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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Cartas escritas � m�o: afeto �nico

Dezenove escritores se unem com a ideia de resgatar cartas escritas a m�o na edi��o: O livro das cartas. Muitos autores mineiros


07/02/2021 04:00 - atualizado 04/02/2021 11:04

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)


O livro das cartas, que chegou �s livrarias em 2020, � um presente para acalentar o cora��o e dar vaz�o �s emo��es em tempos dif�ceis e estranhos em um cen�rio de pandemia. Se antes comum, h�bito de gera��es, � certo que nem todos sabem escrever uma carta. E quem tem o dom leva para o papel o incomensur�vel. A jornalista Silvia Prevideli, que atua exclusivamente no mercado editorial e � uma das organizadoras do livro ao lado Silvia Regina Angerami, diretora da editora Reality books, conta que a ideia surgiu de resgatar esta forma de escrita t�o afetuosa, t�o �nica e antiga na sociedade. As cartas possibilitam uma publica��o que � um misto de literatura e coloquialismo, de privado e p�blico, ao mesmo tempo em que convida o leitor ao suspense, de pensar se foi enviada, se teve resposta, qual desfecho a hist�ria teve.

Silvia Prevideli explica que a proposta era encontrar cartas rascunhadas, mas nunca finalizadas ou nunca enviadas. Mas o leque se abriu e vieram cartas apenas pensadas e n�o escritas, cartas escritas a m�o e nunca enviadas, cartas datilografadas, cartas engavetadas, cartas j� iniciadas no computador, mas nunca conclu�das, e finalmente cartas j� enviadas, mas nunca publicadas.
 
A jornalista Silvia Prevideli é uma das organizadoras do projeto que busca dar voz a autores autônomos (foto: Arquivo Pessoal)
A jornalista Silvia Prevideli � uma das organizadoras do projeto que busca dar voz a autores aut�nomos (foto: Arquivo Pessoal)
Com 19 autores, Silvia Prevideli conta que buscaram dar voz a autores an�nimos que tivessem esta hist�ria dentro de si, um v�nculo forte com as cartas. “Quer�amos variedade de relatos e destinat�rios, e temas inusitados, mas ao fim tivemos uma mistura de 'velhos conhecidos', conte�dos como a despedida, o agradecimento, o reconhecimento, o segredo revelado e surpresas ficcionais e personagens pouco prosaicos.” Vale registrar que, no livro, cinco autoras s�o de Minas Gerais.

Para a jornalista, as cartas v�o mexer com o leitor. “Com certeza, as cartas v�o tocar a mem�ria, os saberes e valores de muitos leitores. Eles ir�o se encontrar ali n�o s� com sua vontade de escrever algo semelhante, ao mesmo 'algu�m' ou pelo teor do que foi dito, ou ainda v�o se surpreender com destinat�rios que nunca imaginaram, mas bem se encaixam em suas vidas, como no caso da autora que escreve para o 'Tempo', a que escreve para um 'Caminho', entre outras”, ressalta Silvia Prevideli.

BUSCA DO EU, DA REFLEX�O 


Mesmo vivendo na era p�s-moderna, tempo de internet das coisas, intelig�ncia artificial, ind�stria 4.0, enfim, a sociedade digital e das redes sociais, a carta ainda consegue provocar muitos. “N�o somente a carta escrita a m�o, mas as cartas em si que ocupam um espa�o de recontar experi�ncias vividas e relatadas em sua ess�ncia ou por vezes representadas e romantizadas, dando ao remetente o direito a contar a sua vers�o real ou sonhada. Ao se identificar com os textos das cartas, o leitor deixar� a emo��o e a saudade virem � tona e se enxergar� nos testemunhos de pessoas que n�o fizeram hist�ria, pois n�o s�o famosos ou ativistas de algum momento social ou causa, mas simplesmente retratam suas vidas”, diz Silvia Prevideli.

“As cartas trazem subjetividade, individualidade, tra�os do passado que se insinuam no presente, que mesmo parecendo t�o exclusivos daquele autor s�o facilmente partilhados pelo leitor, pois carregam c�digos e sensibilidades comuns a um grupo, a uma na��o, a uma cultura. Elas convidam � busca do eu, � reflex�o, � escrita em si, a criar la�os, mesmo que a dist�ncia”, enfatiza.

Em particular, Silvia Prevideli revela que � de uma gera��o em que as cartas ainda tinham o cheiro do papel, n�o mais da caneta tinteiro, mas o escrever a m�o, a caneta. “Al�m disso, o mundo globalizado n�o era realidade na minha inf�ncia e adolesc�ncia, ent�o a carta diminu�a a sensa��o de dist�ncia e aumentava a de cumplicidade. Sempre escrevi cartas, as mais diversas, para quem estava pr�ximo, e uma certa timidez e um certo romantismo pediam essa forma de express�o, ou para quem estava longe e a carta era a �nica forma de alcan�ar o destinat�rio, ora porque as liga��es telef�nicas eram caras, ora porque n�o havia o e-mail, ora porque sempre gostei de escrever e as cartas eram mais uma forma de escrita.”

Silvia Prevideli conta que, ainda hoje, com outros caminhos e instrumentos, ela escreve cartas, s� que agora n�o mais a m�o ou datilografadas, mas no computador. “Sinto que a velocidade das ideias precisa do teclado para que n�o se percam. Ainda fa�o algumas anota��es no papel, mas a letra se desfigurou, perdeu sua firmeza e muitas vezes quando vou reler � um garrancho inintelig�- vel. Por isso uso o computador, assim n�o perco a ideia, nem o papel.”


SERVI�O

(foto: Mockup Murilo Orefice/Divulgação )
(foto: Mockup Murilo Orefice/Divulga��o )

  • Obra: O livro das cartas
  • Autores: Ana Carolina Carvalho Visone, Ana L�cia de Ara�jo Guerrero, Anna Maria de Ara�jo Bonilha, Ariely Carolina Plana, Cl�udia Andrade Goulart, Darcy de Ara�jo Guerrero, Ester Silbiger, Grenalt da Silva Machado, Luciana Garcia-Waisberg, Magda Velloso F. de Tolentino, Maria Clara Rizek, Mellissa Toledo de Barros Favaron, Patr�cia Scotolo, Renata Feldman, Rosa Maria Garcia Barros, Silvia Prevideli, Silvia Regina Angerami, Solange Calvo, Terezinha Buoso Tavollassi e Vitor Theodoro.
  • Organizadoras: Silvia Prevideli e Silvia Regina Angerami
  • Editora: Liberty Books
  • N�mero de p�ginas: 140
  • Ano: 2020
  • Pre�o sugerido: R$ 52
  • Site: 
    • https://www.realitybooks.com.br/shop


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