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Estado de Minas MAIO ROXO

Maio Roxo faz alerta para as doen�as inflamat�rias intestinais

Dia Mundial da Doen�a Inflamat�ria Intestinal chamar a aten��o da sociedade para doen�as como Crohn e colite ulcerativa


18/05/2022 09:15 - atualizado 17/05/2022 20:53

mulher com mão na barriga
No mundo, 10 milh�es de pessoas vivem com Doen�a Inflamat�ria Intestinal (DII) (foto: Alicia Harper/Pixabay )
Quinta-feira, dia 19 de maio, � marcado como Dia D da campanha do Maio Roxo, data central para alertar sobre o Dia Mundial da Doen�a Inflamat�ria Intestinal (DII), momento de chamar a aten��o da sociedade para a promo��o do di�logo e busca de solu��es, visando a qualidade de vida das pessoas que convivem com alguma dessas doen�as.
 
A nutricionista Karla Lacerda, p�s-graduada em nutri��o funcional e membro da diretoria cient�fica do motor de processamento de exames da startup CalcLab, explica que a campanha Maio Roxo busca visibilidade sobre as doen�as intestinais para estimular autoridades e profissionais de sa�de a agir e prestar o devido apoio. 

Organiza��es de pacientes que representam mais de 50 pa�ses em cinco continentes lideram a campanha que teve in�cio em 2010 e hoje traz voz para as 10 milh�es de pessoas no mundo que vivem com a doen�a inflamat�ria intestinal.
 
Conforme Karla Lacerda, o intestino � formado e povoado por uma gama de bact�rias que agem em prol da sa�de auxiliando em diversas fun��es que v�o muito al�m de apenas participar da digest�o. "Muitos fatores podem influenciar a composi��o da microbiota desde o in�cio da vida, incluindo infec��o, tipo de parto, uso de medicamentos antibi�ticos, natureza da provis�o nutricional, estressores ambientais e gen�tica do hospedeiro. Tendo em vista essa complexidade, ao pensar em prote��o e cuidados com o intestino � imprescind�vel se atentar aos h�bitos e qualidade de vida como um todo e n�o apenas incluir vegetais na alimenta��o." 

Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), com base nos dados do DataSUS, h� um aumento de casos de 2012 a 2020, sendo as mais comuns a doen�a de Crohn e a retocolite ulcerativa. Foram analisadas informa��es de 212.026 pacientes de ambos os sexos, sendo 140.705 com doen�a de Crohn e 92.326 com retocolite ulcerativa.

A SBPC ainda alerta que o registro de novos casos subiu de 9,41 por 100 mil habitantes em 2012 para 9,57 por 100 mil habitantes em 2020, uma varia��o anual m�dia de 0,80%. A preval�ncia, que � a soma dos casos, passou de 30,01 por 100 mil habitantes para 100,13 por 100 mil habitantes no mesmo per�odo, uma varia��o m�dia de 14,87% por ano.

Karla Lacerda explica que a DII, incluindo Crohn (CD) e colite ulcerativa (UC), � um grupo de doen�as inflamat�rias cr�nicas do trato gastrointestinal, n�o tem cura e tem causa desconhecida. "A inflama��o recorrente e cr�nica da parede intestinal est� relacionada a fatores gen�ticos, ambientais, microbianos, imunol�gicos e apresenta sintomas como dor abdominal, diarreia, febre, sangue nas fezes, fadiga, perda de apetite, perda de peso, �lceras na boca, anemia ou intoler�ncias alimentares, segundo a literatura m�dica." 

De acordo com Karla Lacerda, "existe uma poss�vel predisposi��o gen�tica para o aparecimento da doen�a e uma tend�ncia a ter mais frequ�ncia em membros de fam�lias em que j� se registaram casos anteriores", por�m, diz a nutricionista, a DII pode ser o resultado de um sistema imunol�gico an�malo. "O mau funcionamento do sistema se manifesta ao tentar combater um v�rus ou bact�rias invasoras, gerando uma resposta imune inabitual que faz com que as c�lulas do trato digestivo tamb�m sejam atacadas." 

A nutricionista conta que "quando funciona adequadamente, a imunidade ataca esses organismos estranhos para prote��o do corpo, mas na presen�a dessa doen�a, o sistema imunol�gico reage incorretamente aos gatilhos ambientais que causam inflama��o do trato gastrointestinal".

Tendo em vista o hist�rico familiar de DII, possivelmente as pessoas t�m maior probabilidade de ter herdado essa resposta imunol�gica inadequada e n�o a doen�a em si.
 
