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Estado de Minas SUA SA�DE

Sintomas de ros�cea: quais s�o e o que pode pior�-los

Pessoas diagnosticadas com a condi��o falam sobre o impacto em sua sa�de mental


16/03/2022 12:37 - atualizado 17/03/2022 09:14


Lex Gillies
Lex Gillies, hoje com 37 anos, foi diagnosticada com ros�cea aos 21 (foto: Lex Gillies)

A ros�cea � uma condi��o comum, mas incompreendida — estima-se que afete milh�es de pessoas em todo o mundo.

� incur�vel, e aqueles que t�m ros�cea muitas vezes precisam se submeter a um regime de tratamento prolongado, restri��es em rela��o ao que comem, bebem e fazem — e, em alguns casos, julgamentos ou piadas de outras pessoas.

Mas uma comunidade crescente e declara��es recentes de pacientes de grande visibilidade mostram que eles n�o est�o sozinhos.

Lex Gillies, de York, na Inglaterra, era uma estudante de 21 anos quando foi diagnosticada com ros�cea.

"N�o queria fazer nada que fizesse as pessoas se virarem e olharem para mim porque n�o queria que as pessoas notassem minha pele", diz ela.

A condi��o da pele, caracterizada por uma vermelhid�o da face causada por vasos sangu�neos dilatados com pequenas protuber�ncias e manchas, semelhante � acne, � comum.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a ros�cea afeta de 1,5% a 10% das popula��es estudadas — sobretudo adultos entre 30 e 50 anos de idade.

No Reino Unido, alguns relat�rios sugerem que uma em cada 10 pessoas possuem a condi��o.

Controlar sua apar�ncia f�sica, por meio de tratamento e gerenciamento de gatilhos como �lcool, comida condimentada, exerc�cios e at� mesmo o sol, � uma coisa. Gerenciar o impacto na sa�de mental � outra.

Lex, uma blogueira e embaixadora da British Skin Foundation, passou oito anos documentando seu relacionamento com a ros�cea e diz que aprendeu a entender e aceitar sua pele como ela �, em vez de trat�-la "como minha inimiga".

"Eu via minha ros�cea como uma coisa que eu tinha que combater e superar e sentia que minha pele estava me decepcionando e me traindo, permitindo que ela tomasse conta", afirma.

"Mas, na verdade, era minha pele tentando desesperadamente me alertar para o fato de que algo estava errado."

Sintomas

De acordo com o NHS, sistema de sa�de p�blico do Reino Unido, a ros�cea � mais comum em mulheres e pessoas com pele mais clara, mas os sintomas podem ser piores nos homens.

Os primeiros sinais da condi��o incluem:

- Vermelhid�o (rubor) que vem e vai no nariz, bochechas, testa e queixo;

- Sensa��o de queima��o ou ard�ncia ao usar �gua ou produtos para a pele.

� medida que a ros�cea piora, segundo o NHS, as bochechas, nariz e testa dos pacientes ficam vermelhos o tempo todo. E pequenos vasos sangu�neos podem aparecer na pele.

Pequenas protuber�ncias rosas ou vermelhas tamb�m podem surgir — �s vezes, com um l�quido amarelado dentro.

Gatilhos

N�o se sabe o que causa a ros�cea, mas alguns gatilhos podem piorar os sintomas. Entre os mais comuns, est�o:

- �lcool;

- Alimentos picantes;

- Queijo;

- Cafe�na;

- Bebidas quentes;

- Exerc�cios aer�bicos, como corrida.

Fonte: NHS


Close da bochecha da paciente
A ros�cea � uma doen�a de pele comum, mas incur�vel, que afeta principalmente as �reas faciais (foto: Getty Images)

Lex escreveu extensivamente sobre o impacto que a ros�cea pode ter na sa�de mental das pessoas, dizendo que "ainda n�o � algo que � levado a s�rio".

Sua postura fez dela uma aliada improv�vel — n�o por motivos pol�ticos — do deputado brit�nico Edward Leigh, que tem ros�cea e falou recentemente sobre os abusos que sofre como resultado da condi��o.

Ele se queixou de ser chamado de "cabe�a de pernil vermelho" e "palha�o de rosto corado".

O parlamentar, que levantou os abusos durante um debate no Westminster Hall em janeiro, disse que aprendeu a ouvir coment�rios sobre o tema, mas afirmou estar preocupado com o impacto nas gera��es mais jovens e o apoio dispon�vel para elas.

