Tempestade de meteoros poder� ser vista em todo o Brasil nesta madrugada

 

O �pice das luzes no c�u ser� por volta das 2h15 da ter�a-feira (31). O primeiro surto come�a �s 00h11.

 

Nath�lia Fonseca, assessora do N�cleo de Astronomia do Espa�o de Conhecimento da UFMG e doutora em F�sica, afirmou que o evento poder� ser observado em todo o Brasil. Dependendo da localiza��o, a porcentagem de visualiza��o dos meteoros ser� diferente.

 

"A visualiza��o depende da posi��o da constela��o radiante, que � onde os meteoros parecem surgir. Nesse caso, a radiante est� na constela��o de H�rcules, que estar� mais pr�xima da Am�rica do Norte no hor�rio de pico da tempestade".

 

Para Belo Horizonte, segundo Nathalia, a previs�o mais otimista � de 10.000 meteoros por hora. Todavia, trata-se de uma expectativa, sendo poss�vel uma chuva menor.

 

Uma dica para quem quer visualizar ao m�ximo a tempestade � buscar locais escuros e distantes das luzes artificiais, al�m de apagar toda a ilumina��o artificial com 30 minutos de anteced�ncia para dilatar as pupilas e aumentar a sensibilidade dos olhos � luz.

 

A chuva de meteoros denominada Tau Hercul�deos acontece todo ano. S�o detritos do cometa 73P/Schwassmann-Wachmann 3, muitos pequenos, que, ao entrarem em contato com a atmosfera da Terra, atingem temperaturas altas e produzem o efeito visual conhecido como uma estrela cadente.

 

O que aumentou as expectativas para a chuva deste ano � que, segundo previs�es astron�micas, a Terra passar� pela primeira vez por uma nuvem de detritos criada pela explos�o do cometa 73P, em 1995.

Naquele ano, o cometa se partiu em quatro partes, deixando para tr�s muitos detritos, com dimens�es que variam de um gr�o de areia a uma pedra grande.

 

Por ser densa e recente, a nuvem pode causar uma das chuvas de meteoros mais fortes da hist�ria.

 

Chuvas de meteoros s�o comuns na Terra. Quem vive em locais afastados, especialmente na zona rural, consegue acompanh�-las de forma mais n�tida em compara��o aos moradores de grandes centros urbanos.

 

Segundo Nath�lia Fonseca, os meteoros s�o fen�menos luminosos muito r�pidos com a forma de um risco de luz no c�u. Por sua vez, a chuva ocorre quando h� uma grande concentra��o de fragmentos. J� a tempestade � uma intensa chuva desses aer�litos.

Os meteoros partem de cometas que orbitam o Sol, como o Tau Hercul�deos e o Halley, vis�vel na atmosfera Terra a cada 76 anos (pr�xima passagem marcada para 28 de julho de 2061).

 

A intensidade da chuva desta madrugada tem dividido a comunidade cient�fica. Segundo a revista Sky & Telescope, especialistas de diferentes pa�ses n�o chegaram a um consenso sobre o caso. "Pode ser que ocorra uma explos�o de meteoros, ou pode ser que n�o aconte�a nada".

 

Como � a primeira vez que a Terra passa pela regi�o ap�s a explos�o do cometa 73P, n�o h� garantias de que o modelo matem�tico utilizado descrever� perfeitamente a trajet�ria dos detritos, aumentando o grau de incerteza.

 

Caso a melhor hip�tese seja confirmada, teremos uma forte tempestade de meteoros lentos, com luzes intensas, de cor avermelhada ou laranja, caindo a um ritmo de centenas por hora.

 

Conforme a doutora em F�sica Nathalia Fonseca, a chuva de meteoros � importante para o desenvolvimento cient�fico por dois motivos. O primeiro � o de testar as previs�es astron�micas, de forma a aperfei�oar os modelos matem�ticos usados nelas. O segundo � a divulga��o cient�fica, pelo interesse que esses fen�menos despertam nas pessoas.

“Com os grandes centros urbanos e a ilumina��o artificial a gente perdeu essa conex�o com olhar para o c�u, reconhecer estrelas e constela��es. Por isso, � um evento muito importante para aproximar as pessoas da ci�ncia e da astronomia”.

 

O Observat�rio Brasileiro de Observa��o de Meteoros (Bramon) vai capturar a tempestade de meteoros e transmiti-la em uma live. Quem n�o estiver em um local de boa visibilidade do c�u poder� acompanhar o evento astron�mico pela internet.

*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Rafael Arruda