Karla Lacerda explica que a microbiota � moldada basicamente pela alimenta��o e pelos h�bitos do estilo de vida, ent�o v�rios fatores podem afetar a qualidade e diversidade do microbioma, como tamb�m a sa�de intestinal. "Alguns h�bitos comportamentais influenciam esse ecossistema como por exemplo: alto consumo de alimentos industrializados e baixa ingest�o de alimentos in natura, infec��es, baixo consumo de fibras e fitoqu�micos, excesso de prote�nas animais, alergias e hipersensibilidades, baixa hidrata��o, falta de mastiga��o, ingest�o de l�quidos nas refei��es, sedentarismo e consumo excessivo de bebidas alco�licas. A combina��o desses maus h�bitos supera quaisquer vantagens gen�ticas, assim como o contr�rio tamb�m � verdadeiro. Excelentes h�bitos de vida podem suprimir fatores gen�ticos indesej�veis." 

interno delgado e grosso
A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) alerta que o registro de novos casos subiu de 9,41 por 100 mil habitantes em 2012 para 9,57 por 100 mil habitantes em 2020 (foto: JimCoote/Pixabay )
O intestino � t�o importanta que � chamado de "segundo c�rebro" por muitos m�dicos, j� que o �rg�o tem fun��es que v�o al�m da atua��o no sistema digestivo. H� estudos que o relaciona com o tratamento de doen�as mentais e do sistema imunol�gico. Voc� sabia que, se abr�ssemos e estic�ssemos os intestinos delgado e o grosso, ele ocuparia uma �rea de 250 metros quadrados, o equivalente a uma quadra de t�nis?

"A microflora intestinal participa da comunica��o entre o intestino e o c�rebro e esse � chamado de "segundo c�rebro" por causa da diversidade de tipos de c�lulas neuronais e circuitos complexos e integrados que permitem regula��o de forma aut�noma de muitos processos do eixo intestino-c�rebro. O intestino � respons�vel pela produ��o de 30 neurotransmissores diferentes, que s�o mol�culas sinalizadoras tipicamente associadas ao c�rebro, tem mais neur�nios que a espinha dorsal e age independentemente do sistema nervoso central. � composto por milh�es de neur�nios, denominado por sistema nervoso ent�rico e pode influenciar no funcionamento do eixo intestino-c�rebro, alterar fun��es cerebrais e at� mesmo o comportamento A microbiota e o c�rebro se comunicam por v�rias vias, incluindo o sistema imunol�gico, o metabolismo do triptofano, o nervo vago, tendo impacto no desenvolvimento cerebral e comportamento, pois s�o capazes de produzir v�rios neurotransmissores e neuromoduladores como serotonina, conhecido como o “horm�nio da felicidade”, devido ao seu papel na regula��o do humor, do bem-estar, do sono, do apetite, entre outras fun��es.  Reconhece-se atualmente a relev�ncia desse eixo intestino-c�rebro para a compreens�o de comportamentos e doen�as mentais ou psiqui�tricas", explica a nutricionista.
 
Karla Lacerda conta que as bact�rias que revestem os intestinos est�o em contato direto com as c�lulas nervosas e imunol�gicas, que s�o os principais sistemas de coleta de informa��es do corpo humano. "Estas bact�rias tamb�m conseguem absorver a “informa��o” quando o c�rebro sinaliza estresse, ansiedade ou at� felicidade ao longo do nervo vago. Grande parte dos neur�nios transporta informa��es do intestino para o c�rebro, e n�o o contr�rio, evidenciando a import�ncia e influ�ncia que os sinais gerados no intestino t�m sobre o c�rebro".

Import�ncia da alimenta��o


A nutricionista esclarece que a dieta, o estresse, car�ncia de zinco, vitaminas D e A, parasitoses, infec��es, etilismo, alergias alimentares, obesidade, metais t�xicos e toxinas ambientais podem ativar os genes que levam � doen�a e podem agravar os sintomas de DII, apesar de n�o serem causadores dessa condi��o.

E Karla Lacerda alerta: "A nutri��o tem um papel fundamental nesse quadro, pois com a remo��o de al�rgenos, inclusive gl�ten e l�cteos, a redu��o de gorduras saturadas e o ajuste da desnutri��o com uma dieta rica em frutas, verduras e legumes, de nutrientes como vitaminas e minerais, especialmente a vitamina D ajudam a potencializar e modular a sa�de do intestino e sua microbiota". 
 
salada
Para reduzir a incid�ncia crescente das DII, � preciso abrir m�o da ocidentaliza��o da dieta, que inclui d�ficits de vitaminas, aumento da ingest�o de alimentos ricos em gordura e a��car, e mudar o h�bito alimentar com ingest�o de mais legumes, verduras, vegetais, frutas e fibras (foto: RitaE/Pixabay )
A ocidentaliza��o da dieta, que inclui d�ficits de vitaminas, aumento da ingest�o de alimentos ricos em gordura e a��car e menor consumo de fibras e frutas resulta em crescente incid�ncia das DII, que s�o frequentemente associadas a dist�rbios nutricionais significativos. "Com a nutri��o, � poss�vel aplicar uma alimenta��o equilibrada e para cada momento da doen�a. Torna-se imprescind�vel inserir nutrientes de todos os grupos, de forma ajustada aos sinais e sintomas para recuperar o peso, manter um bom estado nutricional e impedir que a microbiota intestinal seja prejudicada."
 

