
O grupo chegou � conclus�o ap�s realizar um estudo comportamental com mais de mil pessoas e divulgou os resultados da an�lise na revista especializada Patient Education and Counseling.
No artigo, os cientistas relatam que mensagens focadas em envergonhar ou pressionar as pessoas a usarem m�scaras ou evitarem multid�es t�m falhado, j� que os �ndices dos casos da doen�a t�m subido rapidamente em praticamente todo o mundo. Por isso, eles resolveram investigar se outra estrat�gia poderia render melhores resultados entrevistando 1.074 norte-americanos sobre suas atitudes em rela��o ao novo coronav�rus.
Ao serem perguntadas sobre o que pensavam sobre o uso de m�scaras e de distanciamento para proteger toda a comunidade, as pessoas, de uma forma geral, reagiram negativamente. Alegaram que haveria viola��o de direitos e liberdades individuais. J� quando a pergunta abordava a prote��o de familiares como justificativa para o uso de prote��es, as respostas foram mais positivas.
“Quando as pessoas avaliam os comportamentos de prote��o de forma mais geral, ou seja, como uma norma a ser seguida por todos, pensamentos negativos, como a percep��o de um controle externo, substituem os positivos”, explica, em comunicado, Kenneth Resnicow, professor do Departamento de Comportamento de Sa�de e Educa��o em Sa�de na Escola de Sa�de P�blica da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e autor principal do estudo.
Ao contr�rio, “quando as pessoas se consideram agentes protetores para os mais pr�ximos, elas abordam essa proposta de maneira diferente. Os indiv�duos s�o menos propensos a permitir que suas cren�as pessoais e pol�ticas as desencorajem de praticar a prote��o nesse contexto”, explica Resnicow.
Mais vulner�veis
Para a equipe, o resultado indica que as estrat�gias de incentivo ao uso de medidas protetivas precisam mudar. “Nossos dados mostram que simplesmente repetir que as pessoas devem seguir as diretrizes de sa�de p�blica provavelmente n�o ser� eficaz. Enfatizar o ato de proteger os mais pr�ximos pode fazer com que as pessoas n�o relutem em seguir as pr�ticas protetivas, pode fazer com que elas se sintam independentes e fortes, em vez de complacentes ou obedientes”, afirma Resnicow.
O fato de os mais vulner�veis serem idosos e/ou pessoas com comorbidades, o que j� desperta o cuidado de familiares, tamb�m torna a metodologia proposta pela equipe estadunidense estrat�gica. “Indiv�duos com problemas cr�nicos de sa�de t�m 12 vezes mais probabilidade de morrer com o novo coronav�rus. Para aqueles que cuidam de algu�m com c�ncer ou outras doen�as, proteger seu ente querido � fundamental”, justifica o autor do estudo.
Resnicow ressalta ainda que pensar em formas de mobiliza��o mais eficazes � ainda mais importante agora, com a chegada das campanhas de vacina��o contra a covid-19. “A perspectiva de perder algu�m � ainda mais terr�vel sabendo que podemos estar chegando na reta final dessa pandemia. Com as vacinas no horizonte, � mais importante do que nunca seguir as medidas de distanciamento social para ajudar a acabar com a covid-19 o mais cedo. Ter essa preocupa��o com quem convivemos pode ser um grande auxiliar nessa tarefa”, afirma.
Maior contato com a natureza
O que � necess�rio para que algumas pessoas passem a valorizar mais a natureza? Segundo cientistas estadunidenses, a pandemia da covid-19 parece estar favorecendo essa mudan�a de postura. Os pesquisadores entrevistaram 400 frequentadores de 25 parques e �reas naturais do pa�s e descobriram que 26% daqueles que visitaram os locais nos primeiros meses da pandemia raramente ou nunca haviam visitado espa�os parecidos no ano anterior.
“Como muitas pessoas, notamos um grande aumento no n�mero de visitantes �s florestas e aos parques urbanos nos primeiros dias da pandemia (…) Quer�amos entender como as pessoas est�o usando a natureza local para lidar com os desafios f�sicos e mentais da pandemia de covid-19”, relata, em comunicado, Brendan Fisher, pesquisador da Universidade de Vermont e autor do estudo, publicado na revista especializada Plos One.
Os cientistas tamb�m observaram que quase 70% dos usu�rios do parque aumentaram as visitas � natureza local durante o isolamento social e que 81% dos entrevistados disseram que essas experi�ncias foram “muito importantes” para eles, mais do que antes do per�odo de isolamento.
Segundo os relatos, 66% das pessoas recorreram a essas �reas para encontrar paz e tranquilidade. Para os cientistas, esses resultados mostram a import�ncia de manter esses espa�os verdes preservados. “Especialistas em doen�as infecciosas preveem que novos v�rus surgir�o com frequ�ncia. As �reas naturais e seus or�amentos devem ser salvaguardados e, se poss�vel, aprimorados para manter e melhorar o bem-estar humano, especialmente em tempos de crise”, justificam.