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Estado de Minas

O coronav�rus no ambiente escolar: como tratar o tema com as crian�as, ensinar sobre preven��o e evitar o medo

Escolas adotam diferentes processos de ensino para mostrar aos pequenos, de forma leve e did�tica, como lidar com o problema


postado em 12/03/2020 11:04 / atualizado em 12/03/2020 17:31

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Em contato com um fluxo ininterrupto de informa��es vindas principalmente da internet e redes sociais, crian�as e jovens muitas vezes demonstram temor sobre a epidemia do novo coronav�rus, ainda mais quando os dados n�o se originam de fontes seguras. Nas escolas de todo o pa�s, come�a uma corrente de esclarecimento a esses alunos que, muitas vezes, manifestam at� p�nico e medo de morrer pela infec��o.

Nesse ponto, cresce a responsabilidade de profissionais da educa��o no prop�sito de esclarecer d�vidas e derrubar ansiedades desnecess�rias e preocupa��es exageradas, elucidando a realidade da situa��o. Entre as formas de abordagem, a import�ncia de cuidados b�sicos de higiene e a diminui��o do pavor exacerbado.

 

Al�m de prevenir, na mesma medida est�o atitudes para tranquilizar estudantes e familiares alarmados com a proximidade da doen�a. Lavar as m�os muitas vezes ao dia com sab�o, �gua e, se poss�vel, aplicar o �lcool gel, procurar n�o compartilhar com os colegas lanches ou artigos pessoais como garrafinhas, copos e talheres, preferir garrafinhas ao inv�s de bebedouros, manter janelas abertas e os ambientes limpos, evitar tocar o rosto com as m�os, o cuidado ao tossir e espirrar, evitar locais fechados e aglomera��o de pessoas, priorizando �reas abertas para a realiza��o das atividades, ter aten��o para quem apresentar algum tipo de sintoma e evitar que crian�as gripadas frequentem as aulas, higieniza��o de superf�cies, como m�veis e corrim�o, e de objetos de uso coletivo, como teclados e materiais escolares, al�m de palestras e atividades de conscientiza��o, s�o algumas das a��es propaladas pelas institui��es de ensino desde que o Covid-19 chegou ao Brasil.

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Na escola Trilha da Crian�a, no Anchieta, em Belo Horizonte, o tema do coronav�rus � trabalhado com os alunos, que t�m entre 1 e 5 anos, em rodas de conversas e por meio de not�cias, debates, a partir de reportagens, v�deos, imagens e pesquisas, como esclarece a diretora, Ana Paula de Rezende Bartolomeo. Os cuidados s�o observados em todo o corpo escolar, tamb�m com as crian�as do ber��rio, e os esclarecimentos incluem outros tipos de doen�as contagiosas.

S�o a��es educativas para evitar o cont�gio de doen�as infecciosas, entre elas o Covid-19. Segundo a diretora, a escola refor�a com os pais as normas referentes ao cuidado com a sa�de. Entre as medidas, o envio de circular para orientar as fam�lias e lembr�-las sobre procedimentos como  n�o enviar crian�a doente, com sintomas, para a escola, e, ap�s epis�dio de doen�a infectocontagiosa, por exemplo, apresentar atestado m�dico confirmando que n�o se encontra em per�odo de cont�gio.


"Al�m disso, refor�amos tamb�m o uso priorit�rio dos espa�os abertos, as medidas de higiene entre colaboradores e crian�as, bem como intensificamos os cuidados com a limpeza de corrim�os, dentre outros. Os murais est�o repletos de orienta��es, e os processos envolvem inclusive os trabalhos pedag�gicos com os alunos", diz Ana Paula.  

"� um bichinho que gosta de sujeira e n�o gosta de �gua e sab�o. Se n�o lavar as m�os, ele entra na gente e n�o deixa melhorar rapidinho. N�o gosto muito dessa conversa. Tenho medo de chegar em casa e n�o lembrar de lavar as m�os", diz Sofia Viana de Paula, de 4 anos, aluna da Trilha da Crian�a, sobre o coronav�rus.

Para a colega Luiza Henriques de Azevedo, tamb�m de 4 anos, essa � uma doen�a que mata pessoas. "Estamos aprendendo tudo na escola. Lavar as m�os com �gua, sab�o, passar �lcool gel, e tomar cuidado tamb�m em casa", conta a menina, demonstrando em gestos a maneira certa de espirrar ou tossir, tapando a boca com o bra�o.

Gabriel Paiva Ogioni, de 5 anos, diz que n�o tem medo do coronav�rus. Ela aprendeu na escola sobre os sintomas da doen�a e, esclarecido, cita falta de ar, febre e tosse. "� um v�rus que pega em pessoas mais velhas. Estou tranquilo. Acho que n�o tem perigo, que o v�rus n�o vai chegar nem perto de mim, n�o vai vir me visitar. Fica longe da gente. Meu pai e minha m�e tamb�m cuidam de mim para eu n�o pegar."

