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Estado de Minas

T�cnicas tornam o tratamento de c�ncer mais leve para crian�as

A dedica��o e o cuidado com os pequenos pacientes fazem toda a diferen�a para enfrentar os desafios da doen�a


postado em 27/09/2019 12:00 / atualizado em 27/09/2019 16:19

Carrinho usado para levar os pequenos para consultas e quimioterapia (foto: Divulgação)
Carrinho usado para levar os pequenos para consultas e quimioterapia (foto: Divulga��o)
Carrinhos, personagens de desenhos animados, cadeiras e salas personalizadas parece at� uma brinquedoteca, mas � a ala infantil do Oncobio destinada a crian�as em tratamento de c�ncer. Quando foi feito o projeto de concep��o do Oncobio, uma das prioridades era a separa��o da �rea de tratamento dos pequenos da �rea destinada aos adultos para humanizar o tratamento e minimizar os impactos da doen�a.

"Por exemplo, o carrinho que os leva para a sala de quimioterapia deu certo. As crian�as gostam muito. Acredito que quanto mais l�dico o ambiente, mais leve a crian�a se sente para vencer essa etapa”, explica Eduardo Ribeiro Lima, oncologista pedi�trico. 

Setembro dourado

 
Durante este m�s acontece um movimento mundial que tem como principal objetivo conscientizar a popula��o sobre o c�ncer infantojuvenil. Para o oncologista, o controle m�dico � fundamental desde cedo. “O c�ncer infantojuvenil n�o tem causa estabelecida, ao contr�rio da doen�a em adultos, que est� relacionado a fatores ambientais. Por isso, a minha orienta��o � que a crian�a tenha uma qualidade de vida saud�vel e fa�a visitas ao pediatra regularmente. “Se tiver alguma neoplasia detectado, o pequeno deve ser encaminhado para um centro de oncologia pedi�trica para melhor diagn�stico e tratamento”, explica Eduardo Ribeiro. 

Incentivo por meio da escrita

 
A empres�ria Maria Clara realiza um projeto voltado para escrita de livros junto com crian�as na Funda��o Sara, que apoia crian�as e adolescentes com c�ncer. Ela conta que conheceu a casa que funciona no Bairro Cidade Nova, em Belo Horizonte, no in�cio, em 2001, e participava como contribuinte.

 
“Vi a Funda��o nascer. Fui colega de trabalho dos pais da Sara Albuquerque, na Cemig. Eu e meus colegas acompanhamos tudo, desde o in�cio da doen�a da Sara, que necessitava passar por um transplante de medula e a fam�lia precisava de recursos para realizar esse procedimento. Os colegas, sensibilizados com a dor dos pais, criaram a campanha ‘Ajude a Salvar a Vida da Sara’. E eu pude participar um pouco”, lembra Maria Clara.
 
Ap�s a inaugura��o da nova unidade em Belo Horizonte, a administradora diz que teve a ideia de produzir livros com as crian�as para vend�-los e reinvestir o lucro para contribuir na manuten��o do centro. “Lembrei-me de uma brincadeira despretensiosa que fiz com minha sobrinha de 9 anos, no final do ano passado. Pedi a ela que me contasse uma hist�ria qualquer. Enquanto ela ia contando, eu ia digitando. Disse a ela que eu iria criar algumas coisas diferentes, sem mudar a ess�ncia, e que enviaria pra ela depois. Comentei com o pessoal da casa. E tudo come�ou assim”, relata. 
 
Maria Clara conta como funciona a produ��o dos livros. “Quando a hist�ria fica pronta, repasso com eles tudo novamente, e envio para gr�fica. Mas, como � um custo alto, fa�o apenas quatro c�pias: para o assistido, para mim, para a Funda��o de BH e a outra para a sede em Montes Claros.”
 
Ela tamb�m revela que a experi�ncia � �nica para os assistidos. “Conclu�dos esses seis primeiros livros, percebi o quanto este trabalho � terap�utico para essas crian�as e adolescentes, porque dependendo do tema que escolhem � como se fosse uma forma de colocar pra fora as ang�stias, e contribui na melhora da autoestima.” 
 
Sandra Regina Aparecida de Souza � irm� de Mirela Gabriela de Souza, uma adolescente de 14 anos. A m�e delas morreu de c�ncer aos 42 anos, e durante o tratamento dela, Mirela foi diagnosticada com a mesma doen�a. “Minha irm� sentia muita dor de barriga e febre por dentro. Levamos ela ao m�dico, ele suspeitou de apendicite, mas no momento da cirurgia do ap�ndice detectou o tumor, fez uma bi�psia e mandou para Pouso Alegre. Gra�as a Deus, o gestor da nossa cidade (Jesu�nia- MG) arrumou um apoio para n�s em Belo Horizonte”, lembra Sandra.

