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Estado de Minas Anivers�rio

P�lula anticoncepcional: da revolu��o � prote��o da mulher

Criada nos anos 60, a p�lula anticoncepcional foi o primeiro passo dado para a revolu��o e autonomia sexual feminina. Atualmente, al�m de contribuir para o tratamento e preven��o de doen�as, o medicamento � um dos mais seguros m�todos contraceptivos


18/08/2020 10:30 - atualizado 18/08/2020 10:30

(foto: Pixabay)

A primeira p�lula anticoncepcional surgiu em 18 de agosto de 1960, h� exatamente 60 anos, nos Estados Unidos. Aquele pequeno comprimido, segundo especialistas, revolucionou, desde ent�o, a sexualidade feminina, do ponto de vista do controle e autonomia da mulher.

Isso porque a decis�o do momento certo para se ter um filho, ou mesmo de manter rela��es sexuais sem risco de gravidez passou a ser de dom�nio das mulheres. Atualmente, al�m de prevenir a gesta��o indesejada, as p�lulas podem contribuir para o tratamento de doen�as. 

“O efeito mais desejado da p�lula � o de preven��o de uma gesta��o indesejada, devido a sua efic�cia. As p�lulas anticoncepcionais s�o muito seguras, tanto que s�o usadas por mais de 60% das mulheres no mundo. No entanto, a p�lula pode ajudar, tamb�m, na regula��o do ciclo menstrual, na diminui��o do sangramento e das c�licas e no controle da TPM”, explica o presidente da Sogimig, Delzio Bicalho. 

Bicalho pontua que, al�m do efeito contraceptivo, as p�lulas anticoncepcionais podem ser usadas, com efic�cia, para melhorar a pele e ajudar no tratamento de doen�as, como ov�rio polic�stico e endometriose.

“Algumas trazem grandes vantagens para a pele, enquanto que, outras, podem ser ben�ficas para o tratamento dos ov�rios polic�sticos, que � quando o ov�rio fica cheio de cistos e a mulher apresenta manifesta��es androg�nicas, ou seja, come�a a ter pele oleosa, acne, aumento de peso e infertilidade. Em alguns casos de endometriose, ela pode ajudar suspendendo a menstrua��o e melhorando a dor.” 

Por isso, o presidente da Sogimig destaca que, dependendo do objetivo da mulher, as indica��es de uso podem variar, visto que as p�lulas anticoncepcionais t�m diferentes composi��es, que podem ser ajustadas em alguns casos e em outros n�o.

“Cada p�lula tem uma fun��o e um valor agregado a mais, que consiste na mudan�a de concentra��o de progest�geno presente na f�rmula. Normalmente, o estrog�nio � o mesmo, e o que varia � o progest�geno, que pode, por exemplo, dependendo da quantidade, melhorar a pele”, explica. 

Justamente por isso, Bicalho elucida que o uso das p�lulas anticoncepcionais n�o � ditado pela idade da mulher, ou seja, n�o existe uma idade padr�o para que a administra��o seja iniciada.

Dessa forma, a mulher precisa delinear seu objetivo junto com seu m�dico ginecologista para, assim, saber se � o momento certo para fazer uso do medicamento ou n�o. E, tamb�m, se este ser� o m�todo ideal. 

“Como � um medicamento hormonal, a sua administra��o vai ser feita de acordo com a necessidade da mulher, o que pode ocorrer logo no in�cio da vida menstrual ou mais tardiamente. Se ela tiver alguns problemas, como excesso de acne ou c�lica, por exemplo, realmente o uso da p�lula dever� ser inserido na vida da mulher. Al�m disso, a m�dia de idade para in�cio da vida sexual � em torno dos 15 anos, ent�o por ser esse um dos m�todos mais indicados para que a gravidez indesejada seja evitada, este � um bom momento tamb�m”, diz. 

Riscos  


Frequentemente, comenta-se a possibilidade de que o uso de p�lulas anticoncepcionais cause problemas graves de sa�de, como trombose. No entanto, segundo Bicalho, esse risco existe em fun��o da condi��o da sa�de do organismo da mulher e n�o em raz�o do medicamento em si.

Por isso, o especialista alerta para que antes que a p�lula seja inserida na vida da mulher, todos esses detalhes sejam ajustados com o ginecologista. 

“As doen�as tromboemb�licas, que causam a trombose e a embolia, s�o as mais temidas pelo p�blico feminino que administra anticoncepcional. Mas tudo isso precisa ser ajustado para cada paciente, ap�s uma verifica��o da hist�ria familiar dessa mulher, porque se ela tem um fato gen�tico e familiar, � obesa, sedent�ria, tabagista ou tem muitas varizes nas pernas, o risco de desenvolver trombose � maior."

Ent�o, a abordagem tem que ser feita de acordo com o paciente e, a partir disso, adaptada para outro m�todo. "Pode-se, ainda, trabalhar na diminui��o desses problemas na mulher para instituir a p�lula”, comenta. 