"� uma dor muito forte. O coronav�rus faz todo mundo ficar doente. Tenho medo de pegar, mas acho que estou protegido. Minha m�e fala para eu lavar as m�os antes de jantar e tamb�m lavo antes de vir � escola", conta outro aluno, Gael de Castro Mendes, de 5 anos.  

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Na Trilha da Crian�a, o assunto � abordado em situa��es de rotina. Os profissionais tamb�m s�o instru�dos a utilizar luvas ao manusear os alimentos das crian�as, procedimento que j� existe na escola, e ensinam as crian�as a n�o compartilhar lanche e brinquedos que s�o levados � boca. "As discuss�es e a��es realizadas com as crian�as s�o compartilhadas com as fam�lias pelo aplicativo da escola, por meio de fotos, bilhetes, relatos, entre outros. S�o orienta��es que devem ser seguidas tanto na escola como em casa", conta a diretora.


"Orientamos ainda que a roupa de cama das crian�as que dormem na escola sejam enviadas em saquinhos individuais, tipo enxoval, e os brinquedos das salas e do ber��rio s�o higienizados regularmente", continua Ana Paula. "Quando a crian�a apresenta febre no ambiente escolar, entramos em contato com a fam�lia solicitando que busquem a crian�a e aguarde no m�nimo 24 horas sem febre para retornar � escola", acrescenta.

A diretora reitera a import�ncia de que as fam�lias sigam as normas de boa conviv�ncia e n�o levem a crian�a para a escola com sintomas de gripe ou resfriado, febre, diarreia ou v�mito, e que procurem o pediatra e permane�am com ela em casa pelo per�odo recomendado. "Ensinamos os colaboradores que lidam diretamente com as crian�as que, em caso de suspeita de doen�a infectocontagiosa respirat�ria, entre o tempo de contato com os pais e eles virem buscar a crian�a, utilizem m�scara. Ou, no caso do colaborador apresentar tosse sem outros sintomas mais severos, tais como febre, coriza e v�mito, tamb�m pontuamos o uso da m�scara."

Na Qualoo Escola Criativa, o diretor, Marcelo Batista, relata que, com trabalhos em grupo, os alunos j� compreendem as formas principais para prevenir o coronav�rus, e muitos come�aram a adotar algumas medidas, como evitar o aperto de m�o. Para o educador, a melhor maneira de evitar o p�nico � oferecer conhecimento sobre o tema, como saber reconhecer sintomas e entender sobre as principais diferen�as entre uma gripe comum e o coronav�rus, entre outros assuntos.


Ele pondera que, quando uma crian�a tosse ou espirra, ainda que a recomenda��o seja cobrir a boca, n�o h� motivo para ter uma a��o punitiva. "O lanche e os objetos n�o devem ser compartilhados, a n�o ser que os  lanches sejam servidos em por��es. O contato direto com a saliva � um fator preocupante", diz.

"No caso de crian�as gripadas, � importante prestar aten��o aos sintomas dessa gripe. Pode ser interessante n�o s� ficar em casa, como tamb�m procurar atendimento m�dico", continua. Na percep��o da escola, n�o h� motivo, por enquanto, de pensar em suspens�o das aulas. "S� existe um caso confirmado de coronav�rus em Minas Gerais. Seguimos o posicionamento do Minist�rio da Sa�de", pontua Marcelo.

 

 


"Orientamos ainda que a roupa de cama das crian�as que dormem na escola sejam enviadas em saquinhos individuais, tipo enxoval, e os brinquedos das salas e do ber��rio s�o higienizados regularmente", continua Ana Paula. "Quando a crian�a apresenta febre no ambiente escolar, entramos em contato com a fam�lia solicitando que busquem a crian�a e aguarde no m�nimo 24 horas sem febre para retornar � escola", acrescenta.

A diretora reitera a import�ncia de que as fam�lias sigam as normas de boa conviv�ncia e n�o levem a crian�a para a escola com sintomas de gripe ou resfriado, febre, diarreia ou v�mito, e que procurem o pediatra e permane�am com ela em casa pelo per�odo recomendado. "Ensinamos os colaboradores que lidam diretamente com as crian�as que, em caso de suspeita de doen�a infectocontagiosa respirat�ria, entre o tempo de contato com os pais e eles virem buscar a crian�a, utilizem m�scara. Ou, no caso do colaborador apresentar tosse sem outros sintomas mais severos, tais como febre, coriza e v�mito, tamb�m pontuamos o uso da m�scara."

