Apesar da ansiedade em receber a vacina contra COVID-19, dormir bem nos dias anteriores e, tamb�m, nos que sucedem � imuniza��o � pe�a-chave na resposta imunol�gica do organismo � dose recebida.
Isso porque, conforme especialistas do Instituto do Sono, a m� qualidade do sono, bem como a pouca quantidade de horas dormidas podem impactar negativamente no sistema imune do indiv�duo de forma a reduzir a defesa do corpo quando em contato com o v�rus causador da infec��o, no caso o novo coronav�rus.
Isso porque, conforme especialistas do Instituto do Sono, a m� qualidade do sono, bem como a pouca quantidade de horas dormidas podem impactar negativamente no sistema imune do indiv�duo de forma a reduzir a defesa do corpo quando em contato com o v�rus causador da infec��o, no caso o novo coronav�rus.
Essa possibilidade se d� com base em estudos recentes que apontam para o impacto do sono na tamb�m vacina��o contra gripe e hepatite.
Pesquisadores da University of California observaram que dormir bem nas duas noites anteriores � imuniza��o melhorou a resposta imune contra o v�rus da gripe. Al�m disso, estudo da University of North Texas com adultos com e sem ins�nia revelou que pessoas com dificuldade para dormir desenvolveram menos anticorpos contra o v�rus da gripe um m�s ap�s a vacina��o.
Pesquisadores da University of California observaram que dormir bem nas duas noites anteriores � imuniza��o melhorou a resposta imune contra o v�rus da gripe. Al�m disso, estudo da University of North Texas com adultos com e sem ins�nia revelou que pessoas com dificuldade para dormir desenvolveram menos anticorpos contra o v�rus da gripe um m�s ap�s a vacina��o.
A constata��o corrobora, ainda, com uma pesquisa da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp), que mostra que trabalhadores em turnos noturnos apresentavam resposta imune menor � vacina contra meningite C do que seus colegas do per�odo diurno.
Outro estudo, este da Universidade de L�beck, na Alemanha, apontou, tamb�m, que pessoas que dormiram mal na noite ap�s a vacina��o contra hepatite A apresentaram quase metade dos anticorpos se comparados com os que dormiram bem.
Outro estudo, este da Universidade de L�beck, na Alemanha, apontou, tamb�m, que pessoas que dormiram mal na noite ap�s a vacina��o contra hepatite A apresentaram quase metade dos anticorpos se comparados com os que dormiram bem.
Nesse cen�rio, a biom�dica Daniela Santoro Rosa, pesquisadora do Instituto do Sono, destaca a importante intera��o entre sono e sistema imune para justificar essa rela��o. Segundo ela, � durante o sono profundo ou o chamado de ondas lentas, que ocorre a produ��o de subst�ncias capazes de criar um ambiente ideal para o desenvolvimento da imunidade, como a migra��o de c�lulas do sistema imune, os gl�bulos brancos e a produ��o dos anticorpos.
“Assim, j� se sabe que a defici�ncia de sono, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade, � capaz de afetar a resposta imunol�gica.”
“Assim, j� se sabe que a defici�ncia de sono, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade, � capaz de afetar a resposta imunol�gica.”
“E, como o objetivo de uma vacina contra v�rus, por exemplo, contra COVID-19, � produzir uma resposta imune espec�fica a partir da administra��o do pr�prio v�rus inativado, v�rus atenuado ou at� do que chamamos de subunidade viral, que s�o pequenos peda�os do v�rus, sabemos que a vacina vai ‘imitar’ a infec��o, por�m, sem causar a doen�a e, a partir disso, gerar imunidade protetora. Ou seja, vai formar c�lulas de mem�ria que podem ser ativadas de forma mais r�pida caso ocorra o encontro com o v�rus. Assim, com dados que sustentam que o bom sono constr�i a melhor imunidade, � poss�vel ampliar isso para a vacina��o.”
At� hoje, nenhum trabalho mostrou a perda total da imunidade, o que se observa � a diminui��o.
Daniela Santoro Rosa, biom�dica e pesquisadora do Instituto do Sono
Nesse contexto, dormir mal e por horas inadequadas pode induzir uma resposta imune menos potente do que a observada em indiv�duos que t�m uma noite de sono de qualidade e com as horas necess�rias. “At� hoje, nenhum trabalho mostrou a perda total da imunidade, o que se observa � a diminui��o. Agora, o quanto isso influ�ncia na efic�cia da vacina precisa ser melhor estudado”, pontua Daniela Santoro Rosa.
Para come�ar a desvendar essa quest�o, o Instituto do Sono dar� in�cio a um estudo com idosos acima de 60 anos imunizados contra COVID-19 e com apneia de sono. A ideia � mensurar a produ��o de anticorpos nesses indiv�duos e fazer uma compara��o com outros sem apneia do sono. Em breve, ent�o, as respostas ser�o mais conclusivas.
O QUE FAZER?
Dada a possibilidade de que a resposta imune � vacina contra COVID-19 seja diminu�da em caso de m� qualidade do sono, o que fazer para, ent�o, em meio ao caos da pandemia e dos altos �ndices de contaminados e mortos, a imunidade seja garantida sem receios?
“Durma bem”, � o que recomenda Monica Andersen, diretora de pesquisa e ensino do Instituto do Sono. Segundo ela, todos os indiv�duos que v�o tomar a vacina devem, como todas as noites, mas especialmente na v�spera da vacina e nas noites seguintes a imuniza��o, dormir com muita qualidade e com a quantidade de horas suficientes.