Conflitos emocionais

De acordo com Karla, h�bitos como atividade f�sica, t�cnicas de relaxamento e terapia tamb�m s�o encorajados visto que corpo e a mente est�o relacionados e a tens�o emocional pode influenciar o curso da doen�a. "Conflitos emocionais ocasionalmente precedem a recidiva ou o diagn�stico de uma DII."

Para o diagn�stico, os m�dicos utilizam um conjunto de evid�ncias a partir de achados cl�nicos que incluem os sinais e sintomas, exames sangu�neos, de fezes, endosc�picos, de imagem e uma combina��o de endoscopia (para a doen�a de Crohn) ou colonoscopia (para a colite ulcerosa), estudos de imagem, como radiografia de contraste, imagem por resson�ncia magn�tica ou tomografia computadorizada, �s vezes, at� histopatol�gicos para que o especialista confirme a enfermidade e inicie o tratamento.

"A dieta � o elemento determinante para o desenvolvimento saud�vel da microbiota intestinal e seu perfil bacteriano. Atualmente, a maioria das doen�as podem ter rela��o direta com o padr�o alimentar. Por isso, busque sempre orienta��o profissional e aux�lio m�dico ao aparecer qualquer sinal ou sintoma", refor�a a nutricionista. 
 
verduras e legumes
Alimenta��o saud�vel � parte do cuidado, preven��o e tratamento (foto: congerdesign/Pixabay )

Para prevenir, o que evitar?

  • Gorduras industrializadas
  • Leite e derivados
  • A��car
  • Alimentos que aumentam a produ��o de gases (como couve-flor, alho, feij�o, repolho e batata doce)
  • Cafe�na
  • �lcool
  • Sorbitol
  • Alimentos picantes ou com muitos conservantes
  • Chicletes e balas
  • O consumo excessivo de frutose e outros a��cares de alimentos industrializados prejudicam e diminuem a defesa da barreira intestinal, compromete sua integridade e a produ��o de muco, que � essencial para a correta absor��o dos nutrientes ingeridos.
  • Aditivos qu�micos presentes em alimentos ultraprocessados podem induzir inflama��o e dist�rbios metab�licos, ent�o para proteger a sa�de do intestino � importante que esses elementos sejam retirados da rotina alimentar. 

E o que consumir? E como se comportar?

  • Cuidado com alimenta��o: consumo de frutas, verduras, hortali�as em geraloleaginosas, leguminosas, gr�os integrais e sementes devem ser a base da dieta. Quanto maior a variedade da alimenta��o e dieta, mais bact�rias diversas v�o povoar o intestino.
  • Uma rotina alimentar rica em fibras, vitaminas e minerais advindos de alimentos de origem vegetal protegem a microbiota e fornecem o combust�vel necess�rio para sua manuten��o. 
  • Ponto important�ssimo muitas vezes � negligenciado � a hidrata��o. Para um bom funcionamento intestinal a �gua � essencial, sendo a respons�vel por carrear todos esses nutrientes e ainda contribui com a motilidade e a elimina��o de toxinas.
  • H�bitos como atividade f�sica, t�cnicas de relaxamento e terapia tamb�m s�o encorajados visto que corpo e mente est�o relacionados e a modula��o do estresse beneficia desenvolvimento saud�vel da microbiota intestinal e seu perfil bacteriano.

Quais os sinais de alerta?

Os alertas para um intestino prejudicado s�o in�meros. Ao procurar por indicadores de disfun��o intestinal � comum que se questione ou observe apenas quadros de constipa��o, diarreia ou dores abdominais. H� outros:
  1. Fadiga
  2. Defici�ncias nutricionais
  3. Altera��es cut�neas
  4. Enxaquecas ou dores de cabe�a
  5. Incha�o
  6. Alera��es de humor
  7. N�useas

Dica de um mix perfeito � sa�de intestinal  

"A combina��o saud�vel de leguminosas, amaranto, sementes de chia, linha�a, gergelim, a�afr�o, cacau aspargos, aveia, abacate, mam�o e ch� verde entre outros, ricos em polifen�is, fitoqu�micos e fibras mostraram excelente melhora na microbiota intestinal e sa�de geral.

Um outro tipo de ch� fermentado que tem se popularizado e tamb�m � excelente aliado da sa�de intestinal � o kombucha. Uma dica excelente para sempre ter um card�pio variado em sabor e diverso em nutrientes � aproveitar os produtos de cada esta��o, evitando a mesmice de uma alimenta��o mon�tona e desfrutando dos alimentos que cada �poca do ano traz de melhor", recomenda a nutricionista Karla Lacerda. 
 


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