H� exemplos cl�ssicos de avan�os tecnol�gicos, principalmente entre grandes produtores: os tratores agr�colas v�m equipados com diversas tecnologias, como GPS, e agricultura de precis�o que diminui as defici�ncias de processos. As m�quinas agr�colas t�m equipamentos que mensuram todo o trabalho a ser feito e geram relat�rios para melhor�-los. Uma adubadeira sabe metro a metro a dosagem certa, mapeia as varia��es de qualidade do solo e passa informa��es que permitem regular a m�quina para cada situa��o.
Minas Gerais, com sua diversidade de clima e bioma e agricultura diversificada, � um laborat�rio para que as empresas possam investir e pesquisar. “Muitos produtores compram m�quinas e n�o usam nem 10% de toda a tecnologia dispon�vel”, diz Pierre Santos Vilela, superintendente do Instituto de Pesquisa e inova��o do sistema Federa��o da Agricultura e Pecu�ria de Minas Gerais (Faemg) .
Em novembro do ano passado, o sistema Faemg, por meio do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), lan�ou o projeto Novo Agro 4.0, que conecta startups e universidades com o agroneg�cio, com o prop�sito de identificar e fomentar iniciativas que gerem tecnologias de ponta para o desenvolvimento do agroneg�cio. Segundo o presidente do sistema Faemg, Roberto Sim�es, � o marco de uma nova era do agroneg�cio: “n�o conseguiremos sozinhos a solu��o para esses problemas. Precisamos contar com a tecnologia e com os jovens para criar um sistema novo, real, sustent�vel e igualit�rio”.
O projeto identifica demandas do produtor rural e busca solu��es para aumentar ganho de produtividade e competitividade. Pierre Santos Vilela disse que o conceito gen�rico de startup � uma empresa que tem uma tecnologia baseada em informa��o, comunica��o e inova��o, “normalmente ela rompe com bastante for�a os meios tradicionais de fazer e conduzir processos e tem alto potencial de r�pido crescimento em termo de ado��o e dissemina��o de tecnologias”.
N�o se trata de inova��o tecnol�gica tradicional, como a biotecnologia, gen�tica, mas de comunica��o, de forma a otimizar processos e produtos. A iniciativa tem por meta aproximar dois grupos inovadores (criadores dessas tecnologias) do usu�rio final que � o produtor, abrindo caminhos para que eles conversem e facilitem o processo de ado��o e dissemina��o dessas tecnologias.
O grande desafio no campo � eliminar a lacuna existente entre o desenvolvimento da tecnologia e sua chegada ao usu�rio final. A institui��o quer mostrar ao produtor que existem meios inovadores e a seu alcance de interferir no processo de gest�o, manejo, com impactos no custo da produ��o.
Do celular
A pr�pria Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu�ria (Embrapa) estimula novidades no mercado de aplicativos. Nova vers�o do aplicativo Doutor Milho, lan�ado h� um ano, ser� apresentada ao p�blico durante a 30ª edi��o do evento Show Rural Coopavel, de hoje a sexta-feira na cidade paranaense de Cascavel. A Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas, na Regi�o central de Minas, estar� presente na feira que conta com mais de 500 expositores dispostos em uma �rea de 720 mil m².
A institui��o considera a escolha da semente certa meio caminho andado para o sucesso de qualquer lavoura de milho. O novo aplicativo auxiliar os produtores no momento da op��o pela semente mais adaptada � determinada regi�o. Eles podem fazer consultas off-line sobre as cultivares de milho dispon�veis atualmente no mercado a partir de um banco de dados que re�ne informa��es t�cnicas cedidas por todas as empresas sementeiras.
Para o pesquisador Israel Alexandre Pereira Filho, da Embrapa Milho e Sorgo, o objetivo da equipe desenvolvedora � oferecer melhorias constantes ao aplicativo, e ele destaca que, nessa nova vers�o, atende a todas as 239 cultivares recomendadas para as safras 2017/2018 (ver�o e safrinha) j� est�o disponibilizadas no app. Com isso, o produtor, por meio do seu dispositivo m�vel, poder� entrar em contato com as mais modernas tecnologias de sementes de milho, facilitando a escolha da cultivar mais adequada para o clima, solo e objetivo de uso.