Neste ponto, Lex concorda e, embora Edward tenha sido criticado por algumas de suas opini�es pol�ticas, incluindo coment�rios recentes sobre refugiados ucranianos, ela diz que sua apar�ncia n�o deve servir de combust�vel para provoca��es.

Ela j� havia destacado que uma "piada cruel com um deputado" se reflete sobre outros que "levam essas piadas a s�rio".


Edward Leigh
Edward Leigh fez um apelo por mais apoio psicol�gico para pessoas com problemas de pele, como ros�cea (foto: PA Media)

Janet Doyle, de 71 anos, foi diagnosticada com a condi��o aos 30 anos e conta que alguns dias tem dificuldade de sair de casa.

"� o seu rosto, no fim das contas. � o que as pessoas veem primeiro", diz ela.

"S� faz voc� se sentir muito mal, tipo, qual � o sentido? Pode ser realmente deprimente. �s vezes, eu penso em n�o sair pela porta."

Jim Howe, de 64 anos, afirma que tamb�m achava dif�cil lidar com a aten��o indesejada que sua apar�ncia pode atrair.

Ele contou que estava sentado do lado de fora de um bar na Espanha quando um amigo se virou para ele e disse: 'Voc� tem cara de alco�latra'.

"As pessoas te julgam quando voc� tem ros�cea, e isso pode ser bastante deprimente", desabafa.


Nicola Dalby
Para Nicola Dalby, o suporte online foi como uma 't�bua de salva��o' (foto: Nicola Dalby)

Nicola Dalby, de Ayrshire, disse que notou pela primeira vez a condi��o, que afeta suas bochechas, nariz e testa, na adolesc�ncia — e que sofreu algumas vezes, temendo que nunca "deixaria de ter uma pele horr�vel".

Mas encontrou conforto e apoio ao conversar com outras pessoas online.

Ela descreve uma comunidade do Facebook da qual faz parte como sendo uma "t�bua de salva��o" para ela nos �ltimos anos, oferecendo a oportunidade de compartilhar experi�ncias e trocar conselhos e, mais importante, ajudando a perceber que n�o estava "sozinha".

O acesso a apoio psicol�gico profissional para pessoas com problemas de pele � algo que a Associa��o Brit�nica de Dermatologistas diz ser um "problema significativo" com grandes lacunas em certas partes do Reino Unido.

E afirma que h� "um grande corpo de evid�ncias" demonstrando o impacto que pode ter na sa�de mental e na qualidade de vida de uma pessoa.


Janet Doyle
Janet Doyle disse que a ros�cea fez com que ela n�o quisesse sair de casa alguns dias (foto: Janet Doyle)

A institui��o beneficente brit�nica Changing Faces oferece apoio a qualquer pessoa que viva com uma cicatriz, marca ou condi��o no rosto ou no corpo.

A executiva-chefe, Heather Blake, observa que muitas vezes a sa�de mental dos pacientes n�o � levada em considera��o, com foco no impacto f�sico da doen�a.

Segundo ela, a institui��o oferece apoio para aqueles que est�o considerando procedimentos cosm�ticos e tamb�m aconselhamento para quem sofre com o impacto mental.

"Acreditamos que as pessoas t�m o direito de escolher como viver sua vida com uma diferen�a vis�vel", diz ela.

"Nosso papel � indicar as pessoas para o suporte adequado."

"E enquanto pessoas com diferen�as vis�veis, como ros�cea, continuam a ser encaradas, (a ouvir) coment�rios negativos e coisas piores, continuaremos fazendo campanha para desafiar a discrimina��o que as pessoas enfrentam por causa de sua apar�ncia".

Em janeiro, depois que o deputado Edward Leigh levantou suas preocupa��es com a disponibilidade de apoio, a ministra da Sa�de, Gillian Keegan, disse que o governo estava "comprometido a alcan�ar a paridade entre os servi�os de sa�de f�sica e mental".

Depois de 16 anos vivendo com a condi��o, Lex afirma que n�o est� mais em guerra com sua pele, mas reconhece que "muitas pessoas ainda est�o no in�cio de sua jornada para entend�-la ou aceit�-la".

"Meu mantra � que sua pele n�o define voc�. � algo que voc� precisa manter, mas n�o � quem voc� �. Voc� tem ros�cea, mas n�o � ros�cea."

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