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Estado de Minas DESCOBERTA NO RN

Nova esp�cie de peixe � batizada em homenagem a Lula

O "Hypsolebias lulai" faz parte de um grupo chamado "peixe das nuvens", que est� entre os mais amea�ados no Brasil. A descoberta e a homenagem foi feita pelos cientistas da UFPB, UFRN, UEPB e da Unitau


21/10/2023 03:00 - atualizado 21/10/2023 09:37
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O peixe descoberto mede cerca de cinco centímetros e apresenta um número maior de raios na nadadeira dorsal e de listras no corpo, além de uma coloração azul metálica, diferente dos parentes
O peixe descoberto mede cerca de cinco cent�metros e apresenta um n�mero maior de raios na nadadeira dorsal e de listras no corpo, al�m de uma colora��o azul met�lica, diferente dos parentes (foto: (TELTON RAMOS/INSTITUTO PEIXES DA CAATINGA))

Uma nova esp�cie de peixe foi descoberta na bacia do rio Trairi, no Rio Grande do Norte, regi�o onde predomina o bioma Caatinga, e batizado de Hypsolebias lulai , em homenagem ao presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).

A descoberta e a homenagem foi feita pelos cientistas do Instituto Peixes da Caatinga, das universidades federais da Para�ba (UFPB) e do Rio Grande do Norte (UFRN), da Universidade Estadual da Para�ba (UEPB) e da Universidade de Taubat� que publicaram um artigo na revista Neotropical Ichthyology, nesta sexta-feira (20/10).

A esp�cie em quest�o foi vista pela primeira vez por um agricultor em um assentamento no Rio Grande do Norte em agosto de 2022. O homem fotografou o peixe e enviou as imagens para Telton Ramos, bi�logo do Instituto Peixes da Caatinga e da UFPB.

Ap�s receber o material, o pesquisador reuniu uma equipe e organizou uma expedi��o financiada pelos seguidores das redes sociais do Instituto Peixes da Caatinga para coletar amostras da esp�cie na regi�o.

A esp�cie descoberta em quest�o pertence a um dos grupos mais amea�ados do Brasil. Conhecido popularmente como “peixe das nuvens”, o g�nero Hypsolebias possui 34 esp�cies (35 com a nova descoberta), pertencentes � fam�lia Rivulidade. A esp�cie representa os peixes mais amea�ados de extin��o no Brasil, devido ao seu car�ter end�mico (restrito a um �nico ambiente) de lagoas tempor�rias na caatinga.

O peixe descoberto mede cerca de cinco cent�metros e apresenta um n�mero maior de raios na nadadeira dorsal e de listras no corpo, al�m de uma colora��o azul met�lica, diferente dos parentes. Ele surge em po�as ou lagoas tempor�rias formadas ap�s a chuva, que � quando os seus ovos enterrados eclodem e sua popula��o se restabelece. Esse ciclo de vida leva os ribeirinhos a associarem o aparecimento desses animais aos pingos de chuva das nuvens, por isso, peixes das nuvens.

O estudo revelou que os Hypsolebias lulai possuem um ciclo de vida de apenas tr�s meses para crescimento e reprodu��o antes da po�a ou lagoa tempor�ria secar e toda a popula��o de peixes morrer. “Devido a isso, esp�cies de peixes das nuvens est�o sendo utilizadas em estudos sobre envelhecimento humano”, explica Ramos.

O lugar onde os Hypsolebias lulai  foram encontrados chamou a aten��o dos pesquisadores devido � dist�ncia de peixes semelhantes. O parente mais pr�ximo da nova esp�cie est� no Cear�, a cerca de 500 quil�metros de dist�ncia, o que fez os pesquisadores questionarem como a nova esp�cie surgiu no Rio Grande do Norte.

“Todos os aparentados dentro do grupo est�o relacionados aos rios Tocantins-Araguaia, S�o Francisco e Pacoti”, diz Ramos. A presen�a de uma esp�cie do mesmo grupo t�o longe de outras levantam suspeitas em rela��o �s mudan�as dos cursos de rios, especialmente do S�o Francisco, ao longo de milhares de anos.

“Este rio j� mudou de curso v�rias vezes, o que explica a exist�ncia de esp�cies parentes em lugares diferentes. � poss�vel que ele j� tenha se conectado ao rio Piranhas, que � o mais pr�ximo de onde a nova esp�cie foi encontrada, mas ainda � preciso que mais estudos sejam realizados na regi�o”, comenta F�bio Origuela, co-autor do estudo, do Instituto Peixes da Caatinga.

Os pesquisadores revelaram ainda que a nova esp�cie refor�a a ideia de que a Caatinga � um bioma diverso. “Falamos pouco de Caatinga. Existe a ideia de que � um local pouco diverso, seco, mas ela � riqu�ssima em biodiversidade”, aponta Ramos. A escolha do nome do peixe que faz refer�ncia ao presidente Lula foi escolhido para dar mais visibilidade aos grupos de peixes das nuvens.

“Estamos aqu�m do que dever�amos no conhecimento da diversidade e conserva��o desse grupo de peixes, sabemos muito pouco ainda, e o que n�o tem nome, n�o � protegido”, afirma Ramos. O grupo de pesquisadores pontuou que pretendem prosseguir monitorando a popula��o do Hypsolebias lulai com a ajuda de moradores da regi�o onde foi encontrado e continuar preservando as po�as para avaliar melhor o estado de conserva��o da esp�cie.

 


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