
A conscientiza��o sobre a sa�de desse �rg�o vital � o objetivo do Dia Mundial do Cora��o, celebrado anualmente em 29 de setembro e criado pela Federa��o Mundial do Cora��o. Em maio de 2012, l�deres mundiais se comprometeram a reduzir em 25% a mortalidade global por doen�as n�o transmiss�veis at� 2025, sendo que metade dessas enfermidades s�o causadas por problemas cardiovasculares.
Segundo a entidade, essas m�s condi��es que afetam os cora��o e os vasos sangu�neos, incluindo o derrame, s�o a principal causa de morte no mundo, tirando a vida de 17,9 milh�es de pessoas a cada ano.
O objetivo da campanha � promover a��es educativas a fim de que haja controle dos fatores de risco, como tabagismo, m� alimenta��o e sedentarismo, por exemplo.
Estima-se que ao menos 80% das mortes prematuras por doen�as card�acas e derrames podem ser evitadas.
Quanto mais cedo esses cuidados come�arem, melhor. "Cada vez mais vem aumentando a incid�ncia de obesidade em adolescentes, principalmente pela vida moderna atr�s de computadores e celulares, o que fez diminuir a pr�tica de atividades f�sicas entre crian�as e adolescentes", destaca o m�dico F�lix Ramires, coordenador do Programa de Insufici�ncia Card�aca do Hospital do Cora��o (HCor).
Ele menciona que as doen�as isqu�micas, que afetam as art�rias do cora��o, e o enfarte t�m ocorrido em idade mais precoce. Um exemplo foi a morte de Danilo Feliciano de Moraes, filho mais velho do ex-jogador Cafu, que tinha 29 anos. Ele jogava futebol com amigos em casa, em setembro do ano passado, quando passou mal. Encaminhado a um hospital, n�o resistiu ao sofrer uma parada card�aca.
O perigo do estresse
Al�m do sedentarismo e da obesidade, Ramires afirma que o mundo tem trazido uma carga elevada de estresse, o que tamb�m contribui para o aumento da hipertens�o, que � mais um fator de risco para doen�as card�acas.
"Os jovens se acham saud�veis e n�o v�o em busca da preven��o ou de detectar esses fatores de risco que s�o silenciosos." A ocorr�ncia de colesterol alto, por exemplo, n�o manifesta sintomas iniciais, apenas quando os vasos sangu�neos entopem.
Mas jovens saud�veis n�o est�o completamente livres do risco, uma vez que condi��es gen�ticas e hist�rico familiar influenciam no aparecimento das enfermidades cardiovasculares. E isso pode ocorrer mesmo em pessoas fisicamente ativas.
O m�dico do HCor cita, ainda, que uso de drogas il�citas tamb�m aumentam a incid�ncia de enfarte na popula��o mais jovem.
O ideal � evitar que o problema apare�a e fazer um acompanhamento m�dico desde a inf�ncia. Quanto mais cedo os fatores de risco forem identificados, menos tempo o organismo sofrer� com os danos.
"A frequ�ncia desse acompanhamento est� diretamente relacionada a qual grupo de risco voc� se encaixa. Se � de baixo risco, acompanhamento anual � suficiente para manter a monitoriza��o dos fatores de risco. Se de alto, a cada seis meses", orienta o cardiologista.
Uma vez que nem sempre as doen�as cardiovasculares est�o relacionadas � idade avan�ada, confira a seguir as complica��es mais comuns em cada fase da vida, segundo F�lix Ramires, do HCor:
Doen�as em beb�s e crian�as
Na primeira inf�ncia, as cardiopatias cong�nitas, presentes desde o nascimento (ou antes disso) s�o as mais comuns. Qualquer altera��o do cora��o ou dos vasos sangu�neos pode evoluir para uma doen�a, que dependendo do grau vai necessitar de uma interven��o cir�rgica logo nos primeiros dias de vida ou ainda dentro do �tero.
Adolescentes e doen�as cardiovasculares
Nessa fase da vida, as enfermidades do cora��o est�o mais relacionadas aos n�veis de colesterol elevados, obesidade e sedentarismo. Uma cardiopatia cong�nita tamb�m pode se manifestar de forma tardia nessa faixa et�ria.
Outra ocorr�ncia, mas pouco comum no Brasil, � a complica��o card�aca provocada pela febre reum�tica, doen�a mais comum em crian�as na idade escolar e adolescentes, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. A enfermidade pode levar a "uma inflama��o em uma ou mais v�lvulas do cora��o".
Doen�as card�acas em adultos
Nessa fase, a doen�a isqu�mica e o enfarte s�o mais comuns. Por isso, o grande mote das campanhas de preven��o de doen�as card�acas � no sentido de controlar ou prevenir os fatores de risco, como press�o alta.
Segundo Ramires, 30% dos adultos e 60% dos idosos s�o hipertensos. "A hipertens�o, por si s�, for�a o cora��o e, com o tempo, pode levar a uma cardiopatia hipertensiva."
Daqueles que fazem tratamento para a condi��o, metade mant�m os n�veis dentro do recomendado. � nessa faixa et�ria tamb�m que a diabete, obesidade e tabagismo tem incid�ncia importante, com risco para problemas no cora��o.

Idosos com doen�as do cora��o
A cardiopatia isqu�mica ainda � a principal ocorr�ncia em idade mais avan�ada, principalmente se a pessoa ficou muito tempo exposta a fatores de risco n�o controlados.
"Mas existe uma caracter�stica especial que � a insufici�ncia card�aca, perda da capacidade do cora��o de ter bombeamento adequado", ressalta o m�dico do HCor. Nesse caso, h� tanto a perda de for�a quanto a ocorr�ncia do �rg�o mais endurecido.
Preven��o
O estilo de vida de uma pessoa est� muito relacionado � sa�de do cora��o dela. Por isso, � importante eliminar os h�bitos ruins e refor�ar os saud�veis para evitar problemas no cora��o e no sistema vascular.
Uma alimenta��o balanceada, com quantidades adequadas de carboidratos, prote�nas, verduras, vegetais e frutas ajudam a regular o organismo e trazer bem-estar. Investir em atividades f�sicas, mesmo que seja uma caminhada di�ria por 10 minutos, j� contribui para a sa�de do �rg�o.
Em caso de ter algum fator de risco como hipertens�o, colesterol alto ou hist�rico familiar, o ideal � procurar um servi�o m�dico o mais cedo poss�vel para fazer acompanhamento.
Ramires faz um alerta para os cuidados em meio � pandemia, que fez aumentar os n�veis de ansiedade, estresse e s�ndrome do cora��o partido. "O melhor resultado da preven��o � quanto mais precoce iniciar. Por isso, check-ups regulares auxiliam a detectar fatores silenciosos", refor�a o m�dico, que lembra que de 60% a 70% dos hipertensos s�o assintom�ticos.