
Mesmo com a efic�cia das vacinas caindo um pouco, elas continuariam sendo vitais, indica um novo estudo publicado na revista Nature.
O trabalho, feito pelo Instituto Pasteur, da Fran�a, em parceria com outros centros de pesquisa, � importante para o Brasil, j� que esses dois imunizantes s�o usados pelo Programa Nacional de Imuniza��es (PNI).
Ainda n�o h� muitos casos da variante Delta no pa�s, mas j� existem casos que indicam transmiss�o comunit�ria em S�o Paulo.
Efic�cia contra variantes Alfa, Beta e Delta
Os cientistas avaliaram o desempenho do v�rus contra anticorpos coletados de 162 pessoas que haviam tomado a vacina no intervalo regular, de tr�s meses entre cada dose.
O experimento analisou quatro linhagens diferentes do v�rus contra soro sangu�neo de pessoas que j� tinham sido infectadas ou vacinadas, com uma ou duas doses. Os cientistas tamb�m testaram cada linhagem contra tratamento de anticorpos produzidos artificialmente.
Al�m da Delta, variante que emergiu na �ndia, foram testadas as linhagens Alfa e Beta do v�rus, detectadas inicialmente e respectivamente no Reino Unido e na �frica do Sul. O estudo tamb�m avaliou o desempenho dos anticorpos de diferentes origens contra uma vers�o do v�rus mais pr�xima � original chinesa, do in�cio da pandemia.
Segundo os cientistas, a Delta foi a variante que mais deu trabalho para as c�lulas do sistema imune nos experimentos de laborat�rio. Os anticorpos das vacinas foram os �nicos que tiveram desempenho mais consistente, mas apenas aqueles que estavam no soro sangu�neo das pessoas que j� tinham tomado a segunda dose.
Apenas 10% das amostras de volunt�rios que tomaram somente a primeira foram capazes de neutralizar a variante Delta. J� para pessoas que tomaram a segunda dose, o �ndice de sucesso foi de 95% das amostras.
Quando comparada com a variante Alfa, de modo geral, a Delta foi quatro vezes mais eficiente em escapar dos anticorpos dos n�o vacinados.
Para os cientistas, a vantagem evolutiva da cepa surgida na �ndia � que ela � capaz de escapar tanto de anticorpos que atacam a prote�na S do v�rus, respons�vel por sua entrada na c�lula, quanto � prote�na N, que constitui outras partes da superf�cie do SARS-CoV-2.
Import�ncia da segunda dose
O estudo destaca a import�ncia da segunda dose das vacinas para preven��o contra as variantes do coronav�rus.
"Em indiv�duos que n�o tinham sido previamente infectados com o SARS-CoV-2, uma dose �nica de vacinas da Pfizer ou da AstraZeneca praticamente n�o induziu anticorpos neutralizantes contra a variante delta", disseram os pesquisadores, liderados por Olivier Schwartz.
"Entretanto, um regime de duas doses gerou altos n�veis de neutraliza��o sorol�gica contra as variantes Alfa, Beta e Delta em indiv�duos com amostras coletadas de 8 a 16 semanas ap�s a vacina��o."
O resultado do estudo franc�s foi compat�vel com outros que se basearam na observa��o de pessoas efetivamente vacinadas, mas sem acompanhamento cl�nico.
Com base apenas em registros de dados, esses trabalhos estimam que a efic�cia do imunizante da AstraZeneca seja de 60% contra a Delta, enquanto a da Pfizer seria de 88%.
Os n�meros s�o um pouco menores que os dados de efic�cia global dessas duas vacinas, medidos em testes cl�nicos antes do surgimento da nova variante.
Acelera��o da vacina��o com uma dose � alvo de cr�tica
O estudo tamb�m contraindica a vacina��o com apenas uma dose da AstraZeneca e/ou Pfizer em pessoas que j� tinham sido infectadas com o v�rus, com o objetivo de acelerar campanhas de imuniza��o.
O resultado mostra que a combina��o de infec��o natural com uma dose de vacina pode funcionar contra algumas variantes do v�rus, mas n�o contra a Delta.
Os franceses n�o inclu�ram a variante Gama, descoberta pela primeira vez no Brasil, no estudo. Por�m, alguns outros estudos de acompanhamento de pacientes vacinados indicam que tanto a AstraZeneca quanto a CoronaVac, imunizantes mais usados no pa�s, conseguiram conter o avan�o dessas variantes nas popula��es mais idosas j� imunizadas com segunda dose.
*Estagi�ria sob supervis�o