
Expressar-se por meio da escrita � ferramenta poderosa de cuidado com a sa�de mental. � unanimidade como a materializa��o dos sentimentos por meio da palavra visualmente proporciona uma vis�o do que se passa internamente com cada um.
A t�cnica administrativa e mestranda em educa��o tecnol�gica Juliana Azevedo Pacheco, idealizadora do projeto A escrita de si, do Centro Federal de Educa��o Tecnol�gica de Minas Gerais (Cefet-MG), que faz parte do programa de extens�o da institui��o, foi pensada como instrumento de visibilidade para os terceirizados do Cefet-MG.
Segundo ela, trata-se da oferta de um curso de escrita para os funcion�rios terceirizados que trabalham, majoritariamente na limpeza. O mote inicial foi a necessidade de conhecer quem eram as pessoas que zelavam pela limpeza da institui��o, alguns nunca haviam frequentado uma escola antes.
O intuito tamb�m era de ampliar as possibilidades para os sujeitos desenvolverem uma vis�o cr�tica da realidade, rompendo com o processo nivelador a que a cultura submete os indiv�duos.
O intuito tamb�m era de ampliar as possibilidades para os sujeitos desenvolverem uma vis�o cr�tica da realidade, rompendo com o processo nivelador a que a cultura submete os indiv�duos.
Nem sempre a escrita � linear e conseguimos decifrar seus c�digos. Mas o ato de escrever transforma algo em n�s
Juliana Azevedo Pacheco, idealizadora do projeto "A escrita de si", do Cefet-MG
Um dos resultados, destaca Juliana Pacheco, foi a edi��o do livro “Narrativas de vida dos trabalhadores terceirizados do Cefet-MG”, lan�ado em dezembro de 2020, que re�ne narrativas de vida dos participantes. “Nos textos, os participantes refletem sobre formas de reconhecimento, fortalecimento e compartilhamento de suas trajet�rias, que, consequentemente, levam � resist�ncia aos mecanismos de exclus�o e subalterniza��o. A publica��o � uma iniciativa que indica que sujeitos historicamente invisibilizados e subalternizados tamb�m podem escrever e escrevem suas hist�rias”, explica.
Para Juliana Pacheco, a escrita atua de v�rias formas e a partir do momento em que a pessoa escreve, ela mergulha em si, em partes boas e ruins: “Mas a escrita autobiogr�fica pode ser uma oportunidade de reconhecimento de nossas pr�prias identidades. � como as cebolas e suas camadas, a escrita seria como descascar nossa cebola, e ir retirando as camadas de si. Em rela��o ao bem que faz, digo por mim, a escrita me reorganiza e dissipa ansiedades”.
Quentinho no cora��o
A escrita pode, sim, dar visibilidade aos sentimentos, pensamentos, emo��es, d�vidas e desejos, que se tornam mais reais, at� mesmo como um documento, um retrato sobre si. Mas, diante da experi�ncia de Juliana Pacheco, “�s vezes, � um retrato emba�ado daqueles filmes que algumas fotos queimavam, sabe? Podemos n�o ver com nitidez aquela foto, mas ela registra algo. Assim tamb�m � com a escrita sobre si, nem sempre ela � linear e conseguimos decifrar seus c�digos. Mas o ato de escrever transforma algo em n�s”.
Diante da for�a da escrita, � poss�vel imaginar que aqueles que n�o sabem vivam um vazio por n�o dominar uma forma de express�o. “N�o posso dizer sobre essa falta, j� que a escrita � algo que est� presente em minha vida, em meu cotidiano. Mas cito Rosa Montero (jornalista e escritora espanhola): 'Mas a palavra � o que nos torna humanos'.”
Cinco benef�cios da escrita terap�utica
- Contribui para o autoconhecimento
- Equilibra as emo��es
- Organiza os pensamentos
- Melhora a comunica��o
- Aumenta a disciplina
