C�ncer de mama: m�dicos mineiros estudam exame barato, preciso e eficiente

Um estudo conduzido por mastologistas de Minas Gerais com pacientes do Sistema �nico de Sa�de (SUS) de Belo Horizonte pode elevar o padr�o de tratamento do c�ncer de mama no Brasil. 

In�dita no pa�s, a pesquisa � assinada pelos mastologistas �rica Cond� e Henrique Couto, que buscam demonstrar as vantagens da mamografia contrastada ou angiomamografia na abordagem da doen�a, sobretudo como alternativa � resson�ncia magn�tica das mamas, recurso caro e pouco dispon�vel na rede p�blica.

 

Financiado pelo grupo franc�s Guerbet, o trabalho comp�e a disserta��o de mestrado de �rica, em desenvolvimento na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). 

A m�dica explica que a mamografia contrastada � semelhante � tradicional: a diferen�a � que a paciente recebe uma dose intravenosa de contraste de iodo. Isso permite ampliar o alcance do exame ao patamar da resson�ncia mam�ria, padr�o ouro da quimioterapia neoadjuvante - aquela que a paciente toma antes de ser operada. 

“Assim como a resson�ncia, a mamografia contrastada possibilita avaliar a resposta do tumor ao tratamento quimioter�pico e, assim, planejar a cirurgia com mais precis�o e seguran�a. O especialista tamb�m consegue identificar eventuais les�es ocultas, o que resulta num tratamento mais preciso”, afirma �rica Cond�. 

“A vantagem � que esse m�todo � at� 60% mais econ�mico, pois dispensa os aparelhos de resson�ncia que, al�m de caros, tamb�m t�m alto custo de manuten��o e demandam profissionais altamente treinados para opera��o e elabora��o de laudos”, complementa a mastologista. 

 

Orientador do estudo e presidente do departamento de Imagem Mam�ria da Sociedade Brasileira de Mastologia, Henrique Couto ressalta que a angiomamografia � tamb�m mais c�moda, j� que dura menos da metade do tempo da resson�ncia. “� uma op��o para quem tem claustrofobia, por exemplo, j� que a pessoa n�o precisa ficar 40 minutos im�vel dentro de uma m�quina”, pondera. 

Segundo o m�dico, a mamografia de contraste � largamente adotada em pa�ses europeus, como Espanha, Fran�a e It�lia, al�m dos Estados Unidos. No Brasil, o procedimento � aprovado pela Anvisa, mas ainda � pouco utilizado. A ideia � que os dados produzidos a partir da an�lise das pacientes brasileiras possam embasar futuras pol�ticas p�blicas de sa�de. 

Com o estudo aprovado no Comit� de �tica e Pesquisa do Comit� Nacional de Sa�de, os pesquisadores trabalham, no momento, na sele��o de 40 mulheres diagnosticadas com c�ncer na capital mineira oriundas do SUS. A previs�o � de que experimentos sejam conclu�dos at� o fim de 2022. 

O tumor mam�rio � o que mais atinge as mulheres no Brasil e no mundo. O Instituto Nacional do C�ncer (INCA) estima que, de 2020 at� 2022, 66.280 novos casos da doen�a sejam diagnosticados no pa�s.