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Estado de Minas SA�DE

COVID-19: pessoas com leucemia podem se vacinar?

Pacientes com leucemia e outros tipos de c�ncer fazem parte do grupo de risco para a COVID-19. Composi��o dos imunizantes � crucial para "libera��o"


16/02/2021 13:26 - atualizado 16/02/2021 14:41

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

A vacina��o contra a COVID-19 j� est� em andamento no Brasil e no mundo. Por�m, com a necessidade de imunizar a maioria de pessoas poss�veis o quanto antes, principalmente aquelas com maior exposi��o ao v�rus e/ou predisposi��o � infec��o, surgem questionamentos plaus�veis. Um deles gira em torno dos poss�veis danos � sa�de dos pacientes com leucemia – c�ncer que acomete a forma��o das c�lulas sangu�neas, dificultando a resposta do corpo para combater infec��es – que recebem o imunizante. 

Isso porque, haja vista a capacidade de interferir no sistema imunol�gico do organismo humano, pode haver uma rea��o adversa do corpo � vacina. Por�m, sim, as pessoas com quadros cl�nicos de leucemia podem se vacinar.

“� importante ressaltar que n�o existe um �nico tipo de leucemia, pois temos as leucemias agudas e as cr�nicas. E elas exigem cuidados distintos quanto � imuniza��o de seu portador. Para os que s�o acometidos pela leucemia aguda, est�o em tratamento e com uma baixa dos gl�bulos brancos, � importante aguardar”, explica �ngelo Maiolino, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da diretoria da Associa��o Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) 

“Ou seja, � preciso esperar que os gl�bulos brancos se recuperem para que a vacina seja aplicada sem riscos, porque, no momento da terapia, o organismo encontra-se em estado cr�tico. J� os pacientes com leucemia cr�nica, linfoide cr�nica ou mieloide cr�nica, ainda que estejam em tratamento – alguns tratamentos s�o cont�nuos –, devem ser vacinados.” 

O especialista destaca, ainda, que o fato de a vacina ser produzida com o v�rus inativo confere seguran�a � vacina��o dos pacientes com leucemia contra a COVID-19, e afirma que a vacina n�o traz, de forma alguma, qualquer risco de piora da doen�a de base.

No entanto, �ngelo Maiolino pontua que n�o h� como saber a efic�cia da vacina nesse grupo, uma vez que n�o houve testes espec�ficos nesses pacientes, mas afirma que haver�, sim, algum grau de prote��o. 

O professor frisa, tamb�m, a necessidade de que, mesmo ap�s a imuniza��o, os pacientes se atentem aos cuidados b�sicos recomendados pelos �rg�os oficias de sa�de para conter o avan�o da pandemia, como uso de m�scara, isolamento social e higieniza��o das m�os com frequ�ncia. 

PRIORIDADE? 


Os pacientes com leucemia ainda n�o est�o inclusos nos grupos priorit�rios de vacina��o – profissionais de sa�de e idosos –, e n�o h� um plano de vacina��o amplo no Brasil e no mundo. Por isso, �ngelo Maiolino destaca que, mesmo que haja a comprova��o do maior risco desse grupo de desenvolver a forma grave da doen�a, pensar em vacina��o priorit�ria ainda � utopia. 

“Na verdade, se fosse poss�vel, seria importante colocar alguns desses grupos como prioridade. De alguma forma, esses pacientes est�o inclu�dos na faixa et�ria mais elevada e tamb�m existem algumas quest�es relacionadas � comorbidade. Mas, ainda �, infelizmente, invi�vel de ser aplicada. No entanto, o risco aumentado desses pacientes est� provado. Existem trabalhos que mostram que pacientes com c�ncer hematol�gico t�m risco aumentado de ter COVID-19 em sua forma mais grave. Ent�o, se fosse poss�vel, seria importante ter essa imuniza��o priorit�ria”, avalia. 

CUIDADOS REDOBRADOS 


A leucemia � um tipo de c�ncer no sangue e na medula �ssea, que, geralmente, � causado pela r�pida produ��o de gl�bulos brancos do sangue que em crescimento anormal pode levar ao tumor hematol�gico. Em quantidades normais, essas c�lulas s�o respons�veis pela prote��o do corpo no combate a infec��es. Ela pode ser mieloide ou linfoide, dependendo do tipo da c�lula onde se desenvolve. 

Ângelo Maiolino, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da diretoria da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH)(foto: Arquivo pessoal)
�ngelo Maiolino, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da diretoria da Associa��o Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) (foto: Arquivo pessoal)
“S�o quatro tipos principais: LMA (leucemia mieloide aguda), LLC (leucemia linfoide ou linfoc�tica cr�nica), LMC (leucemia mieloide cr�nica) e leucemia linfobl�stica aguda. E os sintomas se assemelham. S�o eles: anemia, sensa��o de fraqueza e cansa�o, hematomas pelo corpo e propens�o a hemorragias”, elucida �ngelo Maiolino, que destaca, justamente por isso, a necessidade de que esses pacientes tenham cuidados redobrados durante a pandemia, haja vista a maior predisposi��o a infec��es graves e debilita��o do organismo. 

“Eles devem ter os mesmos cuidados, mas redobrados: vacina, distanciamento social, uso de m�scara e lavagem constante das m�os. E o n�cleo familiar que convive com esse paciente tamb�m deve ter esses aspectos refor�ados. Al�m disso, � importante que esses pacientes mantenham os tratamentos em dia mesmo com a necessidade de isolamento social”, diz. 

LEUCEMIA AGUDA X LEUCEMIA CR�NICA 


Segundo o especialista, as leucemias agudas se manifestam de forma r�pida, com anemia, sangramento de pele e mucosa. “A pessoa come�a a ter manchas roxas, sangramento nasal e pelo tubo digestivo, e facilidade de ter infec��es graves, em raz�o de os gl�bulos brancos normais terem queda acentuada. Essas manifesta��es ocorrem de uma forma muito aguda e o tratamento precisa ser, nos pacientes mais jovens, intenso, com quimioterapia. Alguns pacientes se beneficiam do transplante de medula �ssea.” 

Para os pacientes de faixa et�ria mais avan�ada – idosos –, que n�o podem passar por tratamentos mais intensos, h� estrat�gias que combinam com agentes n�o quimioter�picos, chamados hipometilantes, e medicamentos com grande possibilidade de sobrevida. J� nos quadros cl�nicos de leucemia cr�nica, tem-se o tratamento por quimioterapia e drogas alvo, f�rmacos que atuam diretamente na c�lula que se tornou neopl�sica. 

“Essas doen�as se manifestam tamb�m por anemia, por propens�o de ter uma infec��o, mas, principalmente, pelo aparecimento de g�nglios linf�ticos aumentados pelo corpo. O diagn�stico pode ser feito pela avalia��o da f�brica do sangue, pela bi�psia aspirada e de medula �ssea e, eventualmente, pela pr�pria avalia��o do exame de sangue. S�o doen�as bem distintas”, diz. 

 *Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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