Segundo o pneumologista pediatra do HIJPII Alberto Vergara, o crescimento nos casos se d� devido � redu��o do distanciamento social. "No ano passado, com as pessoas mais isoladas em raz�o da COVID-19, as crian�as tiveram menos contato social, evitando o cont�gio interpessoal e, consequentemente, desenvolvendo menos infec��es virais. Com isso, o n�mero de atendimentos pedi�tricos caiu 80%", diz o pneumologista.
O tempo seco � um grande impulsionador de crises asm�ticas, rinite al�rgica, dermatite at�pica e infec��es virais respirat�rias e bacterianas secund�rias aos quadros virais. De acordo com Vergara, com a baixa umidade relativa do ar, as secre��es do l�quido p�ro-ciliar podem se desidratar e alterar a limpeza das secre��es das vias respirat�rias, o que dificulta a elimina��o de micro-organismos. "Por isso, recomenda-se o aumento do consumo de �gua e a aplica��o de soro fisiol�gico nasal", explica.
Nathalia C�ssia de Alc�ntara conta que a filha Cec�lia, de 8 anos, ficou internada no HIJPII, por causa de uma doen�a respirat�ria. "Minha filha tinha sintomas de gripe, se queixava de dor de cabe�a e garganta e apresentava satura��o baixa (dificuldade de respirar). Tivemos muito medo que ela estivesse com COVID-19. Mas o exame deu negativo e ela foi diagnosticada com uma crise de asma", conta.
Casos
Entre abril e junho de 2021, foram atendidas 3.311 crian�as com problemas respirat�rios na unidade do HIJPII, um aumento de mais de 50% em compara��o com os 1.258 casos registrados em 2020.
As interna��es no CTI tamb�m tiveram um aumento e foram de 768 para 1.353.
Como prevenir
De acordo com Alberto Vergara, a preven��o de infec��es come�a com os h�bitos saud�veis. Alimenta��o com consumo adequado de frutas, verduras, legumes, carboidratos, prote�nas e gorduras, hidratar-se durante o dia, dormir bem e manter uma rotina de exerc�cios f�sicos auxiliam no fortalecimento do sistema imunol�gico e na preven��o de doen�as.
As medidas j� adotadas para a preven��o da COVID-19, como higienizar as m�os com frequ�ncia, evitar aglomera��es e locais mal ventilados e utilizar m�scara, tamb�m podem ser aplicadas para a preven��o do cont�gio de outras doen�as respirat�rias.
O pneumologista ressalta para a import�ncia da vacina��o em crian�as. "Os respons�veis devem estar atentos ao cart�o de vacina��o e n�o esquecer da imuniza��o contra a Influenza, que est� dispon�vel, nos postos de sa�de, para crian�as at� 12 anos", afirma.
Perigos da automedica��o
O m�dico alerta para o perigo da automedica��o, como a suplementa��o vitam�nica. Segundo ele, a suplementa��o s� � indicada para os casos comprovados com exames e avalia��o m�dica de hipovitaminose. "O consumo em excesso de vitaminas, como a vitamina D, que muitas pessoas costumam repor por conta pr�pria, pode provocar problemas graves", diz.
Ainda segundo o profissional, n�o � correto automedicar-se com antial�rgicos, antituss�genos (usados para tratar tosse seca), mucol�ticos (xaropes expectorantes) e antibi�ticos. Os medicamentos sintom�ticos devem ser prescritos ap�s uma avalia��o profissional e s�o indicados para tratar sintomas leves, quando n�o h� sinais de comprometimento do estado geral.
De acordo com Vergara, "quando a febre consegue ser controlada com a medica��o, a crian�a consegue se alimentar razoavelmente bem, est� brincando e interagindo normalmente". E caso a os sintomas piorem ou persistam, � recomendado procurar assist�ncia m�dica.
"Quando a febre n�o cede, a crian�a fica prostrada, n�o alimenta, apresenta dificuldade para respirar, v�mitos, sonol�ncia, febre alta (a partir de 39 graus cent�grados) ou diminui��o da urina, o recomendado � que o respons�vel a leve a um centro de sa�de para avalia��o m�dica", orienta Vergara.
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.