega oito trabalhadores, que cuidam do plantio, manejo e da colheita di�ria da alface. “Acredito que se no plantio na terra, eu precisaria de pelo menos umas 20 pessoas e o servi�o seria mais dif�cil”, compara. No entanto, Quintino tamb�m faz o cultivo direto na terra de couve, br�colis, cebolinha e milho em outra �rea do s�tio, de duas hectares.

>> Retorno demanda capacita��o


A hidroponia � um bom neg�cio. Mas, para obter lucros, o produtor tem de conhecer as t�cnicas necess�rias para a condu��o do sistema. “O agricultor precisa ter uma estrutura de equipamentos adequados. Tamb�m necessita de uma capacita��o para o manejo correto – aduba��o e aplica��o de nutrientes – na �gua usada nas plantas”, explica o analista em agroneg�cios da Faemg, Caio Coimbra. Ele lembra que o Servi�o Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) oferece cursos gratuitos sobre o sistema hidrop�nico para pequenos produtores.

O analista em agroneg�cios enfatiza que a hidroponia � uma op��o, principalmente, para aqueles agricultores que est�o perto de grandes centros consumidores – regi�es metropolitanas, que podem fazer as entregas di�rias, levando em conta que a alface outras hortali�as colhidas no sistema s�o muito perec�veis.

Coimbra ressalta que o plantio na hidroponia apresenta v�rias vantagens em rela��o ao cultivo tradicional de hortali�as na terra. A primeira delas � o maior controle das quantidades exatas de nutrientes de �gua que as plantas necessitam. “O manejo � mais f�cil no ambiente fechado (estufa), que tamb�m proporciona se evitar o ataque de pragas. Com isso, o produtor consegue maior produ��o, podendo alcan�ar maior rentabilidade no neg�cio”, observa o analista da Fiemg.

Ele salienta que, o sistema apresenta vantagem at� para a sa�de dos trabalhadores rurais. “Como a estrutura do plantio na hidroponia n�o � feito no ch�o – e sim numa base com uma certa altura, h� uma condi��o de ergonomia melhor, evitando problemas de coluna para os trabalhadores”, destaca Caio Coimbra.

 

COMO FUNCIONA

» O plantio na hidroponia � feito em canos de PVCs (de 50 e de 75 polegadas), com �gua corrente

» O per�odo de plantio e colheita do alface gira em torno de 35 dias. Nos primeiros 15 dias, a hortali�a � cultivada em uma parte da hidroponia chamada ber��rio, que tem canos mais finos

» A partir do 20º, a esp�cie � transferida para outra �rea, que tem canos maiores, onde permanece at� a colheita

» A �gua captada passa por um reservat�rio no qual � feita a aduba��o e a mistura de nutrientes como c�lcio, magn�sio, nitrato de pot�ssio e outros

» Depois, a �gua � bombeada e passa a circular pelo sistema de tubula��o que recebe as hortali�as. A �gua circula nos canos das 6h �s 18h


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