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Estado de Minas VARIANTES E SUBTIPOS

Pesquisa in�dita no Brasil busca novas variantes da COVID-19

Iniciativa financiada pelo Reino Unido vai analisar mais de 30 mil testes de COVID-19 ao longo de 6 meses


13/05/2022 17:33 - atualizado 13/05/2022 17:44

Ilustração do Sars-Cov-2
(foto: Katerina Kon/Getty Images)

O Brasil � o pr�ximo pa�s a conduzir um estudo de abrang�ncia nacional sobre o coronav�rus dentro da plataforma criada pelo governo brit�nico para ajudar outros pa�ses a ampliar a capacidade de sequenciamento gen�mico do v�rus, chamada de NVAP (New Variant Assessment Platform).

 

 

 

O estudo, realizado em parceria com a Rede Corona-�mica do MCTI (Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��es), ser� a maior iniciativa de vigil�ncia gen�mica j� conduzida no Brasil e deve identificar as variantes e subtipos que circulam nos 27 Estados brasileiros para ajudar a entender a transmiss�o do Sars-CoV-2 dentro do territ�rio nacional.

A pesquisa � financiada pela UKHSA (Ag�ncia Nacional de Seguran�a em Sa�de do Reino Unido) e conta com o apoio de pesquisadores de diferentes universidades federais brasileiras e do Grupo Pardini, rede de medicina diagn�stica que vai disponibilizar os testes positivos coletados em mais de 6 mil laborat�rios pr�prios e parceiros.


A meta da equipe � sequenciar o genoma completo do Sars-CoV-2 de cerca de 5.000 amostras do laborat�rio coletadas por m�s, durante aproximadamente 6 meses.


O virologista e professor da UFMG, Renato Santana, � um dos coordenadores da pesquisa e explica a import�ncia de ampliar a vigil�ncia gen�mica no Brasil.

 

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"A meta estipulada pela OMS � que pa�ses consigam sequenciar entre 5% a 10% dos casos positivos. Mas enquanto na��es como Reino Unidos e Dinamarca chegaram a sequenciar quase 50% dos casos, n�s n�o chegamos a 1%. Num pa�s como o Brasil, com dimens�es continentais, praticamente n�o se sequenciou o v�rus", afirma.

Al�m disso, Santana explica que a amplia��o geogr�fica da coleta das amostrar dar�o ainda um panorama da covid-19 no interior do pa�s.


"Os estudos conduzidos at� agora focaram nos grandes centros urbanos, principalmente capitais, e s� agora preencheremos a lacuna de outras cidades que antes foram negligenciadas."


O objetivo � que o maior sequenciamento permita que pesquisadores avaliem novas variantes no territ�rio brasileiro, al�m de avaliar a taxa de transmiss�o.


"Se houver uma variante que escapa �s vacinas que temos, por exemplo, mostraremos a import�ncia das doses de refor�o focadas nessas variantes. O estudo pode guiar pol�ticas p�blicas para imuniza��o e medidas de prote��o. A ideia � gerar informa��o de qualidade para que possamos apoiar medidas p�blicas de sa�de", destaca o virologista.


Laboratório de Biologia Integrativa da UFMG. No balcão ao fundo, há uma fileira de máquinas usadas para sequenciar o genoma do vírus
Laborat�rio de Biologia Integrativa da UFMG, com as m�quinas usadas para sequenciar o genoma do v�rus (foto: Renato Santana/Arquivo pessoal)

Passo a passo do sequenciamento

O genoma do v�rus, diferentemente do humano, n�o � de DNA, mas de RNA, um um tipo de �cido nucleico. A mol�cula tamb�m est� presente em n�s, humanos, mas ela n�o rege nosso genoma.

Para poder sequenciar todos os genes do v�rus, os pesquisadores coletam as amostras positivas de swab e as enviam para que o RNA possa ser extra�do em laborat�rio. Depois, transformam essa mol�cula de RNA em DNA.

"A partir da�, usamos uma estrat�gia que nos permite amplificar todo o genoma do v�rus, que colocamos em sequenciadores autom�ticos", diz Santana. Os sequenciadores s�o m�quina ligadas a computadores que calculam as rea��es qu�micas o tempo todo.

De acordo com o especialista, o v�rus faz pequenas mudan�as em seu pr�prio genoma constantemente, mas � necess�ria uma vantagem adaptativa para que ele consiga se estabelecer como uma nova variante.

"Seria, por exemplo, fugir da prote��o das vacinas ou replicar de forma muito mais r�pida."

At� chegar no resultado final, todo o processo leva em torno de duas semanas. Segundo o professor Renato, as amostras do estudo j� foram selecionadas com cobertura aleat�ria de todo o territ�rio nacional e o RNA viral j� foi extra�do de todas as amostras. Agora, as equipes aguardam a chegada dos reagentes para a an�lise gen�mica enviados pela Inglaterra.


Dupla de cientistas trabalhando no laboratório da UFMG
Al�m da UFMG, outras 10 universidades brasileiras est�o envolvidas na pesquisa (foto: Renato Santana/Arquivo pessoal)

"A participa��o do governo brit�nico vai al�m do financiamento. H� tamb�m um treinamento de cientistas sobre como fazer an�lise de bioinform�tica e lidar com epidemiologia molecular. Os pesquisadores aprender�o metodologias de an�lises de forma que o conhecimento fique no Brasil", aponta o virologista.

Como resultado, a integra��o de dados epidemiol�gicos ser� importante para a associa��o entre as cepas de Sars-CoV-2 e as taxas de transmiss�o de covid-19, al�m de ajudar a avaliar a efic�cia do programa de vacina��o no Brasil.

"Tudo o que a gente aprender com a gen�mica da Sars-Cov2 pode ser aplicado para outras pandemias, outros v�rus. S�o estudos que geram uma expertise e treinamento de an�lises, n�o s� da covid-19, mas nos prepara outros v�rus como influenza, dengue, zika, chikingunya, etc.", conclui o especialista.

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