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Estado de Minas

Pesquisadores buscam planta para alimentar gado do semi�rido mineiro

Institui��es p�blicas e privadas desenvolvem estudos visando buscar alternativas de plantas para fazer frente a crises h�dricas em regi�es castigadas por longos per�odos de estiagem


postado em 12/03/2018 06:00 / atualizado em 12/03/2018 08:48

A palma forrageira é uma das saídas apontadas por pesquisadores para a alimentação de gado(foto: André Mendes Caxito/Divulgação 8/10/14)
A palma forrageira � uma das sa�das apontadas por pesquisadores para a alimenta��o de gado (foto: Andr� Mendes Caxito/Divulga��o 8/10/14)

Pesquisadores de institui��es p�blicas e privadas promovem um verdadeiro mutir�o para encontrar alternativa de forrageira que resista bem ao clima do semi�rido mineiro. Para tanto, firmaram parcerias com institui��es em Pernambuco e na Bahia, que j� contam com estudos avan�ados nesse sentido.

A crise h�drica que vem assolando a regi�o Norte de Minas nos �ltimos anos refor�a a preocupa��o na alimenta��o do gado. A palma forrageira, muito utilizada no Nordeste brasileiro, � um dos principais alvos do projeto “Forrageiras para o semi�rido”. A reintrodu��o do capim buffel, que foi sendo substitu�do pela braquiara (gram�nia com altura em torno de 30cm) tamb�m vem sendo incentivada. O buffel resiste melhor aos longos per�odos de estiagem.

A palma atende bem em situa��es cr�ticas e em regi�es onde n�o se consegue o cultivo de milho, sorgo ou cana para fazer selagem. A palma � muito rica em absor��o de �gua, mas precisa de outra forrageira para elevar o teor de fibras servidas de alimento aos animais, explica Feliciano Nogueira, assessor t�cnico de bovinocultura da Secretaria de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento de Minas. “O capim buffel nada deixa a desejar nesse sentido, por�m, produz menor quantidade de massa em compara��o � braquiara.” O andropogon tamb�m pode ser utilizado, mas tem a caracter�stica de brotar logo nas primeiras chuvas, e tem baixa resist�ncia.

Feliciano aponta uma grande preocupa��o de pesquisadores e produtores com a reconstru��o da fertilidade do solo na regi�o. “N�o adianta buscar variedades se n�o houver trabalho de reconstru��o. O esgotamento � o plantio constante sem reposi��o de nutrientes para o solo”.

De acordo com Andr� Mendes Caxito, coordenador t�cnico regional da Emater, em Jana�ba, a palma � seguran�a produtiva, porque tanto com maior volume de chuva quanto nos per�odos de estiagem do veranico, consegue sobreviver bem. “� um suporte forrageiro para animais no per�odo da seca, quando o produtor n�o est� com pastagem formada ou n�o consegue formar uma. Mas n�o � o �nico, faz parte de uma carteira de produtos. Temos o sorgo, cujo objetivo � silagem, o milheto, que � uma gram�nia de origem africana do deserto do Saara com resist�ncia a d�fcits h�dricos. Todos comp�em o sistema de reposi��o do semi�rido.”

A conviv�ncia com a seca requer experimentos e pesquisas. “� preciso banir do vocabul�rio o ‘combate � seca’. O que precisamos � de recursos para desenvolver pesquisas, ainda muito escassas, de conviv�ncia com essa situa��o”, admite Caio Coimbra, analista de agroneg�cios da Federa��o de Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg). Ele aponta o regime de concentra��o de chuvas (em poucos meses e que n�o completam o ciclo) como prejudicial ao cultivo de milho e sorgo, que precisam de pelo menos quatro meses de chuvas para completar o ciclo entre o plantio � colheita. “Visto isso, � preciso se adaptar � seca”.

Segundo Caio, a palma forrageira pode ser aplicada a caprinos, ovinos e bovinos, substituindo em at� 50% outros alimentos na composi��o da dieta dos animais. “A palma � boa alternativa. Ela tem mecanismo eficientes de absor��o de �gua. Com pouca umidade do clima, ela guarda a �gua para fases posteriores. Em Minas, no semi�rido chove entre 500 a 600 mil�metros por ano”.

VARIEDADES
No Brasil, encontram-se dispon�veis algumas variedades de palma, como a orelha de elefante mexicana, a orelha de elefante, palma mi�da, palma gigante e palma redonda. Mas � preciso estar atento ao inseto que ataca essas cact�ceas, o cochonilha do carmim, que vive em col�nias e suga a planta levando-a � morte. “Em qualquer planta, quando se abre um orif�cio, ela fica exposta a pat�genos, principalmente fungos. A cochonilha � uma porta de entrada. Por isso, durante as podas e a colheita, as feridas precisam de algumas caldas de prote��o”, explica Caio. A cochonilha foi das principais pragas do Nordeste, chegando a dizimar alguns palmais.

Outro problema, segundo o analista, � a falta de mudas dispon�veis, que, em grande parte, v�m da Bahia e da Para�ba, encarecendo o frete. A produtividade � vari�vel. De acordo com Caio, grande parte inicia o plantio em pequenas �reas, entre meio e um hectare. A produtividade varia de acordo com a cultivar. “A orelha de elefante pode ser mais produtiva, dependendo do trato cultural. Pode variar de 300 a 500 toneladas por hectare. Mas h� experimentos no Nordeste que indicam a colheita de 611 toneladas de palma gigante por hectare.”

