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Estado de Minas

Olivicultura comemora primeira d�cada de produ��o no Brasil

Retorno de investimento na produ��o de azeitonas e azeite pode ocorrer em oito anos, mas planta pode produzir durante pelo menos quatro s�culos


postado em 23/04/2018 06:00 / atualizado em 23/04/2018 07:54

Em 2017, a produção do insumo culinário chegou a 42 mil litros. Um pé de oliveira no Brasil rende 10 quilos, mas a média mundial é de 20 quilos por árvore(foto: Erasmo Pereira/Epamig/Divulgação)
Em 2017, a produ��o do insumo culin�rio chegou a 42 mil litros. Um p� de oliveira no Brasil rende 10 quilos, mas a m�dia mundial � de 20 quilos por �rvore (foto: Erasmo Pereira/Epamig/Divulga��o)

O incipiente setor da olivicultura no Brasil comemora, este ano, sua primeira d�cada de produ��o de azeitonas e azeites totalmente nacionais. A expectativa para � que sejam extra�dos 160 mil litros do �leo em todo pa�s. A concentra��o dessa nova ind�stria encontra-se na Regi�o Sudeste e no Rio Grande do Sul. Um mercado promissor para um pa�s que importou 56 milh�es de litros  entre 2016 e 2017.

De acordo com a Associa��o dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), s� a Regi�o Sudeste alcan�ou 42 mil litros de azeite produzidos na safra de 2017. A produ��o � crescente, e as plantas v�o atingindo a maturidade depois de 10 ou 12 anos e pode produzir frutos por at� 500 anos, atravessando v�rias gera��es, dependendo dos cuidados do produtor. A cultura da oliveira conquistou o interesse de produtores e empres�rios e se espalhou pela regi�o dos contrafortes da Serra da Mantiqueira, entre de Minas Gerais, S�o Paulo e Rio de Janeiro, al�m da Regi�o Sul do pa�s.


O produtor que se interessar no plantio de oliveira deve se atentar a algumas caracter�sticas clim�ticas e do solo, recomenda Luiz Fernando de Oliveira, coordenador do programa de pesquisa em olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecu�ria de Minas Gerais (Epamig), em Maria da F�, uma das cidades que registram as temperaturas mais baixas do pa�s. A planta n�o gosta de solos encharcados e mal drenados.

A regi�o deve ter uma temperatura abaixo de 12.8ºC por pelo menos 300 horas anuais. A topografia mais acidentada pode provocar eros�es no terreno. Tamb�m deve estar atento � escolha de variedades mais indicadas para a regi�o do plantio (s�o mais de mil tipos de oliveiras espalhadas mundo afora). A Epamig j� selecionou sete cultivares apropriadas ao nosso clima. Entre o plantio e o in�cio da produ��o, o processo pode levar quatro anos.


Trata-se de uma planta que exige cuidados como outras frut�feras em climas temperados e perenes como aduba��es, controles fitossanit�rio, podas de forma��o. Em Minas Gerais, para se obter um litro de azeite, s�o necess�rios entre sete e 10 quilos de azeitona.

A colheita acontece entre final de janeiro e in�cio de abril. A produ��o de 10 quilos a cada planta � considerado ainda baixa, o ideal � chegar a 20 quilos por p�. O investimento � relativamente alto e a longo prazo. O capital investido s� come�a a ser recuperado por volta de cinco anos. “Ap�s o retorno do investimento, o produtor ter� s� lucro por v�rias gera��es, num mesmo espa�o de plantio e com as mesmas frut�feras”, disse o coordenador do programa de pesquisas da Epamig.


Na Regi�o Sudeste, respons�vel pela metade da produ��o nacional, s�o em torno de 160 produtores, com 1 milh�o de plantas em 2 mil hectares. “Isso movimenta a economia local, atrai turistas que utilizam hotel, restaurantes, visitam as planta��es e a ind�stria, compra o azeite, gera emprego, movimentando toda a cadeia produtiva”, explica Luiz Fernando.

A Epamig pesquisa desde a d�cada de 1970 a cultura da oliveira na regi�o da Serra da Mantiqueira. Em 2008, foi realizada em Maria da F� a primeira extra��o de azeite de oliva no Brasil, feita em m�quina artesanal. Em 2009, a empresa adquiriu um extrator de azeite, importado da It�lia, com capacidade de processar at� 100 quilos de azeitonas por hora, e passou a industriar o �leo, em parceira com a Assoolive e demais produtores da regi�o. O produto obtido alcan�ou �ndices de acidez entre 0,2% a 0,7% e foi classificado como extravirgem, com a qualidade similar aos melhores azeites do mundo.

 

MARCAS


H� cerca de 40 marcas de azeites produzidos nos Contrafortes da Mantiqueira com tecnologia desenvolvida pela Epamig, no Campo Experimental de Maria da F�. Esses produtos s�o comercializados em emp�rios e armaz�ns no pr�prio munic�pio, em Belo Horizonte, S�o Paulo, Campos do Jord�o e Rio de Janeiro. S�o azeites frescos, artesanais, com baixa acidez, de variedades diversificadas como Arbequina, Koroneiki, Grappolo e Maria da F�.

“De 2008 at� agora a principal mudan�a que notamos foi no interesse dos produtores. Naquela �poca haviam tr�s ou quatro produtores se dedicando � cultura, hoje s�o cerca de 160 aqui na regi�o e alguns munic�pios do Esp�rito Santo”, informa Luiz Fernando de Oliveira. Os olivicultores t�m investido tamb�m em lugares pr�prios (espa�os para a extra��o), j� s�o 18, segundo n�meros da Assoolive. Luiz Fernando destaca tamb�m o avan�o nas tecnologias para a obten��o de um produto de qualidade.

“Hoje n�s temos uma experi�ncia muito maior, tanto no processo quanto no conhecimento desse azeite produzido na regi�o. Um azeite fresco, com cheiro e aroma frutado, que chega ao consumidor em um intervalo curto ap�s sua extra��o e com caracter�sticas sensoriais de amargo e pic�ncia distintas �s de outras regi�es produtoras”, afirma.


As primeiras mudas de oliveira chegaram a Maria da F� na d�cada de 1950, trazidas por um imigrante portugu�s. O clima frio ajudou na adapta��o e foram identificadas outras regi�es com possibilidades de expandir o plantio, como as serras da Mantiqueira e do Mar e no Esp�rito Santo. Com o sucesso em Minas, o Rio Grande do Sul tamb�m come�ou a produzir, j� que as condi��es clim�ticas desse estado s�o favor�veis.

Mesmo sendo cultivar nova no pa�s, h� registros de pragas na cultura, como a presen�a da formiga cortadeira, algumas doen�as f�ngicas, os fungos gostam de temperatura alta e umidade, tempo prop�cio no ver�o. Mas existem maneiras de manejar essas doen�as. Os produtores aguardam resposta do Minist�rio da Agricultura, j� que os produtos utilizados em outros pa�ses ainda n�o est�o autorizados ao manejo em solo nacional.


O azeite � um produto de alto valor financeiro agregado. Muito apreciado tanto na parte da gastronomia quanto medicinal. O Brasil � um dos grandes consumidores do produto. Especialistas de pa�ses com tradi��o j� comprovaram a qualidade do produto e algumas marcas j� receberam pr�mios em concursos internacionais.

O Certifica Minas j� prepara um selo que atesta a qualidade, a ser concedido pela Secretaria de Estado de Agricultura Pecu�ria e Abastecimento (Seapa) e suas vinculadas Epamig, Emater e Ima.


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