Na Qualoo Escola Criativa, o diretor, Marcelo Batista, relata que, com trabalhos em grupo, os alunos j� compreendem as formas principais para prevenir o coronav�rus, e muitos come�aram a adotar algumas medidas, como evitar o aperto de m�o. Para o educador, a melhor maneira de evitar o p�nico � oferecer conhecimento sobre o tema, como saber reconhecer sintomas e entender sobre as principais diferen�as entre uma gripe comum e o coronav�rus, entre outros assuntos.


Ele pondera que, quando uma crian�a tosse ou espirra, ainda que a recomenda��o seja cobrir a boca, n�o h� motivo para ter uma a��o punitiva. "O lanche e os objetos n�o devem ser compartilhados, a n�o ser que os  lanches sejam servidos em por��es. O contato direto com a saliva � um fator preocupante", diz.

"No caso de crian�as gripadas, � importante prestar aten��o aos sintomas dessa gripe. Pode ser interessante n�o s� ficar em casa, como tamb�m procurar atendimento m�dico", continua. Na percep��o da escola, n�o h� motivo, por enquanto, de pensar em suspens�o das aulas. "S� existe um caso confirmado de coronav�rus em Minas Gerais. Seguimos o posicionamento do Minist�rio da Sa�de", pontua Marcelo.

O Col�gio Magnum realizou algumas a��es para conscientizar alunos, pais e funcion�rios sobre a doen�a. Entre as medidas, est�o a manuten��o e disposi��o de �lcool em gel nas salas de aula e demais ambientes da escola; orienta��o dos cuidados com a doen�a para educadores e alunos; conscientiza��o dos alunos com a��es realizadas pelo Gr�mio estudantil e o Magnum sustent�vel, sinaliza��o dos espa�os da escola com cartazes sobre a doen�a.

A escola tamb�m est� orientando fam�lias e educadores que chegaram de viagem no exterior para cumprimento do prazo de "isolamento domiciliar", al�m de produ��o e divulga��o de v�deo informativo nas redes sociais sobre a doen�a e os cuidados com ela.

Outra medida importante adotada pelo Magnum � quanto � intensifica��o na limpeza do col�gio, incluindo, diariamente, a higieniza��o das biometrias nas portarias, a limpeza de ma�anetas de portas, interruptores e corrim�os das escadas de todos os pr�dios. E para completar, a manuten��o dos bebedouros: a partir de segunda-feira, 16 de mar�o, os esguichos ser�o lacrados, deixando dispon�vel apenas a fun��o de reabastecimento de copos ou garrafinhas.

Segundo o m�dico Ricardo Cabral, coordenador do Projeto EuSa�de e CEO do grupo mineiro Rede de Cuidados de Sa�de (RCS Med), n�o h� motivo para que as crian�as deixem de frequentar a escola nesse momento. "Segundo a vis�o cient�fica sobre o tema, n�o h� raz�o para que pessoas saud�veis deixem de frequentar ambientes sociais normalmente. N�o devemos deixar de viajar, ir para a escola ou o trabalho. Pelo menos assim � a vis�o hoje, e sobre a popula��o brasileira. Tudo pode mudar, mas hoje devemos manter nossas vidas normais. Sem alarde, com controle e alguns cuidados pessoais, venceremos mais essa briga com o mundo dos v�rus e bact�rias, e nossos filhos poder�o ir para escola sem medo e em seguran�a. Por enquanto, vida normal a todos."

Na noite dessa quinta-feira, o Hospital Israelita Albert Einstein, em S�o Paulo, far� uma transmiss�o ao vivo pelas redes sociais sobre como prevenir a contamina��o pelo coronav�rus nas escolas. A institui��o j� recebe perguntas pelos perfis que ser�o respondidas na live. A partir das 19h30, interessados podem acessar a transmiss�o pelos canais do Instagram e Facebook.

Segundo divulgado em nota pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), n�o h� base cient�fica para proibir alunos que tenham parentes com suspeita da doen�a ou que tenham ido a pa�ses com casos do problema a entrarem nos col�gios.

Conforme a nota, "escolas de v�rios estados brasileiros est�o proibindo a entrada de alunos, orientando quarentena a aqueles que tenham viajado a pa�ses com registro de infec��o pelo novo coronav�rus (Covid-19) e/ou tenham familiares pr�ximos na mesma situa��o, ainda que n�o apresentem sintomas. O posicionamento da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) � de que n�o h� suporte t�cnico para essa medida at� o presente momento. O Minist�rio da Sa�de do Brasil tamb�m n�o faz esta recomenda��o. Al�m disso, n�o h� legisla��o sanit�ria que ampare tal orienta��o", esclarece o texto.

No fim das contas, a postura mais eficaz para conscientizar e conter o desespero � envolver as crian�as na discuss�o, para frear a inseguran�a diante do desconhecido, que surge essencialmente da propaga��o de informa��es irrespons�veis �s quais todos est�o expostos.


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