E quanto ao aumento de peso? De acordo com Bicalho, h�, com frequ�ncia, relatos de mulheres que ganharam peso durante a administra��o do medicamento. Mas, conforme explica o presidente da Sogimig, a causa para os quilos a mais est� na reten��o de l�quido, consequente da quantidade de progesterona na produ��o da p�lula. Ainda, h� algumas composi��es que podem alterar a press�o arterial, devido � concentra��o de estrog�nio. 

Outra d�vida recorrente � sobre a possibilidade de perda de efic�cia ao longo dos anos, devido ao uso da mesma marca por muito tempo, o qu, segundo o especialista, n�o � verdade. “As pessoas podem mudar de p�lula, pois, ao decorrer dos anos, novas f�rmulas surgem, a fim de diminuir a quantidade de horm�nios na composi��o. Mas, n�o h� problema em tomar o mesmo medicamento por toda a vida, n�o altera na efic�cia e nem se faz necess�ria uma mudan�a.” 

Al�m disso, o presidente da Sogimig destaca que os benef�cios da p�lula anticoncepcional tendem a ser evidenciados ao longo dos anos, por conta da frequ�ncia de ingest�o. “Se uma mulher usa a p�lula durante 10 anos, por exemplo, ela tem uma preven��o important�ssima contra o c�ncer de ov�rio e do endom�trio, e at� mesmo do intestino. Se ela usar essa p�lula por 20 anos, chega-se a uma prote��o de 90% do c�ncer de ov�rio”, argumenta. 

Quanto ao risco de infertilidade, Bicalho diz que a administra��o da p�lula ao longo dos anos n�o altera a fertilidade da mulher. Portanto, mesmo que o medicamento seja administrado por anos, os efeitos n�o afetar�o no momento em que a mulher decidir engravidar. 


O que corta o efeito? 


As p�lulas anticoncepcionais podem ser administradas ao longo do m�s de tr�s formas: ingest�o do medicamento por 21 dias, com pausa de sete; 24 dias ministrando o medicamento e quatro sem; e uso cont�nuo, sem pausas.

“Tem ainda a p�lula do dia seguinte, que � uma dose alta de estrog�nio e progesterona, que desprepara o �tero para receber o embri�o fecundado, altera a motilidade da trompa, ou seja, � outro tipo de p�lula, usado somente em momentos de emerg�ncia contraceptiva, para quando a mulher tiver uma rela��o desprotegida e precisar recorrer a essa p�lula, que pode ser tomada at� 72 horas depois da rela��o sexual”, explica Bicalho. 

Mas, segundo o especialista, mesmo com efic�cia comprovada, a p�lula anticoncepcional, ao ser administrada ao mesmo tempo que demais medicamentos, pode ter seu efeito cortado. “Alguns anticonvulsivantes e alguns antibi�ticos podem fazer com que se perca a efic�cia do m�todo. Ent�o, � importante sempre consultar o ginecologista se for necess�rio fazer uso de subst�ncias como essas. Em casos de pacientes com epilepsia, � importante que o melhor m�todo seja escolhido em parceria com um neurologista.” 

COVID-19 


Em meio � pandemia causa pelo novo coronav�rus, o presidente da Sogimig explica que o uso da p�lula anticoncepcional n�o apresenta nenhum perigo ao organismo humano e/ou para um aumento do risco de cont�gio da COVID-19. Portanto, Bicalho pontua que a administra��o do rem�dio deve ser mantida neste per�odo. 

“N�o h� nenhuma altera��o quanto a efic�cia da p�lula. H�, inclusive, uma incid�ncia menor em mulheres, porque o estrog�nio pode ter um efeito protetor, mas nada comprovado. Ali�s, a gente aconselha continuar com o uso da p�lula, porque como as pessoas est�o passando mais tempo em casa, h�, tamb�m, um aumento da atividade sexual e um aumento da chance de gravidez. Ent�o, a prote��o contra a gesta��o indesejada se faz ainda mais necess�ria nesta pandemia.” 
 

A hist�ria 


Idealizado pela feminista Margaret Sanger e pela milion�ria Katherine McComick, a origem da p�lula anticoncepcional teve in�cio 10 anos antes de seu lan�amento, com o cientista norte-americano Gregory Pincus. Lan�ada nos Estados Unidos em 1960, a p�lula chegou ao Brasil dois anos depois de seu surgimento.

A partir disso, houve-se uma revolu��o sexual, tanto na liberdade feminina, de se planejar o momento certo para engravidar, como, tamb�m, nos pr�prios m�todos de preven��o. 

Delzio Bicalho, ginecologista e presidente da Sogimig
Delzio Bicalho, ginecologista e presidente da Sogimig (foto: L�o Lara/Divulga��o)
“Antes disso, era usado o coito interrompido, por exemplo. Depois, surgiram alguns m�todos de barreira, que consistiam em colocar algod�o e plantas no fundo da vagina, logo que foi percebido que o s�men poderia engravidar.

E, aos poucos, foram surgindo outros m�todos, como os preservativos, feitos de tripas de animal, que s� depois passaram a ser feitos de borracha. "Por isso se comemora o anivers�rio de 60 anos das p�lulas anticoncepcionais, que � muito recente e tem que ser muito comemorado e lembrado, principalmente pela autonomia e prote��o da mulher”, diz Bicalho. 

* Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram


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