
Com voz ativa, presente e atuante, a promessa � deixar para tr�s a imagem de omiss�o vista por muitos da classe m�dica, que clamam por maior representatividade e press�o por a��es e medidas diante do poder p�blico, ainda mais em meio � pandemia do novo coronav�rus.
C�sar Eduardo Fernandes v� com grande preocupa��o “not�cias” falsas de rem�dios eficazes no enfrentamento da pandemia. Para piorar, muitas vezes, divulgadas com requinte de crueldade tendo como porta-vozes e referendadas por m�dicos ou profissionais da sa�de e pol�ticos.
“A popula��o est� fragilizada, sem esperan�a e, � semelhan�a do n�ufrago, vai agarrar � t�bua da salva��o quando m�dicos e pol�ticos reverberam. N�o h� evid�ncia s�lida e incontest�veis (sobre uso de cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina). N�o s�o alternativas eficazes seja para o tratamento precoce ou mesmo preventivo”, alerta o m�dico.
“A popula��o est� fragilizada, sem esperan�a e, � semelhan�a do n�ufrago, vai agarrar � t�bua da salva��o quando m�dicos e pol�ticos reverberam. N�o h� evid�ncia s�lida e incontest�veis (sobre uso de cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina). N�o s�o alternativas eficazes seja para o tratamento precoce ou mesmo preventivo”, alerta o m�dico.
O presidente da AMB, explica que “n�o existe tratamento precoce, que pressup�e que uma pessoa doente hoje, sendo de 10 a 14 dias o curso da COVID-19, que pode agravar, receber uma medica��o para abortar o curso da doen�a. N�o � verdade. � leviandade. E o �nico tratamento preventivo � a vacina”, avisa.
C�sar Eduardo Fernandes chama a aten��o para o que viveu (e vive) Manaus: “Imagina a popula��o sem atendimento, faltando insumos, falta de oxig�nio, claro que, desalentada, vai agarrar � t�bua de salva��o”.
O m�dico enfatiza ainda mais: “Se a medica��o alardeada fosse in�cua, seria aquela hist�ria: se n�o faz bem, mal n�o faz... Mas n�o. N�o � placebo. Tem efeitos graves”.
O m�dico enfatiza ainda mais: “Se a medica��o alardeada fosse in�cua, seria aquela hist�ria: se n�o faz bem, mal n�o faz... Mas n�o. N�o � placebo. Tem efeitos graves”.
Ali�s, o maior defensor da cloroquina, o m�dico franc�s Didier Raoult admitiu pela primeira vez que o medicamento n�o reduz mortes e assumiu que a subst�ncia n�o diminui a necessidade de UTI e do paciente precisar de oxig�nio. Apesar de a ci�ncia h� tempos n�o ter demonstrado efeitos ben�ficos do rem�dio contra a COVID-19. Ele foi denunciado na Fran�a por promo��o indevida do rem�dio.
PUNI��O AOS M�DICOS?
Mas, ent�o, fica a d�vida. No caso espec�fico de m�dicos que divulgam tal inverdade, n�o teriam de ser punidos? C�sar Eduardo Fernandes destaca que “cabe � AMB emitir diretrizes e dire��es. Entendemos que as medica��es n�o t�m efeito. N�o a defendemos e temos de ser respons�veis e n�o iludir. O que fazer? N�o temos prerrogativas de oferecer restri��es �ticas para quem comete il�citos ou propaga fake news. Cabe aos conselhos", diz.
Segundo ele, at� hoje n�o houve manifesta��o oficial. "Quero imaginar que deva estar em elabora��o pelas autarquias federais respons�veis, que os conselheiros estejam debru�ados. Hoje, uma opini�o a favor ou contra determina conduta. A nossa bandeira � uma s�: excel�ncia nas pr�ticas cl�nicas e assist�ncia � popula��o.”
Quanto � vacina, C�sar Eduardo Fernandes a compara com a f�bula do s�bio e o bode na sala, a COVID-19 � o bode: “A vacina � um grande alento, presenciamos a atua��o do corpo t�cnico da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) de extrema qualidade, que nos deixa orgulhosos. O problema � que n�o temos vacina. Um n�mero �nfimo de doses, embora aprovada em car�ter emergencial. Ent�o, ficamos receosos. � tr�gico. E, quando a COVID-19 terminar, os problemas n�o v�o terminar, v�o se agravar por causa do represamento. Mas, agora, temos de vencer a COVID-19."Se a medica��o alardeada fosse in�cua, seria aquela hist�ria: se n�o faz bem, mal n�o faz... Mas n�o. N�o � placebo. Tem efeitos graves
C�sar Eduardo Fernandes, presidente da Associa��o M�dica Brasileira (AMB)
C�sar Eduardo Fernandes enfatiza que � necess�rio alertar sempre que a chegada na vacina n�o exime ningu�m, inclusive quem a recebeu, do uso de m�scara e de continuar com todos os demais processos de higieniza��o e cuidados.