 
Sandra largou o emprego de vendedora para cuidar da irm�. “Na primeira etapa do tratamento, ela curou, depois nossa m�e faleceu. Logo depois, Mirela teve uma reca�da e descobrimos que a evolu��o do neuroplastoma � constante. O m�dico disse que, em uma escala de 1 a 4, o est�gio dela � 3”, completa Sandra. 
Sandra Regina (E) com a irmã Mirela Gabriela (D), uma das participantes do projeto Grandes Escritores, Grandes Lições(foto: Juarez Rodrigues/ EM/ D.A PRESS)
Sandra Regina (E) com a irm� Mirela Gabriela (D), uma das participantes do projeto Grandes Escritores, Grandes Li��es (foto: Juarez Rodrigues/ EM/ D.A PRESS)
 
Mirela trata o tumor h� cerca de quatro anos e � autora de um dos livros. Para a adolescente, escrever foi uma experi�ncia �nica. “Foi muito legal mesmo, porque coloquei meu talento l�. O livro � sobre a rotina de duas irm�s, a hist�ria � baseada na luta e conviv�ncia com minha irm� Sandra”, explica. 
 
Outro exemplo � T�lio Rodrigues, de 12 anos. O menino natural de Capelinha conheceu a casa por meio da Santa Casa de Belo Horizonte. “Meu filho foi diagnosticado com meduloblastoma, um c�ncer complicado, mas ele est� com bons resultados” explica o pai, Pedro Ramos. Assim como Mirela, T�lio tamb�m ficou bastante animado com a ideia de escrever um livro. "Gostei, fiquei sabendo do projeto por meio da fundadora da casa. A hist�ria do meu livro � sobre um menino de rua e seu c�ozinho vira-lata.”

Maria Clara, criadora do projeto Projeto Grandes Escritores, Grandes Lições na Fundação Sara(foto: Paulo Figueiras/ EM/ D.A PRESS)
Maria Clara, criadora do projeto Projeto Grandes Escritores, Grandes Li��es na Funda��o Sara (foto: Paulo Figueiras/ EM/ D.A PRESS)
Mais uma autora � a Maria Eduarda Ornelas, de 9 anos. A av� da menina, Adriana de Paula Ornelas, conta que elas sa�ram de Tr�s Marias em busca de tratamento na capital e conheceram a Funda��o Sara por meio de encaminhamento da assist�ncia social do Hospital da Baleia.

“Ela foi diagnosticada com meduloblastoma, est� em tratamento desde 2014, com recidiva em 2019 e est� em avalia��o para novo protocolo m�dico." Para a av�, a funda��o � a segunda casa delas. “Temos apoio em tudo, n�o s� no tratamento. As pessoas nos acolhem com muito cuidado e carinho, temos um grande apoio de todos os profissionais que aqui trabalham, todos t�m um grande compromisso, responsabilidade e cuidado com a gente."

Duda adora a Escola Viva, que � coordenada pela pedagoga Paola Reis. A Escola Viva tem como objetivo manter o contato dela com a institui��o onde ela estudava em Tr�s Marias e dar sequ�ncia ao aprendizado. 
 
Para a menina, escrever o livro foi m�gico. “Foi uma boa experi�ncia. Fiquei muito feliz em escrever o Doce reino de Gabriela. A Maria Clara (volunt�ria e coautora) j� estava escrevendo o livro com outras crian�as na Funda��o e me convidou para escrever um livro tamb�m. O livro conta sobre uma unic�rnia que tem amigos humanos e unic�rnios que queriam um mundo somente de doces”, revela a menina.

Supera��o

Bruna Schettino Capanema tem 3 anos e, em 2017, foi diagnosticada com leucemia linfoide aguda (LLA - B). A m�e, jornalista Carolina Schettino Werneck, conta como foi lidar com a doen�a da pequena. “Ela estava com dois meses e meio. Tinha ido recentemente na pediatra para controle dos dois meses, e estava aparentemente normal, desenvolvendo-se dentro da curva esperada. Uns dias depois percebi palidez, ela sempre foi branquinha, mas o tom dela me causou estranheza. O segundo sintoma foi um pouco de sangue vivo na fralda. A partir da�, fomos investigar e descobrimos o diagn�stico dias depois por meio de um hemograma assustador. Em um beb�, a contagem de leuc�cito fica em torno de 10.000, ela tinha 1.500.000”, recorda.

Ela foi tratar a filha em S�o Paulo, onde fez transplante de medula �ssea. Por�m, em 2018, a doen�a havia voltado. “Para nossa sorte, a contagem de leuc�citos n�o estava t�o alta e conseguimos controlar primeiramente com corticoides. Foi ent�o que come�amos com o medicamento Blinatumomab, um anticorpo monoclonal que tinha acabado de ser aprovado nos Estados Unidos e tamb�m j� estava dispon�vel no Brasil. Como ela foi reagindo bem, conseguimos que os ciclos fossem dados em casa, por meio de uma bomba de medica��o, e ela podia ter uma vida relativamente normal. Em mar�o deste ano, retornamos definitivamente para Belo Horizonte, para seguir vida nova”,comemora.
 
*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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