
De acordo com dados divulgados pelo Minist�rio da Sa�de, cerca de 38% da popula��o brasileira relatou mudan�as de h�bitos na alimenta��o ao longo do isolamento social, seja comendo mais que de costume ou com falta de apetite. Em outro estudo, de formato on-line, pesquisadores das �reas de endocrinologia, patologia e psicologia identificaram que 23% dos entrevistados engordaram durante o isolamento social e passaram a comer mesmo sem sentir fome.
A nutricionista do Hospital Albert Sabin Iomara Isidorio Cavalcante explica que o ganho de peso ocorre porque muitas situa��es impostas pela COVID-19, como a necessidade de passar mais tempo em casa ou mesmo a insatisfa��o com a determina��o m�dica de evitar contato f�sico para conter a dissemina��o do novo coronav�rus, influenciam diretamente no estado emocional das pessoas. Isso tende a se desdobrar em diversos novos h�bitos, entre eles a compuls�o alimentar.
“Em meio �s diversas consequ�ncias da pandemia na sa�de das pessoas, a instabilidade, as dificuldades e, principalmente, a ansiedade causada pelo isolamento social tendem a fazer com que as pessoas comam mais e busquem prazer e al�vio na ingest�o de alimentos e, tamb�m, de bebidas alco�licas. Al�m disso, a realiza��o de exerc�cios f�sicos ficou comprometida, o que tamb�m contribui para o aumento de peso”, diz.

“Comecei a fazer as receitas que salvava em meu celular, mas nunca fazia. At� ent�o, tudo estava tranquilo. Agora, cinco meses depois do in�cio do isolamento social, � que tenho visto a consequ�ncia disso. Ganhei peso por ter ficado sem atividades e comendo muito”, afirma Sara.
Al�m disso, a estudante conta que montou o ambiente do trabalho remoto logo na cozinha de sua casa, o que acendeu um gatilho: ela estava sempre perto da comida. Beliscar guloseimas tornou-se algo frequente e, �s vezes, ela nem mesmo fazia uma refei��o completa, se alimentando mal. “Percebi o aumento de peso de todas as formas poss�veis – no espelho, na balan�a e nas roupas, que estavam apertadas. E isso me incomodou bastante, principalmente por pensar que, se vamos continuar mais meses isolados, a tend�ncia era que isso continuasse”, revela.
Cuidados
O Minist�rio da Sa�de alerta que o aumento de peso pode resultar em uma s�rie de consequ�ncias ao organismo, desde dist�rbios n�o fatais at� risco de morte prematura. Cartilha divulgada pela pasta destaca que o ganho de gordura corporal pode interferir, de forma direta, na qualidade de vida do indiv�duo. Entre as patologias e quadros cl�nicos citados como correlacionadas ao excesso de peso est�o a diabetes, apneia do sono, hipertens�o e gota.
"Procurei, ent�o, um nutr�logo para que eu desse in�cio a um tratamento. Sei que tomei a decis�o certa, pois se n�o nos sentimos bem com o que somos e temos o poder de mudar, ent�o, fa�amos isso. Agora, sigo firme em minha reeduca��o alimentar e na pr�tica de exerc�cios f�sicos di�rios. � muito mais f�cil ficar parado e comendo coisas gostosas, sim, mas vale a pena todo esse esfor�o pela minha sa�de"
Sara Liz Nogueira Lima, estudante de rela��es p�blicas, de 21 anos
Por isso, a nutricionista Iomara Cavalcante afirma que � importante tomar atitudes contra o excesso de peso. Segundo a nutricionista, a principal delas se d� na mudan�a de h�bitos, incorporando ao dia a dia atividades f�sicas, boa alimenta��o e cuidados com a sa�de mental. S�o atitudes, inclusive, que podem ser adotadas dentro de casa.
“Alimenta��o saud�vel e atividade f�sica comp�em os dois pilares para o emagrecimento, sendo a alimenta��o o principal deles, tendo em vista a sua capacidade de promover um d�ficit cal�rico consider�vel. Mas, essa n�o se trata de um ponto exclusivo, j� que a atividade f�sica tamb�m � essencial neste processo”, observa.

A assist�ncia m�dica nesse processo �, da mesma forma, importante. “� essencial fazer check-ups e, tamb�m, ter acesso a dicas, com seguran�a, para perder peso e manter a boa qualidade de vida”, frisa. Foi o que Sara Lima fez, ap�s perceber que a nova tentativa de inserir atividades f�sicas em sua rotina n�o era suficiente. “Procurei, ent�o, um nutr�logo para que eu desse in�cio a um tratamento. Sei que tomei a decis�o certa, pois se n�o nos sentimos bem com o que somos e temos o poder de mudar, ent�o, fa�amos isso. Agora, sigo firme em minha reeduca��o alimentar e na pr�tica de exerc�cios f�sicos di�rios. � muito mais f�cil ficar parado e comendo coisas gostosas, sim, mas vale a pena todo esse esfor�o pela minha sa�de”, afirma.
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Marta Vieira