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Estado de Minas SA�DE

Bem-estar mental � colocado � prova em meio � pandemia de COVID-19

Pesquisa aponta que 53% dos brasileiros sofreu piora do bem-estar mental durante a pandemia. Especialistas explicam e d�o dicas de como lidar com as emo��es


20/04/2021 13:30 - atualizado 20/04/2021 14:48

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Medo, ang�stia, solid�o. S�o muitos, e diversos, os sentimentos de brasileiros, bem como de pessoas do mundo todo, em meio � pandemia de COVID-19, o isolamento social e o risco iminente de adoecimento e morte.

N�o � toa, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, encomendada pelo F�rum Econ�mico Mundial e cedida � BBC News, 53% dos brasileiros apontam piora do bem-estar mental neste per�odo.  

Os dados s�o preocupantes, j� que o Brasil � o quarto pior pa�s nesse quesito – s� perde para It�lia (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%), respectivamente. 

“A pandemia afetou a vida de todos, independentemente da idade e classe social. De repente, nos vimos obrigados a mudar rotina, h�bitos e costumes. Passamos a viver isolados em casa, com incertezas do futuro profissional e financeiro e, tamb�m, com medo de contrair o v�rus e perder pessoas pr�ximas.

Muita gente passou a trabalhar dentro de casa e outros viram-se receosos ao pensar que poderiam levar o COVID-19 para seus familiares, j� que fazem parte dos servi�os essenciais. Crian�as e adolescentes, que antes conviviam com os colegas na sala de aula, hoje s�o obrigados a realizar tarefas e deveres on-line.” 

� o que descreve o psiquiatra Lucas Bifano. E por a� vai, afinal, muita coisa mudou desde mar�o de 2020, de uma forma que muita gente sequer imaginou um dia. E, al�m de todas as mudan�as, as preocupa��es mexeram com diversos fatores de qualidade de vida das pessoas, como sono, alimenta��o e pr�tica de atividades f�sicas. 

“Uma noite bem dormida se tornou artigo de luxo. Estamos descontando nossas emo��es na comida e quase n�o movimentamos mais nosso corpo. Tudo isso tem forte influ�ncia no emocional das pessoas, principalmente porque ainda n�o sabemos por quanto tempo teremos de permanecer dessa forma”, diz. 

O bem-estar mental, ent�o, sofre e muito. Mas o que quer dizer o bem-estar mental? Quer dizer que as pessoas est�o ansiosas e depressivas – transtornos psicol�gicos e psiqui�tricos? N�o necessariamente.

Isso porque, de acordo com Lucas Bifano, o bem-estar mental pode ser entendido por quando a mente humana trabalhe de forma harm�nica, independentemente dos sentimentos positivos ou negativos e das exig�ncias externas. Tudo de forma equilibrada.   

“� saber das nossas limita��es e como lidar com as situa��es adversas, sem desespero ou euforia demais. Segundo a OMS – Organiza��o Mundial da Sa�de –, diversos fatores colocam a sa�de mental das pessoas em risco, como estresse, mudan�as sociais bruscas, estilo de vida n�o saud�vel, entre outros.

Atualmente, com a pandemia, al�m do medo do cont�gio, estamos lidando com o enfrentamento de problemas financeiros e sociais. Soma-se a isso a piora nos h�bitos alimentares e o aumento do sedentarismo”, explica Lucas Bifano. 

(foto: Nathan Stocker/Divulgação)
(foto: Nathan Stocker/Divulga��o)
Dessa forma, segundo o psiquiatra, “n�o conseguindo ter bem-estar mental para lidar com tudo o que est� acontecendo, a sa�de f�sica e mental das pessoas tende a ficar prejudicada, por mais que elas tenham aus�ncia do que consideramos como transtornos mentais ou defici�ncias. A sa�de mental e bem-estar andam juntos e s�o fundamentais para que consigamos exercer nossas fun��es enquanto indiv�duos perante a sociedade”, aponta. 

Assim sendo, Lucas Bifano explica que a piora do bem-estar mental n�o significa, necessariamente, que haver� o aparecimento de transtornos mentais. Isso at� pode ocorrer, mas n�o � uma regra.

“Todos n�s fomos afetados de alguma forma pela pandemia e isso pode acarretar no desenvolvimento de transtornos, como ansiedade e depress�o. E mesmo que n�o haja a presen�a desses transtornos, estamos preocupados, com medo, passamos a dormir menos, a comer de maneira equivocada, praticamos menos ou nenhuma atividade f�sica e tudo isso influencia no bem-estar f�sico e mental, trazendo consequ�ncias negativas.” 


O QUE FAZER? 


Ao menor sinal de que algo n�o est� indo bem, � preciso agir. E isso inclui, segundo Lucas Bifano, a ajuda m�dica especializada, haja vista a import�ncia de um diagn�stico preciso e de um tratamento adequado, seja ele com terapia ou uso de medicamentos em caso de transtornos mentais.  

“J� os que n�o t�m nenhum transtorno de ansiedade ou depress�o, mas que tiverem o bem-estar afetado pela pandemia, � importante entender que o momento est� sendo diferente em todo mundo e que isso pode gerar sentimentos e emo��es que antes n�o est�vamos acostumados a lidar com tanta frequ�ncia.” 

Al�m disso, � importante se atentar aos h�bitos: “Temos de nos cobrar menos, limitar o tempo gasto com not�cias negativas, realizar atividades f�sicas, buscar alimenta��o equilibrada, evitar o consumo excessivo de �lcool como v�lvula de escape, ter uma boa noite de sono, praticar t�cnicas de relaxamento, ter tempo de qualidade gasto com n�s mesmos, al�m de fortalecer os la�os de amizade e fam�lia, mesmo que a dist�ncia”, recomenda Lucas. 
 