Preju�zo com os dias contados
As perdas na agricultura por defici�ncias na irriga��o podem estar com os dias contados. V�rias pesquisadores v�m estudando tecnologias capazes de eliminar problemas com os sistemas usados nas lavouras. A falha no fornecimento de energia e a m� distribui��o da �gua, por exemplo, muitas vezes s� s�o percebidos pelo produtor quando a safra est� perdida ou n�o corresponde �s expectativas quando do plantio.
Lucas Teixeira Moura Soares, da Agrowet de Montes Claros, no Norte de Minas, conta que h� 20 anos um dos s�cios da empresaj� percebia muitas defici�ncias no sistema tradicional de irriga��o. “Eram muitas as defici�ncias de gest�o, como o acompanhamento remoto. Algo que ocorria em todo o pa�s”. H� dois anos, um grupo de cinco pessoas formado por engenheiros de produ��o, computa��o, mec�nico, de controle e automa��o e um empres�rio do ramo agr�cola decidiram construir solu��o com o objetivo de reduzir o consumo de �gua nas propriedades.
O primeiro passo foi a inscri��o no programa Fiemg Lab, da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), que tem como objetivo transformar ideias inovadoras em neg�cios e produtos. Em paralelo, eles se inscreveram em outro programa, o Hubine, do Banco do Nordeste, que os levou a um interc�mbio em Israel, pa�s refer�ncia em irriga��o e territ�rio que sofre problemas de escassez da �gua semelhantes aos do semi�rido do Norte de Minas.
Foi, ent�o, que o grupo criou a tecnologia de monitoramento que consiste em uma central abrigada na sede da propriedade e que se liga a um aplicativo que permite ao agricultor monitorar e receber alertas de qualquer irregularidade de funcionamento em qualquer parte do mundo. O sistema encontra-se em fase de valida��o, tendo sido instalado como iniciativa-piloto em algumas propriedades. “Em algumas delas, j� registramos a redu��o do consumo de �gua de 40%”, revela Lucas Soares.
Sobre as dificuldades operacionais, Lucas Soares revela que n�o encontrou muitos problemas: “O homem do campo hoje est� muito antenado e vi uma pesquisa que indica que 67% das propriedades rurais t�m acesso � internet”.
O acesso � internet foi uma das preocupa��es dos fundadores da Next Agro. “Nem sempre a internet funciona plenamente no campo, por isso optamos por instalar no painel central do piv� o monitoramento a partir de mensagem do SMS do celular. Mesmo com falta de energia, ele funciona”, explica Lucas Sim�o Santiago, um dos s�cios da startup. O produto lan�ado pela empresa, tamb�m destinado � irriga��o, aporta uma mini-esta��o meteorol�gica, permitindo ao operador do sistema prever a quantidade de �gua e tempo de uso do equipamento.
Ano passado foi de valida��o tecnol�gica, com 10 controladores instalados em meia d�zia de cidades, no Centro-Oeste de Minas Gerais e a aceita��o tem sido muito boa, de acordo com o empres�rio. “Estamos apresentando inova��o e isso sofre restri��o no meio rural como em qualquer outro meio”. Durante esse processo (de valida��o) s�o medidos efeitos e defeitos a ser incorporados ou corrigidos. “Nosso desafio � demonstrar que � acess�vel”. Segundo Lucas Santiago, o custo do controlador de um piv� gira em torno de R$ 6,7 mil. O cliente vai pagar mensalidade de R$ 80, que inclui parte de manuten��o do sistema de SMS de alerta, de dados e previs�o do tempo. (EG)
Piv� central
Piv� central � um equipamento para irriga��o de grandes culturas, em m�dia 60 hectares (equivalente a 70 campos de futebol). Os piv�s t�m bra�os de irriga��o, sendo que alguns deles alcan�am 1,2 quil�metro, com diversas torres de apoio. A �gua chega na torre central e � bombeada por meio da energia el�trica, �s diversas torres de apoio que se movem escalonadamente.