“Durma bem”, � o que recomenda Monica Andersen, diretora de pesquisa e ensino do Instituto do Sono. Segundo ela, todos os indiv�duos que v�o tomar a vacina devem, como todas as noites, mas especialmente na v�spera da vacina e nas noites seguintes a imuniza��o, dormir com muita qualidade e com a quantidade de horas suficientes.
“� importante destacar que o tempo de sono varia entre os indiv�duos, t�m pessoas que precisam de seis horas e outras de mais de nove. A maior parte da popula��o dorme entre sete e oito horas, mas � importante respeitar as diferen�as individuais. Se uma pessoa precisa de oito horas e meia, ela deve fazer com que na v�spera e nos dias seguintes a vacina��o ela durma essa quantidade de horas ideal."
Ela explica que o sono � fundamental para a produ��o de anticorpos e � a medida mais importante para o corpo ter equil�brio (homeostase), logo o sono como fun��o principal causa equil�brio interno, e entre v�rios desequil�brios, o sistema imunol�gico � o que mais fica comprometido quando n�o se tem sono de qualidade.”
Ela explica que o sono � fundamental para a produ��o de anticorpos e � a medida mais importante para o corpo ter equil�brio (homeostase), logo o sono como fun��o principal causa equil�brio interno, e entre v�rios desequil�brios, o sistema imunol�gico � o que mais fica comprometido quando n�o se tem sono de qualidade.”
No momento em que estamos, em uma pandemia com n�meros dram�ticos de mortes todos os dias no nosso pa�s, � fundamental que as pessoas entendam que a medida comportamental que mais induz a nossa qualidade de vida e sa�de � o sono, logo o sono � fundamental para o cen�rio que estamos vivendo nos dias de hoje, por meio do fortalecimento do sistema imunol�gico.
Monica Andersen, diretora de pesquisa e ensino do Instituto do Sono
“No momento em que estamos, em uma pandemia com n�meros dram�ticos de mortes todos os dias no nosso pa�s, � fundamental que as pessoas entendam que a medida comportamental que mais induz a nossa qualidade de vida e sa�de � o sono, logo o sono � fundamental para o cen�rio que estamos vivendo nos dias de hoje, por meio do fortalecimento do sistema imunol�gico”, explica Monica Andersen.
E quem j� se vacinou, mas n�o dormiu bem, o que fazer? “Para algumas vacinas, como a da hepatite B, j� sabemos a quantidade de anticorpos necess�ria para o indiv�duo estar protegido contra a infec��o. No caso da COVID-19, ainda n�o se sabe qual � essa quantidade. Se � poss�vel reverter o quadro? Talvez dando uma outra dose da vacina. Por exemplo, sabemos de indiv�duos que n�o conseguem atingir os n�veis de anticorpos necess�rios para prote��o na vacina contra hepatite B e ele recebe uma dose a mais com monitoramento. Ent�o, talvez essa seja uma maneira de reverter o efeito da falta ou diminui��o de imunidade por conta de altera��es no sono.”
� o que comenta a biom�dica Daniela Santoro Rosa. Por�m, ela pondera ser necess�rio estudos mais aprofundados para delinear a melhor medida a ser adotada em casos de redu��o da resposta imune em raz�o da qualidade do sono antes e depois da vacina��o.
COMO DORMIR BEM?
Para quem ainda vai se vacinar contra COVID-19 ou gripe, Monica Andersen, diretora de pesquisa e ensino do Instituto do Sono, e Daniela Santoro Rosa, pesquisadora do Instituto do Sono, d�o dicas que podem ajudar a superar a ansiedade da v�spera da imuniza��o e melhorar a qualidade de sono e, consequentemente, da resposta imune � vacina. Confira:
>>Mantenha uma rotina: mesmo se voc� est� trabalhando no regime de home office e pode ficar mais tempo na cama, estabele�a hor�rios fixos para dormir e acordar. Ainda que seja dif�cil, tente manter regularidade e sempre acorde e durma na mesma hora. Varia��es podem ocorrer, mas evite discrep�ncias consider�veis. Por exemplo, n�o durma um dia em torno das 22h e no outro por volta das 3h.
>>Fa�a do quarto um local para dormir: evite est�mulos horas antes do in�cio do sono, como assistir televis�o, mexer no celular ou acender a luz. Ambientes claro bloqueiam a produ��o de melatonina e atrapalham o sono.
>>Evite alimentos pesados e bebidas com cafe�na: fa�a refei��es leves at� duas horas antes de deitar. N�o tome caf�, energ�ticos e ch� preto ou outras bebidas com cafe�na e/ou estimulantes na parte da noite, pois pode interferir na qualidade do sono.
>>Diga n�o �s bebidas alc�olicas: vinho, cerveja e outros tipos de bebidas alco�licas quando ingeridos � noite ajudam a adormecer, mas alteram a arquitetura e qualidade do sono.
>>Reduza o estresse: n�o assista programas de televis�o pol�micos ou violentos antes de dormir e evite brigas. Crie um ambiente prazeroso antes de dormir, prefira ler, ouvir m�sica, meditar, fazer t�cnicas de relaxamento ou ora��o antes de dormir. Procure atividades tranquilas que lhe agradem.
>>Atividade f�sica tem hora: pratique exerc�cios f�sicos durante o dia, de prefer�ncias nas primeiras horas. Atividade f�sica perto da hora de dormir interfere no fluxo do sono, reduzindo sua fun��o reparadora. Em casa, os exerc�cios podem ser adaptados.
*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram
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