"� importante entender que o momento est� sendo diferente em todo mundo e que isso pode gerar sentimentos e emo��es que antes n�o est�vamos acostumados a lidar com tanta frequ�ncia."

Lucas Bifano, psiquiatra

 

Isso � essencial, haja vista que, conforme o psiquiatra Diego Tinoco, “o nosso emocional � resultado de diversas situa��es ambientais e de como reagimos."
 
"Assim, considero fundamental nos atentarmos para algumas quest�es, que, infelizmente, muitos de n�s, estamos neglicenciando. � muito importante, portanto, termos estrat�gias para lidar com o sentimento de solid�o. Muitos est�o se sentindo sozinhos, sentem falta de uma pessoa para conversar, pedir ajuda, compartilhar os medos e ang�stias do dia a dia. E, nesse momento, � importante n�o acanhar e ligar por v�deo ou por telefone mesmo para nossos amigos e familiares. N�o tenha receio ou medo de ligar e querer conversar com outra pessoa que era pr�xima a voc�”, indica. 

Diego Tinoco d� mais dicas para um bem-estar equilibrado e harm�nico. Confira: 

Ao conversar com as pessoas, evite fazer julgamento: Escute e tamb�m compartilhe suas ang�stias, medos e alegrias. Se interesse pela conversa do outro, sem fazer julgamento. J� existe muitas pessoas com sentimento de culpa mesmo sem as ter, e julgar algu�m nesse momento n�o ir� ajudar. N�o precisamos de mais julgamentos, e sim de mais empatia e mais conex�o emocional.

Entenda que conflitos existentes entre familiares e amigos n�o � apenas com voc�: Muitos conflitos est�o acontecendo em virtude deste momento tenso e complicado. Ao entender isso nas diversas situa��es existentes do dia a dia, aos poucos, voc� pode conseguir n�o se irritar de forma profunda e n�o se exaltar. A exalta��o, o grito, a raiva ser�o prejudicais principalmente para quem os faz. Tentar manter-se no equil�brio e entender que � fundamental ficar menos nervoso � important�ssimo.

Confie e acredite: N�o basta apenas querer confiar e acreditar, tem que decidir confiar e acreditar que boas solu��es j� est�o chegando e ir�o chegar em breve. O pensamento positivo � uma defesa contra os medos e ang�stias, e pode ajudar a lidar melhor com esse momento.  

Mantenha a calma: Caso voc� ou um familiar tenha COVID-19, n�o deixe o medo te segurar. Acredite fielmente que dar� tudo certo. Acreditar que nada grave ir� te atingir promover� boas energias e menos irritabilidade. � preciso lembrar que o estresse e a raiva podem diminuir a imunidade e, portanto, � preciso praticar atitudes para atenuar todo o estresse e medo com boas energias e pensamento positivo.

Crie estrat�gias para uma boa noite de sono: � important�ssimo praticar bons h�bitos de higiene do sono. Portanto, evite mexer no celular na hora de dormir, e deixe o celular longe da cama e no silencioso, evite assistir � TV pelo menos duas horas antes de dormir e evite tomar caf� no per�odo da tarde e da noite.

Tamb�m, tente usar a cama apenas para namorar e dormir, n�o fique horas na cama tentando dormir. Ao ficar com dificuldade para dormir, levanta-se e tente ler um livro ou  fazer alguma atividade mais leve, e assim que o sono voltar, volte para a cama. O corpo precisa entender que ao deitar na cama, � hora de dormir.  

Evite discuss�es nas redes sociais: Evite discuss�es afloradas sobre temas pol�micos em redes sociais, WhatsApp e grupos de fam�lias. Precisamos nos conectar emocionalmente com as pessoas que est�o pr�ximas de n�s. Entender o que o outro sente, sofre e tamb�m compartilhar sentimentos � melhor do que simplesmente discutirmos por temas ou situa��es que muitas vezes n�o ter�o bons frutos.

Cuide dos idosos: Caso tenha idosos mais vulner�veis em casa, olhe com aten��o para eles. Muitas vezes eles ficam sem apetite, sem vontade de beber �gua, e isso pode impactar na imunidade deles ou de qualquer um que tenha tais sintomas. � preciso cuidar com empatia e humaniza��o. Escute-o, n�o julgue e estimule uma boa alimenta��o e boa hidrata��o. Isso � fundamental tamb�m para o nosso emocional.  

Cuide das rela��es: Caso esteja trabalhando em home office junto com o companheiro ou companheira, tome cuidado para n�o extrapolarem na rela��o e se exaltarem. No hor�rio de trabalho de ambos, tente separar locais diferentes para cada um se concentrar e tente focar o trabalho nas horas previstas para o trabalho. O desgaste no relacionamento pode come�ar com pequenas discuss�es e aos poucos se transformar em uma tremenda bola de neve. 

Por fim, Diego Tinoco opina: "Precisamos entender que a sa�de emocional � parte integrante da resposta que devemos dar � COVID-19. E esse entendimento � fundamental tanto para o meio individual, quanto para o coletivo. A preven��o e o tratamento em prol de uma boa sa�de emocional s�o ferramentas que ir�o nos ajudar no combate � COVID-19, assim n�o deixe de pensar nas atitudes ideias e, se poss�vel, cobre dos servi�os p�blicos e dos planos de sa�de um bom servi�o de qualidade nessa �rea.” 

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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