
A informa��o foi divulgada nesta segunda-feira (13) durante a coletiva n° 90, concedida pelo governador de S�o Paulo, Jo�o D�ria (PSDB), que contou com a presen�a de Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. Segundo o dirigente do �rg�o, que coordena os estudos sobre o f�rmaco no Brasil, os experimentos ser�o iniciados em 20 de julho, com 9 mil profissionais de sa�de do Distrito Federal e seis estados- S�o Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paran� e Minas Gerais. Minas vai selecionar 800 pessoas.
"Eu, particularmente, sou muito esperan�oso de que teremos essa vacina muito rapidamente, at� o final deste ano", comentou Covas. "A China, neste momento, � o pa�s que tem o maior n�mero de vacinas para o coronav�rus em estudos cl�nicos de fase dois ou tr�s. S�o cinco vacinas. O Reino Unido tem duas vacinas. Os EUA tem duas vacinas. Isso � para dar uma import�ncia de nossa parceria com a China", acrescentou.
Inscri��es
A participa��o � aberta a m�dicos, enfermeiros e param�dicos que atuam diretamente no cuidado de pacientes infectados pelo v�rus. Os interessados devem, em primeiro lugar, responder a um question�rio on-line no site do governo de S�o Paulo. O formul�rio verifica se o candidato atende aos seguintes requisitos:
- ter mais de 18 anos
- n�o ter sido contaminado pelo novo coronav�rus
- n�o participar de outros experimentos
- aus�ncia de gravidez
- n�o ter inten��o de engravidar nos pr�ximos meses
- n�o apresentar doen�as cr�nicas
- n�o fazer uso de medicamentos cont�nuos
- ter registro ativo no conselho profissional de seu of�cio
Ao fim das perguntas, os volunt�rios de Minas s�o orientados a procurar o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de F�rmacos da Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ci�ncias Biol�gicas (CPDF/UFMG). O telefone da unidade � o (31) 3409-3073.
O Estado de Minas entrou em contato com a Universidade questionando como funcionar� o cadastro, mas o pesquisador respons�vel pelos testes, Mauro Martins Teixeira, n�o atendeu a imprensa at� a publica��o desta mat�ria.
Produ��o e seguran�a
O acordo firmado entre o Butantan e o laborat�rio de Pequim prev� que o fornecimento das doses necess�rias para a realiza��o dos testes cl�nicos ficar� a cargo dos chineses. Comprovada a efic�cia do produto, o instituto paulista iniciar� a imediata produ��o do imunizante. Inicialmente, ser�o 100 milh�es de doses, dentre as quais 60 milh�es ficar�o no Brasil. As demais ser�o enviadas � Sinovac Biotech.
De acordo com o Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da UFMG, a tecnologia usada no desenvolvimento da CoronaVac envolve o v�rus purificado e inativado, mesmo princ�pio de vacinas j� dispon�veis no mercado contra a gripe comum; poliomielite; difteria e t�tano; hepatite A e B; meningoc�cicas e pneumoc�cicas conjugadas, entre outras enfermidades.
Um artigo publicado em maio na Revista Science aponta que a subst�ncia � promissora quanto � efic�cia e � seguran�a. Os estudos pr�-cl�nicos das fases 1 e 2, que utilizaram ratos, primatas n�o-humanos, e camundongos como cobaias, mostraram que a vacina induziu a produ��o de anticorpos neutralizantes espec�ficos para SARS-CoV-2.
O trabalho descreve que os anticorpos gerados pelo imunizante neutralizaram 10 estirpes representativas de SARS-CoV-2 (v�rus da pandemima), “o que sugere a possibilidade de que ela possa neutralizar outras estirpes do novo coronav�rus”. Al�m das esp�cies citadas, as fases 1 e 2 envolveram tamb�m testes com mil volunt�rios chineses.
O Instituto Butantan, que � um dos maiores centros de pesquisa e produ��o de imunobiol�gicos do mundo, mant�m outras parcerias com a UFMG. Uma delas testa a efic�cia de uma vacina tetravalente contra a dengue.
Outros projetos
Existem, atualmente, 21 projetos na fase de testes em humanos com resultados promissores na batalha contra o novo coronav�rus. Dois deles na fase mais avan�ada, a fase 3 - ambos com experimentos cl�nicos no Brasil. O do CoronaVac � um deles.
O outro � fruto de uma parceria entre a Universidade de Oxford e o laborat�rio AstraZeneca. Conhecida como ChAdOx1 nCoV-19, a subst�ncia come�ou a ser aplicada em 20 de junho em dois mil volunt�rios em S�o Paulo e mil no Rio de Janeiro, a��o coordenada pela Rede D'Or. A univesidade brit�nica pretende recrutar mais de 10 mil volunt�rios em todo o mundo. Caso a efic�cia da droga seja comprovada, a produ��o pode chegar a 100 milh�es de doses. A previs�o � de que o primeiro lote de 30,4 milh�es comece a ser produzido em dezembro deste ano pela Bio-Manguinhos, laborat�rio da Fiocruz (Funda��o Oswaldo Cruz). O governo brasileiro fez investimentos de US$ 127 milh�es na empreitada.
Em n�veis menos adiantados de de experimenta��o, destacam-se as seguintes iniciativas:
Pfizer e BioNTech
Vacina russa
A Universidade Sechenov, instalada em Moscou, informou, nesta segunda-feira (13) que concluiu parte dos testes cl�nicos de efic�cia de um produto. Pesquisas realizadas com 38 volunt�rios realizados em junho teriam indicado boa toler�ncia e efetividade do imunizante. A distribui��o em massa est� prevista para o per�odo de 12 e 24 de agosto. O governo russo considera essa etapa equivalente � fase 3, que compreende experimentos num grupo maior de humanos. Entretanto, os testes bioqu�micos com a droga, normalmente realizados nas fases 1 e 2 para verificar a seguran�a, ainda n�o foram conclu�dos. As �ltimas an�lises, segundo o Alexander Gintsburg, diretor do Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia e Microbiologia Gamalei, ser�o finalizadas at� semtembro. Otimista, o dirigente da institui��o aposta no in�cio da produ��o em larga escala por laborat�rios privados ainda em setembro, o que deixaria a R�ssia � frente da corrida global.
Pfizer e BioNTech
No dia 1° de julho, a farmac�utica Pfizer e a empresa alem� de biotecnologia BioNTech anunciaram uma vacina experimental que, segundo pesquisadores, estimulou de forma satisfat�ria a resposta imune de pacientes saud�veis ao Sars-Cov-2. Segundos os laborat�rios, a proxima etapa dos estudo come�a em 30 de julho. Se for bem-sucedida, 1,2 bilh�o de doses ser�o produzidas at� dezembro de 2021.
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