
Na �ltima semana de outubro, os pais de uma crian�a de 1 ano e 3 meses entraram pelas portas do 15º Batalh�o da Pol�cia Militar, na Estrutural, em Bras�lia, com o beb� sem respirar no colo. Minutos antes, os tr�s comemoravam o “m�svers�rio” da menina, que se engasgou com uma secre��o. Por sorte, havia policiais dispon�veis para socorrer a crian�a, que voltou a respirar e foi levada ao hospital.
Por isso, � importante – e at� mesmo imprescind�vel – que pessoas que morem ou tenham contato com crian�as e beb�s aprendam os primeiros socorros necess�rios nesses casos. O sargento Jo�o Almada, do CBM-DF, ensina a fazer as manobras de desengasgo e conta o passo a passo para cada situa��o: na qual a v�tima est� consciente, inconsciente ou se ainda respira. Confira:
Engasgou? Antes de mais nada, verifique o tipo de obstru��o das vias a�reas
Ao notar que a crian�a engasgou, o primeiro passo mais relevante para o socorro � identificar o tipo de obstru��o. Almada explica que verificar se a v�tima respira definir� os pr�ximos passos. “N�s definimos o socorro de acordo com a obstru��o. Se ela for total, ou seja, se ela impedir completamente a respira��o, precisamos entrar com a manobra de desengasgo”, explica.
J� se a obstru��o for parcial, quando a crian�a ainda consegue respirar ou se o beb� ainda chora, o sargento ressalta a import�ncia de n�o fazer a manobra do desengasgo.
“Ligue 192 ou 193 e pe�a orienta��o. Se o m�dico que atender n�o mandar uma ambul�ncia, indicar� um hospital para os adultos levarem a crian�a. N�o comece os procedimentos, porque corre o risco de que os movimentos fa�am com que se torne um engasgo total”, frisa.
No caso de beb�s e crian�as lactantes, que ainda s�o amamentadas, que estejam com obstru��o parcial, Almada ainda d� uma dica extra: coloc�-lo de lado para que drene a saliva enquanto aguarda por socorro ou leva a v�tima para um hospital.
Manobra de desengasgo: agilidade e persist�ncia

A orienta��o a ser dada por telefone s�o as mesmas ensinadas pelo sargento. Primeiro, as manobras mudam se a v�tima estiver consciente ou inconsciente. Se o beb� lactente ainda est� acordado, a pessoa que prestar� socorro deve ficar em p�, apoiar o beb� na perna dominante, com ele de barriga pra baixo e em uma posi��o de 45 graus, ent�o dar cinco tapas no in�cio das costas.
Em seguida, na mesma posi��o, o beb� deve ser virado de barriga pra cima e, com dois dedos no centro do peito, fa�a cinco compress�es tor�cicas. “� preciso fazer isso at� que a crian�a desengasgue". Caso a crian�a fique inconsciente, outra manobra dever� ser utilizada.
Crian�as maiores de 5 anos
Se a crian�a tiver mais de 5 anos � preciso fazer a manobra de Heimlich. “Em p�, a pessoa se posiciona por detr�s do paciente, o abra�a, posiciona as m�os na boca do est�mago e faz uma press�o para que ele desengasgue, como empurradas para dentro do est�mago e em dire��o � pessoa que presta o socorro”, detalha Almada.
Se a v�tima estiver inconsciente, a abordagem � diferente e emergencial
� poss�vel que pais ou respons�veis percebam o engasgo depois que a v�tima j� perdeu a consci�ncia. Ou, ainda, as manobras de desengasgo n�o foram eficientes e, por falta de respira��o, a crian�a ficou inconsciente.
Se isso ocorrer, � preciso levar a v�tima – beb� ou crian�a acima de 5 anos – para o ch�o, deit�-la de barriga pra cima e fazer compress�es tor�cicas para que o objeto saia pela boca. “� preciso fazer 30 compress�es e depois procurar o objeto na garganta. Se conseguir v�-lo, retire-o. Se n�o, fa�a mais 30. Fa�a at� que o socorro, que foi pedido no come�o do incidente, chegue ao local ou que a crian�a desengasgue”, diz o bombeiro.
� por situa��es como essa, nas quais as manobras n�o se tornam suficientes para solucionar o problema, que � crucial que o Corpo de Bombeiros ou a Pol�cia Militar sejam acionados assim que o engasgo for identificado. Quanto mais r�pido o socorro for dado, mais chances tem aquela vida de ser salva.
Pais devem cobrar treinamento de primeiros socorros de creches e escolas
A escolha da escola ou de uma creche � feita, muitas vezes, pelo pre�o, pela proximidade de casa ou pela disponibilidade de vagas. No entanto, acima desses crit�rios, o sargento Almada aponta para uma capacidade essencial nesses estabelecimentos: o treinamento de primeiros socorros.
“� preciso que pais, ao matricular os filhos em creches ou escolas, cobrem e pesquisem se os professores ou qualquer outro funcion�rio fizeram algum curso de primeiros socorros. “E primeiros socorros abrangem n�o s� desengasgo, mas cuidados com hemorragia, queimadura, intoxica��o e muitas outras quest�es. Os pais podem e devem cobrar isso dos locais em que deixam os filhos”, aconselha o sargento.