"Os governos federal, estadual e municipal t�m da falar a mesma l�ngua. O Z� Gotinha � um sucesso, tem credibilidade, excelente ideia, porque n�o numa campanha de marketing com o lan�ameno do Z� Coroninha?”, prop�e.
E ainda � preciso lidar com os antivacina: “Fake news tem uma for�a inacredit�vel e produz estragos que precisam ser criminalizados de modo severo. N�o pode haver espa�o para inverdades", destaca o m�dico.
O FUTURO DA �REA DA S�UDE

Para C�sar Eduardo Fernandes, o futuro � assustador. Se para muitos o p�s-pandemia, que certamente vir�, ser� o fim das mazelas, as not�cias n�o s�o boas. “Muitas situa��es est�o esquecidas. A sa�de est� destro�ada, com contingenciamento de verbas, subfinanciada, falta gest�o, h� desvio. E, de repente, sa�de � s� a COVID-19. E a hipertens�o, o diabetes, o c�ncer, o acidente vascular cerebral... Tudo esquecido. Tudo represado com consequ�ncias preocupantes para um futuro pr�ximo. O Sistema �nico de Sa�de (SUS) � uma grande ideia, permitiu a inclus�o, o acesso, mas tem muito a progredir porque apresenta fragilidades.”
C�sar Eduardo Fernandes, que pela primeira vez assume a presid�ncia da AMB, dono de larga carreira nas associa��es m�dicas e professor universit�rio, enfatiza que j� era hora de mudan�a: “Reformular, modernizar, independ�ncia do ente pol�tico, sem corrente partid�ria e ideol�gica e, simplesmente, falar pela sa�de. Temos de nos posicionar".
E continua: "Os especialistas falam sobre seus saberes espec�ficos, a AMB tem alta credibilidade junto � popula��o, � voz cr�vel e temos de falar pela sa�de como um todo. Ou seja, focar nas boas pr�ticas m�dicas e acolhimento da popula��o. Assumimos com legitimidade, com uma carga enorme sobre os ombros. A sa�de j� estava combalida antes, com a pandemia evidenciou todas as dificuldades”.
E continua: "Os especialistas falam sobre seus saberes espec�ficos, a AMB tem alta credibilidade junto � popula��o, � voz cr�vel e temos de falar pela sa�de como um todo. Ou seja, focar nas boas pr�ticas m�dicas e acolhimento da popula��o. Assumimos com legitimidade, com uma carga enorme sobre os ombros. A sa�de j� estava combalida antes, com a pandemia evidenciou todas as dificuldades”.
Rec�m empossado no comando da AMB, entidade que representa a classe m�dica no Brasil desde 1951, sendo a segunda maior associa��o m�dica das Am�ricas, com assento no Conselho Federal de Medicina (CFM) e em outras organiza��es da �rea, al�m de interlocu��o junto aos �rg�os p�blicos, C�sar Eduardo Fernandes promete ter uma gest�o ativa e participativa. E tem tamb�m a miss�o de lutar pela valoriza��o n�o s� do m�dico, mas dos profissionais da sa�de.
“Na pandemia ocorreu o resgate dos profissionais da sa�de, j� que anteriormente todas as mazelas do setor eram jogadas em seus colos, como se fossem incompetentes. E n�o s� m�dicos, de todos da �rea, do enfermeiro ao motorista da ambul�ncia, do porteiro ao fisioterapeuta e tantos outros profissionais. Eram desvalorizados, confundiam incompet�ncia estrutural como se fosse profissional."
Para o presidente da AMB, os profissionais da sa�de formam uma classe valente, que perdeu muitos profissionais, s�o guerreiros. Agora, a popula��o os reverenciam. Mas � preciso mais.
"Os governantes t�m de entender que � preciso uma carreira de estado remunerada como os magistrados, s�lida, n�o esta mentira de Mais M�dicos (programa cujo objetivo � suprir a car�ncia de m�dicos nos munic�pios do interior e nas periferias das grandes cidades). O m�dico tem que estar onde possa exercer a medicina. A culpa de querer ficar nos grandes centros n�o � do m�dico, mas do governo tratar a classe com descaso”.
“Na pandemia ocorreu o resgate dos profissionais da sa�de, j� que anteriormente todas as mazelas do setor eram jogadas em seus colos, como se fossem incompetentes. E n�o s� m�dicos, de todos da �rea, do enfermeiro ao motorista da ambul�ncia, do porteiro ao fisioterapeuta e tantos outros profissionais. Eram desvalorizados, confundiam incompet�ncia estrutural como se fosse profissional."
Para o presidente da AMB, os profissionais da sa�de formam uma classe valente, que perdeu muitos profissionais, s�o guerreiros. Agora, a popula��o os reverenciam. Mas � preciso mais.
"Os governantes t�m de entender que � preciso uma carreira de estado remunerada como os magistrados, s�lida, n�o esta mentira de Mais M�dicos (programa cujo objetivo � suprir a car�ncia de m�dicos nos munic�pios do interior e nas periferias das grandes cidades). O m�dico tem que estar onde possa exercer a medicina. A culpa de querer ficar nos grandes centros n�o � do m�dico, mas do governo tratar a classe com descaso”.