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Estado de Minas SUSTENTABILIDADE

Contra pobreza menstrual, jovem paranaense cria absorvente biodegrad�vel

Com apenas 25 anos, Rafaella de Bona Gon�alves concorre ao pr�mio "Young Invertors Prize", na Europa, por ter criado absorventes com fibras de bananeira e bambu


07/06/2022 10:49 - atualizado 07/06/2022 15:00

Absorvente biodegradável
(foto: Arquivo Pessoal)

Com a perspectiva de agir localmente e em consequ�ncia ter impactos globais, Rafaella de Bona Gon�alves, 25 anos, criou absorventes biodegrad�veis para pessoas em vulnerabilidade social. A jovem, que mora em Curitiba, � formada em Design de Servi�os pela Universidade Federal do Paran� (UFPR).

Rafaella guiou-se pela s�ntese do primeiro Objetivo de Desenvolvimento Sustent�vel da ONU no Brasil: "Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares". A designer conta que buscou com o projeto - fruto de um curso de extens�o - alguma forma de retorno social. "Eu comecei a pesquisar esses outros tipos de pobreza na cidade de Curitiba e me aproximei de organiza��es que trabalham com pessoas em situa��o de rua, foi a� que me deparei com o problema da pobreza menstrual", conta a jovem.

Os absorventes sustent�veis desenvolvidos por ela s�o feitos com fibras de bananeira, celulose, bambu e espuma de soja. "A partir do momento em que voc� compra um, outro ser� doado para as pessoas em vulnerabilidade socioecon�mica", explica. Rafaella destaca ainda que os itens biodegrad�veis de higiene menstrual n�o s�o destinados apenas �s mulheres em situa��o de rua, mas tamb�m para adolescentes que faltam a escola por n�o terem absorventes em casa, mulheres que est�o em penitenci�rias e homens trans. "Na identidade visual do projeto, a gente n�o quis remeter nada ao feminino, � uma identidade visual ag�nera", ressalta.

O projeto de Rafaella Gon�alves foi desenvolvido sob a orienta��o da professora e pesquisadora Gheysa Prado e em parceria com a empresa EcoCiclo, que � focada na elabora��o de produtos sustent�veis feitos por mulheres. O item da designer pode ser usado tanto como absorvente externo quanto interno. O prot�tipo foi lan�ado em dezembro do ano passado e � intitulado "Eu. Fa�o Parte".

 

"Higiene menstrual n�o � um privil�gio, mas um direito", defende a jovem.

Reconhecimento internacional

"Eu nem me inscrevi na premia��o, me acharam e me convidaram", comenta a designer e pesquisadora, em tom de anima��o, sobre o pr�mio Young Invertors Prize, do Instituto Europeu de Patentes (EPO). Rafaella � finalista e concorre com outros dois jovens, uma americana e outro belga. A premia��o - destinada a inventores com menos de 30 anos - acontecer� no dia 21 de junho e o vencedor receber� 20.000 euros. "O EPO quer reconhecer jovens inovadores que usam a tecnologia para desenvolver solu��es que ajudar�o a alcan�ar esses objetivos sustent�veis e impactar positivamente nossa vida para um futuro melhor", diz o Instituto em comunicado sobre os finalistas.


Al�m disso, a paranaense j� conquistou alguns pr�mios internacionais, como o concurso chileno Dise�o Responde - Desafio Latinoamericano �ndex Award e o alem�o iF Design Talent Award. "Quando eu sou finalista ou ganho alguma premia��o, eu me sinto muito honrada pela visibilidade que o projeto tomou e de poder estar informando e conscientizando sobre o problema", detalha.

"Eu acredito que eu n�o sou a designer hero�na que traz solu��o para todos os problemas do mundo, mas sim uma facilitadora desse processo", completa Rafaella. Para o futuro, a jovem deseja ter a pr�pria empresa de design focada em projetos sociais.

Panorama da pobreza menstrual no Brasil

Pobreza menstrual � um termo que significa a falta de recursos para a higiene de pessoas que menstruam. Cerca de 713 mil meninas n�o t�m acesso a chuveiro ou banheiro em casa e mais de 4 milh�es n�o possuem itens m�nimos de cuidados menstruais nas escolas, aponta o relat�rio Pobreza menstrual no Brasil, realizado pelo Fundo de Popula��o das Na��es Unidas (UNFPA) e o Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (UNICEF), em 2021. O relat�rio mostra ainda que aproximadamente 900 mil n�o t�m acesso a �gua canalizada nos domic�lios.

O levantamento Livre para Menstruar, realizado pelo movimento Girl Up no ano passado, revela que um a cada quatro adolescentes n�o t�m acesso a absorventes quando precisam. Tal precariedade impacta diretamente a sa�de e a vida social dessas pessoas. Com a aus�ncia de recursos, alguns materiais inadequados s�o usados para tentar conter o fluxo de sangue no per�odo menstrual, como jornais, peda�os de pano de ch�o e at� miolo de p�o.

Cabe ressaltar que a dignidade menstrual - que se op�e � pobreza - � reconhecida desde 2014 como um direito humano e quest�o de sa�de p�blica mundial. "A menstrua��o � um processo natural, biol�gico e que faz parte do desenvolvimento. � uma quest�o de sa�de p�blica de responsabilidade coletiva", informa a UNICEF.


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