Andr� Mendes explica que a palma � uma cultura de origem mexicana, onde � utilizada at� na alimenta��o humana. Foi trazida ao Brasil por volta de 1852, para a produ��o de corante, origin�rio do �cido carm�nico produzido pelo inseto colchonilha do carmin. “Devido � seca na regi�o do semi�rido, um dos produtores que tinha �rea de palma a utilizou para alimenta��o animal e viu que ela tinha esse potencial . Assim, come�ou a ser estudada sua utiliza��o na alimenta��o de bovinos. Iniciaram-se ent�o os estudos da palma forrageira. Em Minas Gerais, as primeiras pesquisas remontam a 2009. Antes disso, alguns produtores mineiros trouxeram a planta do Nordeste, fazendo o cultivo na regi�o, mas utilizando a tecnologia de produ��o do Nordeste.”

Nordeste tem 500 mil hectares

 

A palma forrageira foi introduzida no semi�rido nordestino no fim do s�culo 19, com o intuito da produ��o de corante carmim. Por�m, por pouco tempo foi explorada para tal ensejo. Depois da grande seca ocorrida em 1932 a palma foi descoberta como excelente alternativa forrageira. Naquele per�odo, o governo federal implantou o primeiro programa com a esp�cie, induzindo, dessa forma, sua dissemina��o.
Foi a partir da d�cada de 1950 que come�aram os estudos de car�ter mais aprofundado sobre a esp�cie, visando seu melhor aproveitamento. Entre os anos de 1979 e 1983, durante a estiagem prolongada no Nordeste brasileiro, a palma ganhou de vez seu espa�o no cen�rio semi�rido. De l� pra c�, in�meros estudos se voltaram para essa forrageira.

 

Estima-se que hoje existam cerca de 500 mil hectares de palma forrageira no Nordeste. No Brasil, duas esp�cies de palma forrageira s�o cultivadas em larga escala: O. f�cus-indica e N. cochenillifera. A primeira tem a cultivar gigante e redonda. J� a segunda tem a cultivar mi�da ou doce.

 

A cultivar gigante tem clad�dios que pesam, em m�dia, um quilo e medem cerca de 50cm de comprimento. Essa � a cultivar mais comum no semi�rido nordestino, devido � sua rusticidade. A cultivar redonda apresenta clad�dios pesando em m�dia 1,8 quilo, medindo aproximadamente 40cm de comprimento. Por sua vez, a cultivar mi�da tem raquetes pesando em torno de 350 gramas, com 25cm de comprimento.

ECOLOGIA A palma forrageira � uma cultura bem-adaptada �s condi��es adversas do semi�rido. A esp�cie apresenta-se como alternativa primordial para essas regi�es, visto que � uma cultura que apresenta aspecto fisiol�gico especial quanto � absor��o, aproveitamento e perda de �gua.

 

As ra�zes das palmas desenvolvem caracter�sticas fisiol�gicas inerentes de plantas xer�filas, que d�o maior resist�ncia �s plantas em per�odos prolongados de estiagem.

 

A estrutura respons�vel pela fotoss�ntese nas plantas, na sua grande maioria, s�o as folhas. Nas palmas, quem tem essa fun��o s�o os clad�dios. Suas folhas diminutas s�o logo perdidas nas fases ontogen�ticas inferiores.

 

Assim como boa parte das plantas xer�filas e de ambientes semi�ridos a des�rticos, as palmas apresentam o metabolismo �cido crassul�ceo, conhecido como mecanismo CAM. A grande diferencia entre estas e as plantas C4 est� no processo de fechamento dos est�matos durante o per�odo diurno, para evitar a perda excessiva de �gua, e a abertura durante o per�odo noturno. Assim, as plantas CAM absorvem CO2 durante a noite, transformando em �cidos org�nicos, que se decomp�em, liberando, no dia seguinte, o CO2, que � assimilado pelo ciclo de carbono.

 

A resist�ncia � seca envolve aspectos de sua morfologia, fisiologia e bioqu�mica. Sendo considerados tr�s mecanismos relacionados � seca: resist�ncia, toler�ncia e escape. A resist�ncia est� relacionada � sua pr�pria condi��o xerof�tica; a toler�ncia est� relacionada a fatores bioqu�micos, como a diminui��o do metabolismo; e o escape, por meio de sistema radicular superficial e ramificado, que lhe possibilita eficiente aproveitamento das chuvas pouco intensas

Fonte: Grupo Cultivar de Publica��es, Pelotas-RS

SAIBA MAIS

Capim-buffel


O capim-buffel (Cenchrus ciliaris) � uma gram�nea tropical, resistente � seca, que se desenvolve satisfatoriamente em solos leves e profundos, podendo ser cultivado em solos argilosos, desde que bem drenados. Adapta-se bem nas regi�es semi�ridas do Nordeste. Para pastejo de bovinos, s�o preferidas as variedades de porte alto (Biloela ou Molopo), que s�o mais produtivas. Para a forma��o de pastagens no Nordeste, s�o feitos o desmatamento, a destoca, a queima e o plantio a lan�o, em sulcos ou em covas. Em �reas de caatinga rec�m-desmatada, o preparo do solo e a semeadura do capim podem ser realizados antes ou depois das primeiras chuvas. Para quebrar a dorm�ncia das sementes, recomenda-se plant�-las seis meses depois da colheita ou, de prefer�ncia, utilizar sementes colhidas no ano anterior.

Fonte: Embrapa

 


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